A banda norueguesa Mayhem, que faria show no Bar Opinião essa semana, em Porto Alegre (RS), teve seu show cancelado pela produtora na semana passada, e o assunto continua repercutindo fortemente. Em nota, o Opinião manifestou insegurança com a possibilidade de colocar pessoas em risco caso a banda se apresentasse:
Nos últimos dias fomos surpreendidos com uma enxurrada de informações graves e posts nas redes sociais referentes ao show da banda Mayhem, marcado para acontecer no Bar Opinião. Nestes seus 40 anos, o Opinião é um dos espaços mais democráticos de Porto Alegre.
Porém, o Opinião considerou alguns fatos para tomar suas decisões: os movimentos nas redes sociais tanto pró quanto contra o evento, comentários suscitando manifestações no local e imediações do Bar e o potencial risco à integridade física de todos os envolvidos.
No entanto, devido a uma série de evidências, grupos e militantes antifascistas já estavam denunciando a banda por associação com o nazismo. Um deles foi o professor de filosofia Judz. Segundo o professor, “o vocalista do Mayhem deu uma entrevista em 2009 na qual diz ler coisas esotéricas que os nazis gostam, relativiza a Alemanha ter sido a única a causar mal, que os alemães sofrem com esse ‘carma’ e diz gostar do tom provocativo que os símbolos dúbios do Mayhem usados por nazis”. Abaixo, uma reprodução do que é possível encontrar na internet sobre a banda.
Em entrevista ao Cultura em Peso, Judz, que é pesquisador da área, afirma que existem acusações há muito tempo sobre a banda, e a denúncia ampliou o debate junto à bancada antifascista. “Não cabe a mim decidir o que vai ser feito, porque existem fatos e declarações da própria banda que não foram inventadas, elas existem mesmo”, disse o professor.
