Otacílio Rock Festival 2025: O Metal Invade Santa Catarina!
“Otacílio Rock Festival, que chega à sua 17ª edição trazendo o melhor do metal nacional! Nos dias 8 e 9 de março de 2025, o palco do festival foi tomado por bandas de peso, garantindo um final de semana de riffs cortantes, vocais intensos e bateria avassaladora”
Por mais um ano, Otacílio Costa se tornou o ponto de encontro dos apaixonados pelo rock pesado em Santa Catarina. A 17ª edição do Otacílio Rock Festival reafirmou seu status como um dos eventos mais importantes da cena underground, reunindo headbangers de diversas partes do estado – e até de fora dele – para um fim de semana de música intensa, energia contagiante e aquela sensação única de pertencimento.
Com uma estrutura cuidadosamente preparada no Parque Cambará, o festival ofereceu tudo o que o público precisava para curtir sem preocupações: área de camping espaçosa para quem queria viver a experiência completa, galpão coberto garantindo que os shows rolassem sem interrupções, além de banheiros com chuveiros, bar e restaurante para manter a galera abastecida. O clima, que ameaçava ser um desafio com previsão de chuva, acabou surpreendendo positivamente, com o sol aparecendo no momento certo e tornando o ambiente perfeito para curtir as apresentações e compartilhar aquele churrasco tradicional entre amigos no camping.
A organização manteve sua eficiência já conhecida, cumprindo a programação das apresentações e garantindo espaço tanto para bandas consagradas quanto para novos nomes da cena nacional. Como em qualquer grande evento, imprevistos aconteceram – como uma ventania no final do festival e uma queda de energia que atrasou o show da Captain Cornelius e impediu a banda Trovoada no Soco de subir ao palco para seu tributo ao Black Sabbath. Ainda assim, o saldo final foi extremamente positivo.
Apesar da redução no público este ano, o festival provou mais uma vez sua importância e reforçou a necessidade de manter viva a cena underground. Afinal, o Otacílio Rock Festival é e sempre foi um dos queridinhos da região, um evento que não apenas entrega grandes shows, mas fortalece a comunidade do rock, criando memórias inesquecíveis a cada edição. Entre mosh pits, riffs pesados e uma produção que não mede esforços para entregar uma experiência de qualidade, e como sempre, a sensação de missão cumprida.
Que venha o 18º Otacílio Rock Festival!
E como todos os anos que venho presente neste evento, devo novamente agradecer a todos que fizeram tudo acontecer – bandas, público, produção e mídia – fica o nosso sincero agradecimento. – Heide Luiza
SÁBADO – 08/03
Abrindo o festival, a banda catarinense Jhonny Bus chega com seu heavy metal marcando um hard rock. Com influências clássicas e uma pegada vigorosa, os cinco integrantes fazem o aquecimento eletrizante do público, que vai, aos poucos, adentrando o pavilhão.
Setlist: In The Rhythm Of Chaos, Scary Witch, New Path, Fire, Whisper, Monster on Fire, Room of Souls, Wind of the Night, Tormentor, Talk to the Devil e Shadow Walker. – Heide Luiza
Tendo pouco tempo de estrada mas com uma pegada brutal e direta, a Cruciate levanta a galera da frente do palco. A banda aposta em um death metal intenso e ideológico, erguendo a bandeira antifascista, com riffs cortantes e uma pegada visceral. O vocalista da banda não compara seu real tamanho com o tamanho do seu vocal insano, que deixa a galera boquiaberta ao colocar suas cordas vocais para trabalharem. As guitarras despejam bases cruas e pesadas, enquanto a bateria, sendo tomada pelo Renan, ex baterista da Oath of Persistence, trazem uma batida feroz, dita o ritmo insano da apresentação.
Setlist: Thirsty for Violence, Shredded to Pieces, Navio do Inferno, Dirty War, Sacrifice e Ninfomaníaca Mutilada. – Heide Luiza
O quarteto da Toxic Rotten vem com tudo, trazendo um thrash/death metal agressivo e acelerado. Os riffs são como navalhas afiadas, executados em alta velocidade, enquanto a bateria destruidora dispara blast beats e viradas insanas, as letras são inspiradas em jogos, álcool, seriais killers e satanismo. A resposta do público é instantânea, e os bangers partem para frente ao palco entre cabelos voando e rodas rolando.
