3º BURRADA FESTIVAL FEZ TREMER O CERRADO TOCANTINENSE

Em três dias, o festival uniu diferentes movimentos artísticos em prol do rock

Assessoria Burrada

O Burrada Festival, evento de rock mais novo da Capital do Tocantins, Palmas, organizado pela banda palmense de hardcore, Mata-Burro, teve sua terceira edição no melhor estilo rock, bem do jeito que a galera palmense gosta.

 

Foram três dias de muita música e arte, sua programação contou com mostra de cinema, artes plásticas, fotografia e apresentações de 12 grandes bandas. O rock foi o tema de 4 a 6 de novembro no lendário Tendencies Music Bar, a melhor casa de rock do norte do Brasil.

Em seu primeiro dia inteiramente ligado as artes visuais e audiovisuais, três projeções fotográficas digitais com temáticas rock rolaram durante a noite. “As Cores do Barulho”, do fotógrafo e músico Emerson Silva Bento, que reúne imagens de diversos festivais de rock do estado do Tocantins, na mesma linha, a fotógrafa Karla Almeida, apresentou “Máquina do Barulho”, e com a temática “A convivência com a Natureza” a jovem fotógrafa, Gabriela Grammont, de apenas 16 anos mostra a influência que a natureza pode exercer sobre o homem.

 

A mostra de artes plásticas ficou por conta de Cláudio Macagi, poeta, músico e artista plástico que já participou de várias mostras coletivas e individuais em Salvador – BA, Paraíso e Palmas – TO. Seus painéis são esticados em vergalhões de ferro utilizados na construção civil e retratam na maioria das vezes uma realidade crua do ser humano. Sua técnica é o improviso e às vezes nos faz lembrar caricaturas e quadrinhos.
A exposição “Esculpindo Rock’n’Roll”, do artesão Dunga Carreiro, trouxe diversas mini-guitarras esculpidas em pedaços da casca do pé de cajá, frutos da ligação do artesão com a tradição familiar e a influência da música em sua vida.

 

O destaque ficou por conta dos documentários sobre música, exibidos pela equipe do Cineclube Miragem. Entre eles, Pânico em SP e O Mundo é uma Cabeça, o primeiro falando sobre os primórdios do Punk paulistano e o segundo, um passeio pelas ruas de Recife, contando a história da explosão do Mangue Beat.

No segundo dia os acordes de guitarras distorcidas começaram a aparecer e a tomar conta das dependências do Tendencies Music Bar. A noite contou com a apresentação de seis bandas tocantinenses.

 

A banda Praist deu o pontapé inicial e mostrou mudanças significativas em seu som, no seu retorno aos palcos após vários anos de hibernação. Com uma pegada mais “comercial”, segundo o vocalista Hugão.  O grupo se mostrou mais maduro misturando metal e hardcore com mensagens cristãs.

O Poetas do Caos, banda de Paraíso do Tocantins, cidade que fica a 62 km de Palmas, levou ao palco do Burrada um rock rural com características próprias destacando influências musicais de cada integrante. A Mistura de poesia, letras de protesto, performaces e o “rock n’ roll a La Camisa de Venus” levou o público ao delírio.

 

Mesmo sendo novata no cenário da capital, a terceira banda a subir no palco impressionou os presentes. Em sua segunda apresentação, os meninos do Thunder Rage atacaram com riffs destruidores e muita empolgação. Destaque para seu vocalista, Fred, que ensandecido, berrava no microfone deixando muito marmanjo veterano do rock de boca aberta.

 

A Super Noise, banda do sul do Tocantins, mais precisamente Gurupi, é hoje uma das promessas do cerrado. Liderada pelo vocalista e guitarrista Reuel Sedund, o grupo faz um som moderno misturando indie e ska embebidas em letras ora românticas, ora permeadas de lamentos de uma juventude perdida. O público dançou ao som do Super Noise.

 

Penúltima banda da noite, Casa de Cachorro, outra da capital que cresce a cada apresentação. O Power Trio adiciona em seu liquidificador punk rock e muito rock n’ roll, progressivo, fazendo assim uma boa mistura hard rock. Com qualidade e uma ótima presença de palco o grupo conquistou o público.

 

Para encerrar a noite de sexta o trio Asteroid 66, botou a maioria dos presentes para dançar ao som de um bom rockabilly, entre as músicas rolavam algumas piadinhas do descontraído Thom, baixo e vocal da banda. No meio do show com toda aquela adrenalina na galera, contaram até com um solo inusitado do Caveira, figura lendária do rock tocantinense, que praticamente tomou a guitarra de Elton e mandou ver um nada com nada maravilhoso para um bêbado que não sabe tocar.

 

A terceira e última noite do Burrada começou com os novatos do NSI, banda de Palmas formada por adolescentes que fazem um punk rock/hardcore bem cru. Ainda falta maturidade e um pouco de ensaio, mas foi uma boa apresentação para sua primeira vez em um grande festival.

 

De Araguaína norte do Tocantins, terra do boi verde, o Prozac foi a segunda a se apresentar, seguros e rasteiros o muleques chutaram o balde tocando seu hardcore do interior, algumas vezes lembrando Matanza outras Raimundos, mas com identidade própria.

 

A Baba de Mumm-Ra, o que falar das profanações do vocalista André Porkão. Auto definido como Profano Bode Core a banda mistura grind, brega, surf, hardcore, thrash, baladas e performances, tudo muito rápido e alucinante.

 

Os Brasilienses do The Squintz depois de abrir para o Marky Ramone na sexta-feira, na capital do Brasil, enfrentam 1.200 km para chegar a Palmas. Cansativo? Se foi os caras não deixaram aparentar, o público delirou ao punk 77 desse quarteto. Impressionante o bom gosto nas escolhas dos riff’s, das distorções e do repertório. Ficou claro que para os palmenses daquela noite a banda já é uma das grandes revelações do punk nacional.

 

Eis que surge então a anfitriã do festival. A banda de hardcore Mata-Burro fez um show cheio de confiança, mesmo com imprevistos nas cordas da guitarra do Thiago, vulgo Tubarão, que pediram arrego aos riff’s acelerados. Aproveitando o momento, o vocalista, Ithalo, puxou um breve e grandioso coro de parabéns a você ao baterista da banda, Rodolfo Carvalho, que fazia aniversário naquela noite.

 

Voltando ao show, agora com nova guitarra, o público parte para as rodinhas e enlouquece batendo cabeça a cada batida forte. O grande momento foi quando o back vocal, Emerson Bento, chamou ao palco grande parte da platéia que usava bandada, acessório que é uma grande marca do estilo, para curtir e cantar junto “Bandanas Pride”, uma das várias músicas de seu repertório “ligeiro”.

 

Para fechar a noite, a banda mais esperada do festival, NervoChaos, veterana no metal extremo Brasileiro, que antes mesmo de começar o show já atraiu vários headbangers para a frente do palco. Um show brutal, rápido e técnico que botou as mãos dos presentes para cima e fez surgir rodas moedoras em praticamente todos os sons, em especial “Total Satan”.

 

E assim foi o III Burrada, gerando aplausos do público e muitos elogios à organização ainda amadora da banda Mata-Burro. Que venha o 4° em 2011 e os próximos nos anos seguintes.

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!