Um festival que nasceu de uma festa de aniversário, hoje é uma das principais festas no calendário do Estado na sua região.
O metal rompendo barreiras!
Conversamos com Charly Mikeska, o aniversariante que deu nome ao Festival.
1- Quando começou a história toda, como o festival decidiu iniciar as atividades?
A história começa em uma comemoração do meu aniversário, onde nos reunimos para compartilhar cerveja e churrasco, e tocar metal na garagem da minha mãe em 1998. A partir de então, todos os anos, eu me transformava e crescia, depois fui para um salão paroquial ao redor da casa e em 2015 decidimos fazer isso por dois dias, ao ar livre e com camping, sempre de graça.
2- Em sua primeira edição, quais foram as bandas, e como foi a recepção das pessoas?
As bandas que participaram da primeira edição já reconhecidas na área foram: Nordica, Survivor, El Rayo, Utopia e Wisconsi, o público já conhecia um pouco o formato e o meio em que foi desenvolvido, por isso a aceitação foi muito boa, a voz correu e a música através das redes aumentou a experiência.
3- Ao longo dos anos, o Festival cresceu muito, passou a ter um nome muito forte no cenário metaleiro, principalmente no sul, na Patagônia. Qual é a responsabilidade de ser uma referência para o país?
Bem, nós levamos com a seriedade e responsabilidade que implica ter chegado a estes casos, muito respeito e gentileza para com os companheiros, músicos, público, ao meio ambiente; que levou ao festival estar onde está agora.
4 – Além do nome do festival é o seu nome, você pode nos contar a anedota de como surgiu o nome do festival?
Nós estávamos no que naquele momento ainda comemoramos meu aniversário, jogando um conjunto de tópicos entre amigos lá para 2009 eu acredito e passada a noite de festa, um dos amigos que participaram do palco, postou em seu mural no facebook: “Fui ao Charly Fest e sobrevivi” e de lá fui batizado.
5- De uma festa de aniversário na garagem da sua casa, para ser um festival de campismo de interesse municipal.
O metal tem várias histórias muito boas, mas isso certamente está entre as melhores. Um dia você tinha passado que seria uma festa na cidade um recital de metal?
A verdade nunca pensamos que ia ser assim tudo, porque não fizemos isso intencionalmente, só acabou no que é, ser declarado de interesse municipal e cultural, só fez as pessoas mais interessadas no festival, é muito emocionante fazer parte de algo que deixa uma mensagem para a comunidade
6- Hoje como está o movimento? Como o festival é preparado? Como você escolhe bandas, e quando você começa a encomendar tudo?
Tudo é auto-gerenciamento, por isso exige muito tempo de trabalho ao longo do ano, pessoas são adicionadas para colaborar e algumas por motivos pessoais eles fazem uma pequena pausa; São necessárias muitas preparações, autorizações e avaliações burocráticas que você tem que ter muita paciência, mas vale a pena quando tudo é ordenado e em condições legais; o processo de seleção das bandas é bastante rigoroso, apenas bandas de rock pesado participam e todas do metal, que fazem suas próprias músicas, que têm um disco de estúdio, que são registrados através do nosso e-mail (nosso banco de dados), ser exclusivo para o festival durante o mês que acontece na área e alguma outra exigência que o mereça; normalmente começa a acontecer alguns meses antes do início da edição atual, ou seja, cerca de 14 meses antes e o trabalho nas instalações acontece uma semana antes e alguns dias depois para deixar em condição todas as facilidades que nos emprestaram.
7 – Em 2018 passou de interesse municipal, estadual, ou seja, o prognóstico da Patagônia colocou os olhos no festival, e assim ficou ainda maior, como você vive isso?
Para nós é muito importante, como mencionado acima, acreditamos que com o tempo a ajuda virá de forma mais eficaz das instituições governamentais.
E comercial, na verdade há tanto trabalho que não paramos para perceber o que gera ou a magnitude que alcançamos, simplesmente nos concentramos em que tudo vá bem, que é a única maneira que você pode continuar a desenvolver um evento dessas características, mas isso significa que estamos no caminho certo.
8- Quais são as principais bandas que tocaram no festival ao longo dos anos?
Há muitos, todos eles foram do mais alto nível, mas se eles são pelo nome, eles podem ser: Rowek, Leviathan, In Black, Serpentor, entre outros.
9- Por ser uma região muito fria, em que época do ano o recital é passado? As pessoas sofrem com o frio no acampamento? Como tratam esse tópico para sempre deixar o público melhor?
