ABSU: magia, mitologia e metal extremo no Equador
A banda lendária de black/thrash metal visitou Quito em 2025 para um ritual sonoro inesquecível
ABSU é uma banda de black/thrash metal formada em Dallas, Texas, em 1989, inicialmente sob o nome Dolmen, antes de adotar o nome definitivo inspirado na divindade suméria Absu, uma representação do oceano subterrâneo do caos.

Liderada por Proscriptor McGovern (bateria, vocais e principal compositor), Absu se caracterizou por sua abordagem esotérica e letras baseadas em mitologia suméria, celta e mesopotâmica, ocultismo, magia, ritualismo, alquimia e tradição mística.
O estilo musical de Absu fundiu o thrash metal técnico com elementos do black metal escandinavo, resultando em um som agressivo, veloz e complexo, mas carregado de intenção conceitual.

A cidade de Quito foi testemunha de um ato que transcendeu o simples conceito de show. A lendária banda ABSU, referência do black/thrash metal ritualista, visitou pela primeira vez a capital equatoriana, deixando para trás uma noite carregada de intensidade mística, poder sonoro e uma performance envolvente que ficou na memória dos presentes.

A cerimônia começou com a apresentação de War Execution, banda quiteña que não demorou a impor sua força no palco. Com riffs pesados, vocais guturais que sacudiam o local e uma performance cheia de presença, a banda conseguiu incendiar o público desde o primeiro acorde. Sua energia crua e direta fez vibrar os presentes, marcando um começo contundente para o que seria uma noite memorável.

Entre fumaça de tabaco e cervejas geladas, o público aguardava com expectativa a chegada dos guayaquilenhos do Malacatus, que subiram ao palco minutos depois, prontos para continuar o ritual.

O que se seguiu foi uma descarga implacável de sons ásperos e viscerais: guitarras carregadas de fúria, ritmos velozes e uma voz vinda das profundezas mais sombrias. Malacatus ofereceu uma performance potente, cheia de simbolismo e elementos ritualísticos, conseguindo envolver o público em uma atmosfera densa, mística e sombria.
ABSU: o retorno do sol esotérico aos altares do metal extremo no Equador
A espera havia terminado. O local começava a se impregnar de expectativa enquanto ABSU, uma das bandas mais influentes do black/thrash metal esotérico, ajustava os últimos detalhes técnicos para dar início a um ritual musical sem precedentes. O show prometia ser muito mais que um simples concerto: tratava-se de uma comemoração, um ato de culto sonoro em homenagem a uma de suas obras mais icônicas.
“The Sun of Tiphareth”, lançado em 1995, não apenas consolidou ABSU como uma entidade única dentro do metal extremo, mas introduziu uma abordagem conceitual e mística baseada no ocultismo, mitologia suméria e tradição hermética. Com este álbum, a banda fundiu brutalidade técnica com atmosferas ritualísticas, elevando o black metal a novas dimensões simbólicas e filosóficas.
Em 2025, completam-se 30 anos desde o lançamento desse marco, e a banda celebrou com uma turnê comemorativa que incluiu apresentações especiais, onde o álbum foi interpretado em sua totalidade. Quito teve o privilégio de fazer parte dessa invocação sonora. Nesta ocasião, membros da banda grega Zemial participaram como músicos de sessão, trazendo um apoio de qualidade e afinidade estética a essa experiência única.
O palco se transformou em um altar; as luzes, o som e a atmosfera envolveram o público em um transe coletivo que apenas bandas como ABSU podem provocar. Cada música foi executada com precisão e poder, evocando os antigos símbolos que acompanham a trajetória da banda desde seus primórdios.