O Cultura em Peso teve o prazer de entrevistar o guitarrista e fundador da banda BLOODHUNTER, Dani Arcos.

O BLOODHUNTER é uma excelente banda Espanhola (região da Galícia) de Melodic Death Metal, surgida em 2008, que produz música de alta qualidade aliada ao primoroso conteúdo visual de seus vídeo clipes e de suas apresentações ao vivo.

A banda possui um time de peso que conta com: Diva Satânica (Vocals), Dani Arcos (Rhythm & lead guitars), G. Starless (Rhythm & lead guitars), Daniel Luces (Bass guitar & backing Vocals) e Carlos Vivas (Drums).

Dani Arcos, nos contou sobre a trajetória da banda desde seu início, passando  pelo lançamento da primeira demo THE FIRST INSURRECTION (2013) até o último trabalho lançado em 2020, a reedição do primeiro álbum da banda incluindo faixas bônus de registros ao vivo durante a THE TOUR OF FAITH (2018-2019). Além de conversarmos sobre os novos projetos e as perspectivas para o futuro da banda.

Eu e o Cultura em Peso agradecemos ao grande guitarrista Dani Arcos pela disponibilidade e parceria de sempre!

1- Dani, diga-nos onde e quando surgiu a ideia de montar o BLOODHUNTER. O que te influenciou e te motivou a entrar nesse universo de música extrema como guitarrista?

“Comecei o BLOODHUNTER porque estava tocando em outras bandas e as músicas que eu cumpunha não gostavam ou não se encaixavam muito. Cheguei a ter muitas músicas prontas, então eu criei a BLOODHUNTER para começar a tocá-las e gravá-las. Acho que a primeira música que fiz foi Dying Sun. Na verdade, venho da clássica escola de Heavy Metal. Comecei a tocar guitarra porque o irmão de um amigo tinha uma e nos divertimos tocando músicas do Iron Maiden. Mais tarde, meu tio me apresentou “Rising Force” de Yngwie Malmsteen e foi aí que comecei a praticar seriamente. BLOODHUNTER é um projeto de música extrema porque a voz está em gutural. Se você mudasse sua voz gutural para uma voz melódica, você veria a música do BLOODHUNTER de forma diferente.”

2- Quais são as principais realizações de Bloodhunter que você poderia mencionar e você está mais orgulhoso? Quanto às apresentações em outras cidades ou países, participação em festivais e colaborações com outros músicos e bandas.

“Sempre procurei ter objetivos adequados a cada momento, e também objetivos que pudessem ser cumpridos. O mais difícil, provavelmente, foi ter uma formação estável na banda. Passei uns 4 ou 5 anos tentando encontrar os músicos certos para fazer o projeto funcionar. Eu até tive que começar do zero mais de uma vez. O resto dos objetivos são alcançados por ser consistente e trabalhar: lançar 2 álbuns com relativo sucesso; tocar em grandes festivais espanhóis (Resurrection Fest, Rock the Coast, Rock Legends…); colaborar com alguns de seus ídolos, como Marios Iliopoulos no primeiro álbum ou com Alexi Laiho nas 100 Guitarras de Hel…”

3- O que tem sido trabalhado na banda durante a pandemia e quais são as estratégias do BLOODHUNTER para se manter ativo e motivado durante esse período?

“Íamos começar a gravar o terceiro álbum quando a pandemia chegou à Europa e ficamos confinados em casa. Além disso, já estávamos pensando no material, conversando com gravadoras… e de repente tudo parou. Para mim era um fracasso muito grande e decidi não gravar nada até poder voltar ao normal. Quando vimos que a normalidade levaria anos para voltar, decidimos gravar a versão de Gilded de Cradle of Filth e A Twist of Fate to Come, uma nova canção, para mostrar que ainda estávamos vivos. Agora aprendemos nossa lição e estamos gravando o novo álbum.”

4- Como surgiu a ideia de relançar o primeiro álbum da banda em 2014? Que tem como bônus o EP (Live in Madrid). Como foi o impacto desse material?

“A primeira edição desse álbum foi sold out por alguns anos. Houve pessoas que nos perguntaram onde poderia comprá-lo e não tínhamos mais cópias, então achamos que era uma boa ideia relançá-lo. O problema é que relançar o mesmo álbum é pouco atrativo, então gravamos o show que demos em Madrid em 2019 e incluímos algumas músicas. Além disso, a nova obra de arte é muito mais marcante do que a original. Eu acho que é importante que os fãs que não puderam de nos ver ao vivo possam pelo menos nos ouvir.
Sempre fui um grande fã de discos ao vivo. Por exemplo, Live After Death do Iron Maiden ou Live & Loud de Ozzy Osbourne são dois dos meus álbuns favoritos. Gosto mais de músicas ao vivo do que no estúdio. Acho que a mesma coisa acontece com o BLOODHUNTER. Quando as pessoas nos vêem ao vivo, sempre nos dizem que gostam muito mais de um do que outro.

