Foto cortesia @bangersopenair – @diegopadilha – MHermes Arts

Banger Open Air chega ao seu terceiro e mais violento dia, não que nos outros dias o coro não comeu solto também, mas esse terceiro e último dia do Festival foi consagrado por ícones do Death/ Thrash Metal como Dorsal Atlântica, Vader, Nile, Destruction, Kerry King…ufffa, foi literalmente de tirar o fôlego de qualquer um, ao meio dia a gente já estava colado na grade e assim foi até a noite, degustando a nata do Metal pesado e quebrando o pescoço como tem que ser um Festival desse porte.

 

Terceiro dia – 4/05 – Domingo

 

Black Pantera

Chegando no Memorial não tive tempo nem para tomar uma água porque o Black Pantera já estava se posicionando no Sun Stage e tinha que atravessar o Memorial inteiro para chegar no palco, ainda em tempo de colar na grade, queria ver muito a banda ao vivo, os Mineiros de Uberaba têm feito um barulho muito grande no meio, não só pelo engajamento, mas também por fazerem Shows de uma competência ímpar e foi isso que fomos conferir lá na frente. Realmente já subiram no palco com uma introdução de Mussum cantando “Tenha Fé” com Originais do Samba no telão, e começam o set deles com “Candeia” do novo disco da banda “Perpétuo” e já incendiaram o publico que ainda chegava, mas já lotava quase todo espaço do Sun Stage, um calor bem incômodo, tocando no pico do meio dia, sol a pino, inclusive Chaene (baixo/vocal) brincava com a galera agradecendo por virem almoçar com eles, mas o  calor e o sol foi obsoleto frente ao show muito bem executado, os caras são muito bons ao vivo e sempre estavam interagindo com todo mundo, como na música “sem anistia” em que abriram uma roda só de minas e no refrão cantavam “só as minas”, teve Wall of Death, teve Circle Pit, teve agitação sem parar no show deles, que ficou a certeza que os caras vêm numa crescente muito boa e ainda vão dar muito o que falar na cena Nacional.

 

Setlist:

Candeia

Provérbios

Padrão é o caralho

Seleção Natural

Ratatatá

Mosha

Perpétuo

Fogo nos racistas

Sem anistia

Tradução

Revolução é o caos

Boto pra fuder

Foto cortesia @bangersopenair – @ArthurWaismann – MHermes Arts
Foto cortesia @bangersopenair – @ArthurWaismann – MHermes Arts

 

 

Dorsal Atlântica 

Assistir a um show da Dorsal Atlântica é voltar no tempo, aos anos 80, onde a Banda foi um dos grandes exponentes do Metal Nacional, a mistura de Metal com Hardcore foi uma grande novidade em pleno Rock In Rio 1, quando laçaram o Split “Ultimatum” e depois em 1986 com “Antes do fim” e no ano seguinte “Dividir e conquistar” fez com que a banda alcançasse um sucesso que os alavancou a uma das maiores bandas de Metal da época. Seus shows sempre foram extremos, Carlos Lopez (guitarra/ vocal) sempre foi engajado em seus discursos não só políticos, mas filosóficos também,  e claro que não deixou de ser nesse, mas começar o Show tocando “Guerrilha” foi o prenuncio do show que viria, de volta aos anos de ouro da banda, a maioria das músicas baseadas nos dois primeiros discos da banda foi literalmente música para nossos ouvidos, relembrar de músicas como “Caçador da noite”, “Inveja”, “Metal Desunido”, “Tortura” e vários outros clássicos da banda teve um toque de nostalgia entre todos que ali se encontraram para celebrar um dos ícones do Metal Nacional, eu, hipnotizado na grade cantando com a banda todas as músicas, saí de lá feliz da vida e ali fiquei, no Sun Stage, porque já vinha outra pedrada na cara e não dava pra deixar esse show de lado, os Poloneses do Vader já estavam a postos pro seu show.

Infelizmente não tivemos acesso ao setlist da Dorsal Atlântica, mas pelo descrito deu para perceber que quem é fã da banda e não compareceu a esse show perdeu.

Foto cortesia @bangersopenair – @MarcosHermes – MHermes Arts
Foto cortesia @bangersopenair – @ArthurWaismann – MHermes Arts

Vader

Os Poloneses do Vader voltam ao Brasil e desta vez para tocar em um palco grande, com estrutura boa, som impecável, aí eles deitaram e rolaram na sua apresentação. Um show de deixar todos ali perplexos tamanho o nível de intensidade desse show. O show deles também foi marcado por antigos clássicos da banda, nesse caso achei que poderiam tocar algumas músicas do “Dark Age”, só tocaram a música título, mas cabia mais uma pelo menos no show e não tocaram nenhuma de um dos álbuns que eu mais gosto da banda que é o “Solitude in Madness”, tirando isso, a brutalidade comeu solta, até teve um princípio de treta por causa da roda, mas rapidamente resolvido entre as partes e aí, a desgraça (no bom sentido) ficou no palco e o Vader sabe bem como fazer com que todos presentes abrissem uma roda gigante e bangueassem sem parar, com a galera na mão, tornou-se um prato cheio para mais um show perfeito, devo ressaltar novamente o som desse palco foi brutal, souberam extrair uma qualidade perfeita e só temos a agradecer os grandes shows proporcionados. A surpresa no final do show ficou por conta da Marcha Imperial do filme Star Wars, de onde foi inspirado o nome da banda.