No começo foi feito em julho para a data do meu aniversário, no meio do inverno, então quando começou em 2015 para estar no ar, decidimos mudá-lo para os momentos em que a temperatura é mais agradável, outubro, novembro ou dezembro, tomando como referência o último fim de semana prolongado do ano (3 dias), utilizando tanto primeiro para o festival e o terceiro para o retorno de pessoas para suas casas sem dificuldades ou obrigações.
10- Quantas pessoas fazem a administração do festival?
Cerca de 30 pessoas contribuem ao longo do ano.
11- O público aumentou bastante durante os anos. Em 2011, eram mais ou menos 100 pessoas, em 2018 foram mil. Como você explica isso?
Eu acho que a publicidade que as pessoas fazem que a concorre tem uma demanda constante por crescimento, a grade de bandas que vão participar também
Atrai um novo público que agrega ao que já é habitue, o lugar onde a natureza é contemplada em todo o seu esplendor, acho que também é devido à atenção que é fornecido, por outro lado, e devido ao mau momento econômico que estamos passando, também temos preços acessíveis no estande de vendas de itens diferentes.
Tudo para criar o ambiente ideal que todos procuramos: natureza, música ao vivo, amigos, família, economia, um somatório de diversas propostas.
12- Qual a expectativa para 2019?
É sempre que se desenvolve sem qualquer tipo de perkins, situações de risco ou problemáticas, a ideia é sempre gozar, lógico que sempre pensa na qualidade dos shows das bandas e na concorrência do público, o resto já está especificado (hahaha)
13- Este ano, há uma mistura muito forte, estilos quase iguais são muito bem divididos. Heavy, Thrash, Death, como foi a banda escolha para este ano?
As bandas também são selecionadas dependendo do gênero e da localidade, é importante a interação durante o tempo com os músicos, gostamos que eles tenham a maior diversidade no momento de ouvir, também dar espaço às bandas emergentes e com presença feminina nas formações, há um grupo especial que cuidamos da seleção na demanda, muitas horas ouvindo o material revisado no banco de dados, entrando em contato com as bandas, indo aos seus shows, ensaios e outros para alcançar a seleção desejada.
14- Para você, qual será a grande apresentação deste ano?
Na minha opinião, existem vários, como eu disse, bandas são muito boas, algumas que não apareceram na área por um tempo, outras que voltaram juntas e queremos escutá-los novamente, outros que aproveitam para apresentar novas discografias ou avanços de seu novo material, há muita expectativa em geral, não consigo decidir (hahaha)
15- O festival é gratuito, como fazer uma coisa tão grande sem cobrar ingressos?
Muito boa pergunta … como eu começo com meu aniversário, eu me sinto responsável por isso continuar a fazer, então com a minha família nós colocamos apoio econômico a tudo o que não pode ser resolvido com toda a ajuda recebida, temos merchandising do festival para venda como: camisetas, chapéus, chaveiros, CDs compilados, sacolas de compras, coisas simples, mais do que tudo, como lembranças, é um grão de areia que nos ajuda, mas a maior ajuda é sempre do governo e dos comerciantes.
16- Como pode-se saber mais sobre o festival? Site, redes sociais?
Bem, através do:
Facebook como Charly Alberto Mikeska
Também na página do facebook: Charly Fest – Oficial,
No canal youtube: Charly Fest, em que há fotos, vídeos, experiências e comentários.
17- Jogo rápido:
4 bandas nacionais: Horcas – Rata Blanca – Hermetica – Tren Loco
4 bandas internacionais: Ozzy Osbourne – In Flames – Metallica – Skid Row
1 livro: Biografias
Charly Fest: 2015
Metal: Yeahhh
Patagônia: Paraíso
Argentina: um sentimento
Um sonho: eu vivo
Uma frase: viva e deixe viver
18- Quem é Charly Mikeska? O que pode dizer sobre você?
Sou uma pessoa normal, comum e atual, nascida e criada em Vista Alegre, Neuquén, com trabalho por sorte, amigos de ferro, o mais precioso: minha família,
Eu gosto de viver a vida, viajar, pescar, tocar viola (violão), sempre vou para frente, mesmo que dói, não sou pretensioso e tento cumprir meus compromissos.
19- Mensagem final:
Eu acho que você tem que sempre ter objetivos, objetivos, projetos, uma lista de tudo que, quando o tempo passar, eles serão riscados daqueles feitos e continuarão com algo faltando, seja sempre você mesmo e não esqueça de onde você vem, seja respeitoso e solidário com quem precisa, às vezes você não sabe do que é capaz.
E não custa nada tentar, viver com os entes queridos o maior tempo possível, a vida vai rápido demais para não estar com eles, eu tenho a sorte de ter bons amigos e minha família que estão sempre … em bons e maus momentos, abraçar e viver o metal!