Setlist: B.T.K, Dont Forget it, United By Beer, Rotten In Hell, Icon Of Sin, Hellbutcher, From The Ashes, Follow My Lead, You Gonna Be Dad Again e Raise Your Horns. – Heide Luiza
Eternal Knight foi a terceira banda a subir ao palco do Otacílio. Banda de Caxias do Sul, formada em 2019, com influência de heavy metal, doom e power metal. Músicas marcantes, vocal diferenciado, com uma voz grossa e singular. Fizeram uma apresentação impecável, chamando a atenção do público. – Leticia Malaguez
Diretamente do Paraná, o power trio Fusileer sobe ao palco para detonar com seu thrash metal explosivo. O som é cru e direto, relembrando os clássicos do gênero e usando como influência as duas principais escolas: a alemã e a americana. Com vocais rasgados e solos de guitarra incendiários, chamam a galera para o mosh e a galera assim os fazem. As guitarras despejam palm-muting agressivo, criando um paredão sonoro implacável, enquanto a bateria despeja batidas cadenciadas e fills explosivos.
Setlist: Silent Terror, Thrash to Destroy, Corrupção, Extreme Torture, Toxic Human, War Triumph, Nuclear Disorder, Heroes Blood, Obsessed by Thrash e Kill or Die. – Heide Luiza
Demophobia – Banda formada na região do ABC paulista, conta com grandes músicos como Rafael Vieira no vocal, Arthur Patroc na bateria, João Medeiros no baixo e Paulo Vitor Lira na guitarra. Tem uma mistura de thrash metal e death, com uma pitada de punk e hardcore, resultando em um som diferenciado e cheio de identidade. As letras denunciam as políticas bizarras observadas durante o antigo governo, incluindo a militarização e os ataques à educação. A apresentação foi impecável, colocando o público à frente do palco para realmente quebrar tudo, com uma presença de palco contagiante, sem deixar ninguém parado nesse inicio de noite.
Setlist: Introdução (Celtic Frost cover – Innocence and Wrath), Infoproletários, Hackearam a Nossa História, Novo Pacto Colonial, O Chamado, Bastilha Brasileira, Perversidade e Violência, Nunca se Renda, Sem Tempo, Paralelo 11, Sepultura cover – Refuse/Resist, Ficção em Horário Nobre. – Leticia Malaguez
E depois dessa destruição chamada Demophobia, quem sobe ao palco é simplesmente Uganga, banda que dispensa apresentações. Uganga é uma das mais longevas e importantes bandas de metal de Minas Gerais. Adepta do thrashcore, estilo que combina elementos do hardcore com thrash metal, a banda está na ativa desde os anos 80, batalhando na cena metal mineira e brasileira.
Manu Joker teve suas primeiras experiências com o Angel Butcher, lançando demos que posteriormente foram relançadas no exterior, e teve uma passagem marcante pelo Sarcófago, lançando com a banda o EP Rotting (1989), que se tornou um clássico e referência para muitas bandas de metal extremo. Mas a principal referência ao trabalho e à capacidade criativa de Manu com certeza é o Uganga, banda que fundou em 1993 e que continua se desafiando e evoluindo a cada álbum.
No Otacílio, não poderia ser diferente. Com uma presença de palco cativante, a banda simplesmente destrói tudo, trazendo todo o público para frente do palco. A interação entre banda e público foi linda de se ver. – Leticia Malaguez
A banda gaúcha Mortticia com uma identidade única, entrega um heavy metal de pegada clássica e cheia de energia, com influências de grandes nomes do gênero e letras que abordam temas contemporâneos de forma revolucionária e provocativa. A banda também surpreende o público com uma releitura da trilha sonora de Stranger Things, transformando a melodia icônica em uma versão cheia de peso e dramaticidade.
Setlist: Limiar, Violence, Mother, Hear My Words, Life Is On (One Flower), Running Up That Hill, Ocean Of Change, Plethora. – Heide Luiza
Uma das atrações mais aguardadas do festival, Finita, traz uma sonoridade sombria e atmosférica que se destaca no cenário nacional. A banda de Santa Maria combina vocais líricos e guturais com uma instrumentalização intensa, fazendo com que o pavilhão do OTA lotasse de bangers ansiosos para esse show tão esperado.
