O festival Best of Blues and Rock marcou presença em São Paulo em sua 11° edição no parque do Ibirapuera dia 22 de julho. O evento também passou pelo Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.
As atrações foram vistas por um público diversificado que em suma, agradou emos, a galera do hardcore, o clássico blues e claro, os headbanguers, que não deixaram de prestigiar o headline da noite, o Zakk Sabbath
A line up da vez foi marcada por duas presenças nacionais, Di Ferrero e CPM22, grandes guitarristas do blues, Eric Gales e Joe Bonamassa, e a banda tributo ao Black Sabbath capitaneada pelo guitarrista Zakk Wylde.
Di Ferrero
Começando os trabalhos as 14h, o ex-vocalista da banda NxZero Di Ferrero, trouxe um show que mescla os sucessos e hits de sua antiga banda com seu trabalho atual. Apesar do horário relativamente cedo, um público considerável estava lá prestigiando o cantor que fez uma apresentação animada, empolgando os saudosos “emos mais velhos”.
CPM22
Banda ativa desde 1995, vieram com uma amostra do que sabem fazer de melhor em quesito apresentação, apesar do sol escaldante. Os clássicos hinos da banda não foram poupados e logo de início o público vibrou e cantou com a banda. De fato, foi uma sensação nostálgica de quem viveu o hardcore brasileiro.
Coletiva de Imprensa
A coletiva de imprensa ocorreu por volta das 16:30 com todos os artistas lideres de cada banda, ou seja, Di ferrero, Badauí, Zakk, Eric e Joe Bonamassa. O clima foi de descontração e curiosidade, foram feitas perguntas relacionadas a impressões e expectativas de cada um com seus respectivos shows, perguntas mais técnicas e claro, não iria faltar a clássica das impressões sobre o Brasil.
Eric Gales
Após o término da coletiva, foi a vez de dar espaço as atrações internacionais. Abrindo o espaço, o guitarrista prodígio, agora nos seus 49 anos, é um dos principais nomes contemporâneos do blues. Eric chega empolgado ao palco e não demora a mostrar a que veio, uma energia tão boa que contagiava até quem se quer um dia o ouviu.
A banda de apoio do músico também é digna de elogios, todos muito bem sincronizados e harmônicos. Realmente um show eletrizante, não tem melhor palavra para definir. Em meio a tentativas de um palavrão em português de Gales e uma simulação do que seria o toque do berimbau na guitarra, a apresentação foi uma ótima escolha para o fim da tarde.
Suas músicas próprias são longas, portanto o set fica menor se comparado aos outros shows, mas não deixa desejar. Covers foram tocados como, Kashmir do Led Zeppelin e Back in Black do AC/DC.
Joe Bonamassa
O experiente músico sobe ao palco já no início da noite. Nesse momento o espaço do público já está quase que todo preenchido por olhares atentos. No palco, o jogo de luzes coloridas já trazia um efeito mais exposto e presente e os telões mais visíveis com o anoitecer.
Todos esses elementos fizeram uma imersão surreal a apresentação de Joe e sua banda. Excelentes músicos, a técnica do guitarrista é indiscutível, a raiz do blues tocava na alma e causava arrepios. Entre músicas mais agitadas e lentas, é perceptível a mescla do que há de moderno e contemporâneo em sua música, uma junção que cai muito bem aos ouvidos.
Preciso destacar as INCRÍVEIS vozes Jade McCrae e Danielle De Andrea, backing vocals da banda. Não tem o que definir aos ouvir essas mulheres cantando, só apreciar e sentir a emoção que elas mesmas colocam em seus trabalhos.
Zakk Sabbath
A hora da atração esperada chegou às 20h30! Zakk sobe ao palco antes de iniciar a apresentação com um óculos engraçado, que eu não consegui definir devido à escuridão, fazendo um vídeo da plateia com bonecos na mão.
Deve-se salientar que a banda é um projeto cover do Black Sabbath como o próprio nome já indica, o que dividiu opiniões já que Zakk tem projetos autorais, do qual o próprio já se apresentou nesse mesmo festival quando o evento era gratuito.
Mas, se tratando de Black Sabbath, não há tempo ruim, e como esperado, o trio não deixou a desejar. Ao lado dele, seus companheiros: John DeServio no baixo e Joey Castillo na bateria.
Com um setlist recheado de clássicos, porém, não focados exclusivamente neles, a banda não deixou de lado músicas como “Supernaut”, “Snowblind”, “N.I.B.” e “War Pigs”, a banda não deixou ninguém parado. Wylde, com sua guitarra quase que em chamas e seu estilo impecavelmente técnico, dominou o palco e conduziu a plateia em uma verdadeira viagem no tempo pelos grandes momentos do Black Sabbath.
O show do atraiu um público bastante diverso, desde fãs antigos até jovens que descobriram a banda recentemente ou que nunca tiveram a oportunidade de ver de fato a banda em que se faz jus a homenagem (eu mesma).
Embora seja uma banda tributo, cada integrante faz o seu papel individualmente, o que não passa aquela impressão de banda cover, ninguém tenta imitar ou soar igual aos membros originais, esse é o toque que faz eles serem quem são, e claro, não poderia faltar a marca registrada de Zakk tocando a guitarra atrás de sua cabeça.
Não há dúvidas da qualidade do evento para o público em geral, clima bom, qualidade do som estava na medida, havia opções de bebidas. Foi uma boa pedida para aquela tarde gostosa em um dos melhores pontos turísticos de São Paulo.