 

Setlist:

Wings

Black to the Blind

Dark Age

Go to Hell

Carnal

Silent Empire

Triumph of Death

Unbending

This Is the War

Helleluyah!!! (God Is Dead)

Foto cortesia @bangersopenair – @welpenilha – MHermes Arts
Foto cortesia @bangersopenair – @welpenilha – MHermes Arts

Kerry King

O Grande guitarrista do Slayer vem ao Brasil com seu projeto solo e fez um show de cair o queixo dos mais críticos. O Slayer “acabou” e tem gente que ainda não caiu a ficha e fica criticando o trabalho dos caras fora a banda e Mr. Kerry King quer que se foda tudo isso, chegou chegando com sua banda, sons novos, banda muito competente e fez um showzaço sem precedentes nesse Bangers Open Air, temos que dar a mão a palmatória, o cara sabe como fazer com competência isso tudo, obvio, vide a trajetória dele, mas enfim, o show foi baseado no único disco da banda “From Hell I Rise” e alguns Covers (de Slayer é claro) mas também da “Killers”, sim do Iron Maiden, que quase derrubou as estruturas do Memorial da América Latina, a sequência de “Raining Blood/ Black Magic” foi algo de tirar o folego de quem ali estava e a nós, pobres mortais, só nos resta admirar que um dos Deuses do Metal ainda continua na ativa, bem, com uma banda maravilhosa e nos brindando ainda com esse show impressionante.

 

Setlist:

Where I Reign

Rage

Trophies of the Tyrant

Residue

Two Fists

Idle Hands

Disciple

Killers

Shrapnel

Raining Blood

Black Magic

From Hell I Rise

Foto cortesia @bangersopenair – @diegopadilha – MHermes Arts
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Nile

Nile é uma banda Estadunidense de Brutal Death Metal formada em 1983, e já é uma das bandas mais cultuadas no meio, e eu estou aqui buscando na memória se eu já assisti alguma vez um show tão brutal na minha existência. Fiquei absorto, tentando entender o foi aquela massa sonora intensa, o que foram aqueles três frontman cantando, cada um com seu estilo, a noite caindo ainda foi o cenário perfeito para destruição total. Os caras são não tem a mínima frescura, um petardo atras do outro, sem refresco para quem estava no front, para cada musica tocada uma roda que se abria, quando menos esperamos o show já estava no final e quem não percebeu isso é porque ficou tão abstraído com show que nem viu o tempo passar. O show navegou por todas as fases da banda para o deleite dos fãs que cantavam e banguearam todas que tocaram, um show que vai ficar guardado na gaveta da brutalidade da vida, esperando alguém vencer essa batalha agora.

 

Setlist:

Stelae of Vultures

To Strike With Secret Fang

Sacrifice Unto Sebek

Defiling the Gates of Ishtar

Vile Nilotic Rites

In the Name of Amun

Kafir!

Sarcophagus

Lashed to the Slave Stick

Black Seeds of Vengeance

Foto cortesia @bangersopenair – @welpenilha – MHermes Arts
Foto cortesia @bangersopenair – @welpenilha – MHermes Arts

Destruction

Os Alemães do Destruction foram colocados aos 45 min do segundo tempo no festival, após a desistência do I Prevail do fest e graças ao bom Devil (nada contra o I Prevail) conseguimos presenciar um show histórico nos palcos do Bangers Open Air, pela primeira vez ao vivo, eles comemoram os 40 anos do álbum de estreia, “Infernal Overkill” e tocaram o disco na íntegra, sim senhores, foi o que presenciamos  lá e não se tem ideia do quanto isso foi significativo para todos os fãs da banda, além de chegarem de última hora ainda nos presenteiam com esse espetáculo. Luzes sempre sombrias, não teve um flash de luz branca durante todo show, foi sombrio, sinistro, envolvente, o show te remetia sempre aos anos de ouro do Metal, após tocarem o “Infernal Overkill” de cabo a rabo, achamos que “ahhh que pena, acabou o show, podia ter mais”, sem ninguém no palco toca a introdução de “Curse the Gods” e aí o coraçãozinho aqui quase não aguentou, emendam uma sequencia de perder os cabelos de tanto banguear, tocando a “Total Desaster”, olhei para meu amigo Johnny ao lado e disse, para ser o melhor show do Festival só falta eles tocarem a “Mad Butcher”. Pedido feito, pedido realizado, só clássico dos anos 80, quem assistiu esse show pode confirmar o que estou dizendo, foi o melhor show desse Bangers Open Air, foi de lavar a alma e, esperamos o próximo, que seja nesse nível de bandas, parabéns a todos envolvidos, foi um grande Festival, feito aqui no Brasil e não deve nada para os grandes festivais da Europa e falo isso com conhecimento de causa.

 

Setlist

Invincible Force

Death Trap

The Ritual

Tormentor

Bestial Invasion

Thrash Attack

Antichrist

Black Death

Curse the Gods

Total Desaster

Nailed to the Cross

Mad Butcher

Destruction

Thrash ‘Til Death

Foto cortesia @bangersopenair – @ArthurWaismann – MHermes Arts
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