O destaque da apresentação fica por conta do seu mais recente lançamento, Witch’s Laugh e música Valsa dos Exumados, que transporta o público para um universo obscuro e hipnotizante. Os teclados sombrios criam uma ambientação fantasmagórica, enquanto a bateria e as guitarras entregam uma parede sonora densa e poderosa.
Setlist: Intro, Lucifer’s Empire, Ascension, Aurora+Circle of the Damned, Doomsday, The Fall, Prophecy+Gates of Oblivion, Witch’s Laugh, Quicksand e Valsa dos Exumados. – Heide Luiza
Vulture – A banda foi formada na cidade de Itapetininga, interior de São Paulo, em meados de 1995 pelo guitarrista Adauto Xavier, praticando um violento death metal com pitadas melódicas. Quem já teve o prazer de assistir a alguma apresentação dessa banda sabe muito bem o que esperar.
Liderada pelo vocalista e guitarrista Adauto, a banda contou com uma performance sobrenatural, apresentando um death metal bastante tradicional e rápido, com um trabalho bem sincronizado pelo baterista e guitarras pesadas e diversificadas. Com muito peso e técnica, deixaram os bangers super empolgados com a apresentação, que não deixou nada a desejar, fazendo a galera bater cabeça do começo ao fim do show. – Leticia Malaguez
A veterana do death/doom metal Neófito, surgida em 1994 em Lages/SC, traz sua mistura de peso e melancolia. O álbum Eternal Suffering já foi considerado um dos melhores lançamentos do metal nacional, e a banda mandou uma apresentação impactante tendo em vista sua presença de palco contagiante. Os riffs arrastados e carregados de distorção criam uma atmosfera densa, enquanto as passagens atmosféricas se entrelaçam com momentos de pura brutalidade. – Heide Luiza
Hate Spectrum – Banda formada no Rio de Janeiro em 2022 por Eder Santana, que foi vocalista do Gangrena Gasosa de 2017 a 2021. A sonoridade da banda combina elementos do death metal que variam entre o old school e o contemporâneo, proporcionando uma atmosfera moderna e refletindo a identidade única do metal extremo nacional.
O mundo e sua realidade nos agridem diariamente, e o Hate Spectrum utiliza isso como combustível para rebater e criticar as atrocidades e problemas sociais. E quem estava no show conseguiu sentir de longe essa energia. Apesar da banda subir ao palco durante a madrugada e o público já ter diminuído, quem estava lá foi contagiado pela agressividade do som. – Leticia Malaguez
Voorish – É uma banda de black metal de Florianópolis, Santa Catarina, que surgiu em 2021. A banda é conhecida por suas letras macabras, vocal angustiante e bateria muito pesada. A Voorish se formou com o objetivo de expressar os sentimentos obscuros provocados pela pandemia e, mesmo sendo uma banda “nova”, já é considerada um dos grandes nomes do black metal no Brasil.
As temáticas abordam a misantropia, o satanismo, o desprezo pela raça humana, a morte e uma recusa ao positivismo. O vocalista Devil From Caos deixou todos impactados com seu vocal sombrio e angustiante. E assim se encerra a noite de sábado desse grande festival, que já vive há anos e nunca deixa de nos surpreender com tamanha dedicação. – Leticia Malaguez
DOMINGO – 09/03
Começando o domingo com uma pegada mais leve e sua insana presença de palco, a banda Sabiá Preto traz influências do rock, releituras, músicas autorais e um show animado para dar energia ao público matutino, sendo uma ótima escolha para fazer com que os bangers saíssem das barracas e fossem curtir em frente ao palco.
Setlist: Correntes, Estrela do Asfalto, Revolta, Fúria, Colapso, Cansaço. – Heide Luiza
A banda catarinense Rainfall aposta em um hard rock vibrante e cheio de energia, tendo influências em Judas Priest, Kiss e Scorpions. Mesmo com o público ainda se aquecendo e com o sol já rachando, os riffs contagiantes garantem que ninguém fique parado e mandam ver na manhã de domingo do OTA.
