Um domingo agradável na Barra Funda, em São Paulo, já dava sinais de que seria especial. Desde cedo, a galera se reunia animada em frente ao Porão da Cerveja, que abriu suas portas às 15h para receber um evento imperdível: o Movimento Punk Solidário, organizado pelo N.A.D.A. (Núcleo Audiovisual Anarquista). A ação teve como objetivo arrecadar fundos para a Jornada dos Povos, projeto que luta por moradia e direitos das populações tradicionais e periféricas.

O clima era de confraternização, com o público trocando ideias e interagindo com as bandas que iriam se apresentar. A energia já estava alta antes mesmo do primeiro acorde.

Quem abriu a tarde foi a banda Degradados Punk Rock, com um som cru, direto e agressivo, típico do hardcore punk raiz. Com uma pegada firme e letras carregadas de crítica social, o grupo preparou o terreno com atitude e peso, mostrando que a cena independente segue viva e combativa.

Na sequência, a Degeneração trouxe ao palco uma potente representatividade feminina. Suas letras de protesto abordaram temas como feminicídio e a luta das mulheres, um retrato importante do Brasil atual. A apresentação foi carregada de energia e atitude, marcando mais um momento impactante da noite.

Em seguida, o Desacato Civil tomou o palco com uma presença intensa, especialmente do vocalista, que rapidamente conquistou o público. Um momento marcante foi a presença de uma criança no palco durante a apresentação, adicionando ainda mais alegria ao show. As letras afiadas da banda abordaram temas sociais, com destaque para a luta da favela do Moinho — última favela do centro de São Paulo — que segue resistindo bravamente. O grupo ainda convocou todos para uma audiência pública na Assembleia Legislativa em defesa da moradia, reforçando seu compromisso com a comunidade.

Encerrando a noite, a consagrada Asfixia Social fez uma apresentação impecável. Com muita técnica e presença de palco, a banda mostrou por que é um dos grandes nomes da cena underground. O público correspondeu com dança e cantorias intensas, num momento de pura conexão e celebração da música e da resistência.

O evento ainda teve uma pausa importante para falar sobre a Jornada dos Povos, iniciativa que articula a defesa de comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras e moradores de periferias, lutando por direitos e dignidade no campo e na cidade. Um lembrete poderoso da importância de unir música, arte e ativismo.

Mais do que um show, o domingo foi um ato de solidariedade e resistência. Que venham mais eventos assim onde cultura e luta caminham lado a lado.

Obrigada a todos os envolvidos @n.a.d.a @poraodacerveja @asfixiasocial @desacatosocial @degradadospunkrock @degeneraçaohc. Fotos por @primelophoto

 

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