5- Qual foi o impacto no BLOODHUNTER quando a Diva Satânica ingressou como a nova vocalista da banda Nervosa e quais são os aspectos positivos que você observa desde então para o BLOODHUNTER?

É uma boa oportunidade para ela a nível pessoal. Sempre dissemos que esse tipo de oportunidade deve ser aceita. BLOODHUNTER é uma banda pequena e seria mesquinho pensar que alguém não poderia combinar duas bandas, porque não tocamos muito e tentamos gravar um novo álbum a cada 2 ou 3 anos. Em vez disso, Nervosa é uma banda de primeira linha e, quando possível, eles vão tocar muito ao vivo. Podemos resumir que o BLOODHUNTER é um hobby e Nervosa é um trabalho!

6- Um novo álbum do Bloodhunter está sendo produzido. Em qual estágio vocês estão? O que podemos esperar deste novo material em termos de sonoridade? Podemos esperar surpresas, como participações especiais?

“Guitarras bases e solos já foram gravados. Neste álbum G. Starless também participa como compositor e guitarra solo, então ele está atualmente gravando seus solos. Decidimos incluir 12 músicas, embora já havíamos preparado mais. Acho que vai ser um bom álbum, porque todos nós melhoramos tecnicamente em comparação com o álbum anterior: Diva tem muito mais registros vocais, G. Starless tem ideias muito boas quando se trata de compor e contribuir para as músicas, Dani Luces tem se preocupado que o gravemos da melhor forma possível para que o álbum soe muito menos antiquado e mais moderno; e Carlos já aprendeu todas as músicas da banda, então vai ser muito divertido. Em relação às colaborações, haverá várias colaborações, algumas de primeira linha.”

7- É perceptível que o Bloodhunter sempre investiu em videoclipes e gravações de performances ao vivo de alta qualidade. Como você vê essa relação entre qualidade musical e visual para o crescimento e promoção da banda?

“Nós realmente não investimos para promover ou crescer. Não sou músico, não vivo de música e não finjo viver de música. Gosto de fazer música e tentar fazer o meu melhor o tempo todo. Faço isso para me orgulhar do meu trabalho. Se não estou orgulhoso, não publico. Eu entendo que tentar acertar as coisas ajudou a banda a crescer, mas acho que o objetivo é fazer algo de bom e qualidade. Eu acho que as pessoas, em geral, querem fazer algo bom para crescer e se promover, mas a chave é fazer algo bom para você, cobrar de si mesmo… e o resto virá sozinho. Também é importante a visibilidade, fazer um monte de coisas, movimentar as mídias sociais… a esse respeito, eu não faço isso tão bem. Eu sou dos que fazem o trabalho que “não se pode ver”.”

8- Como é a cena do heavy metal na Espanha para o BLOODHUNTER? Antes da pandemia havia muitos eventos e possibilidades de apresentações ao vivo? Há muitas bandas de qualidade? Quais bandas de heavy metal underground na Espanha você poderia nomear e recomendar aos leitores do Cultura em Peso?

“Na Espanha existem muitas boas bandas de todos os gêneros: Angelus Apátrida, Vita Imana, Stravaganzza, Astray Valley, Ruthless, In Mute, Against Myself… O problema é que estamos todos parados agora, porque se você planeja uma apresentação ao vivo, as chances são de que você terá que cancelá-lo. Até os festivais que estão trabalhando para serem realizados em 2021, mas as autoridades têm a palavra final e também podem não ocorrer. Claro, segurança está em primeiro lugar. Pessoalmente, prefiro esperar o que é necessário e que todos nós juntos possamos aproveitar a cultura novamente assim que superarmos essa pandemia.

9- Quais são os próximos objetivos do BloodHUNTER, durante e depois da pandemia?

“Por enquanto, devemos terminar de gravar o álbum e lutar para lançá-lo nas melhores condições possíveis. Enquanto não puder ser tocado, começaremos a compor o quarto álbum.”

10- Dani, muito obrigado pela entrevista e pela parceria de sempre! Agora o espaço é seu! Deixe sua mensagem aos leitores da Cultura em Peso.

“Muito Obrigado! Uma saudação a todos os fãs e um abraço para você, Diego!”

Conheçam mais detalhes sobre a história, integrantes e discografia da Bloodhunter visitando o site e as redes sociais da banda:

Homepage: http://www.bloodhunter.net/

Instagram: @bloodhunterband

Facebook: BLOODHUNTEROficial

Youtube: BLOODHUNTER

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