Setlist: Block Bad Thought, Mr. Goodman, All I Need, One More Time, Pieces of My Heart, We Rock, Down Your Head. – Heide Luiza
Debrix é uma banda nova na música pesada nacional, mas que não começa do zero. É uma química entre talentos e bagagem sólida entre cinco pessoas, resultando em músicas únicas e ritmo acelerado na carreira desde o início. Com doses pontuais de groove e virtuosismo, som direto e recheado de riffs, a banda entrega uma dinâmica intensa.
O quinteto de São José dos Campos chamou os bangers para a roda, e assim a galera foi se posicionando à frente do palco para quebrar tudo. – Leticia Malaguez
A banda catarinense Violent Crisis traz um thrash metal agressivo e empolgante, com o intuito de encorajar pessoas a enfrentarem os problemas mentais criados pela sociedade e de expor essa realidade. A pegada é direta, com baterias rápidas e riffs cortantes que fazem o público bater cabeça do início ao fim. A guitarra despeja palhetadas frenéticas, enquanto a bateria descarrega um ataque furioso, dando um show frenético para quem estava assistindo.
Setlist: In Malem Partem, Brutal Revenge, Rise of Leviathan, Helter Skelter Again. – Heide Luiza
Chaos Synopsis é uma banda de São Paulo que está comemorando 20 anos de estrada com riffs insanos, mosh pits violentos e pura destruição sonora. Que show insano, que energia contagiante! A banda chegou mostrando a que veio neste festival, trazendo caos ao vivo para o público.
Conhecida por abordar a história de serial killers de forma conceitual em cada uma das suas músicas, Chaos Synopsis atraiu a maior concentração de pessoas à frente do palco. Eu não vi ninguém parado nesse espetáculo de show! – Leticia Malaguez
Com uma apresentação grandiosa, a Malefactor representa o metal baiano com sua sonoridade pesada e influências pagãs. Com uma mistura de death metal e elementos sinfônicos, a banda entrega uma experiência única para os fãs do gênero. Os riffs atmosféricos e grandiosos se fundem com arranjos orquestrais, criando um clímax digno de um épico sombrio, enquanto os headbangers dominam a frente do palco em um frenesi de headbanging.
Setlist: Intro – Centurian, Behold The Evil, Cristozofrenia, Aghori, Necrolust in Thulsa Abbey, The Pit, Baron Samedi, Elizabathory, Barbarian Wrath. – Heide Luiza
Apesar do imprevisto com a queda de energia entre o show da Malefactor e Captain Cornelius, como mencionado no inicio da matéria, a produção do evento responde aos pedidos dos bangers e aguarda a energia retomar para dar continuidade nas últimas duas bandas. A Captain Cornelius sobe ao palco para não deixar ninguém parado. Porém, foi anunciado que a última banda, Trovoada no Soco, optou por não realizar o show e ficará para o cast do próximo ano do evento. – Heide Luiza
E para encerrar mais uma edição do nosso querido Otacílio Rock Festival, contamos com a banda Captain Cornelius. Unindo a liberdade e irreverência dos piratas com a força do rock (baixo, bateria, guitarra) e a diversão da tradicional música irlandesa (bandolim, banjo, acordeão e flautas), com pitadas de música punk, a banda está na estrada para festar, pular e dançar.
Buscando a essência da música folclórica por toda a Europa e tendo como principal objetivo o entretenimento do público, Captain Cornelius apresenta um repertório de covers de músicas tradicionais de países como Irlanda, Escócia e Finlândia, mescladas ao embalo do rock. O resultado são dois estilos musicais conhecidos por seu ritmo contagiante para festa e dança: o Traditional Irish e o Irish Punk. Tudo isso embalado pela irreverência pirata, com seus jogos, brincadeiras, shanties e o que a oportunidade proporcionar.
A banda entregou um verdadeiro espetáculo, com a galera dançando, fazendo trenzinhos e sorrindo muito. E assim terminou mais um ano desse lindo festival, que já nos deixa ansiosos para a próxima edição.
Obrigada, Denilson e Nany, por mais um ano desse grande e lindo festival! Que o Otacílio Rock Festival tenha milhões de edições pela frente. Nós, do Cultura em Peso, somos gratos por estar mais um ano com vocês. – Leticia Malaguez
Até o ano que vem, Otacílio Rock Festival!