Véspera de feriado no Rio e os fãs de rock de todas as idades se reuniram para testemunhar um evento que ficará marcado na história da música. Sob os holofotes no palco do Qualistage e olhares atentos, ninguém menos que Bruce Dickinson, o lendário vocalista do Iron Maiden, estava pronto para oferecer uma performance que eletrizaria a todos os presentes.
Antes que Dickinson pudesse assumir o palco, a multidão já estava pulsando de expectativa com a presença da banda de abertura de rock progressivo, o Noturnal. Com uma mistura contagiante de riffs poderosos e uma energia crua, liderada pelo vocalista Thiago Bianchi, a banda, composta por Saulo Xakol (baixo) e Henrique Pucci (bateria), estava acompanhada pelo jovem guitarrista Victor Franco.
A Noturnal incendiou o palco, preparando o terreno para o que viria a seguir. Os fãs foram imediatamente cativados pelo som único e a presença de palco da banda. O Thiago que dominou todo o palco, se mostrou firme e profissional mesmo com o pouco tempo de ensaio e se jogava no meio da galera com entusiasmo demonstrando que sabe como levar um bom show com ordens expressas do próprio dono da noite. “O homem mandou agitar vocês” diz o vocalista Thiago Bianchi.
A interação de Thiago com a plateia foi algo surreal, ele estava radiante com o convite de última hora de Bruce para tocar nos últimos 3 shows aqui no Brasil da “Mandrake Project” e não escondeu toda a emoção ao falar. A banda que também estava em turnê com Edu Falaschi, fez um show completo, afinado e poderoso para ninguém colocar defeito, demonstrando controle sob o palco e que não tem medo de ousar, citando versos de Racionais entre as músicas, e não foi surpresa de que fizeram com muita maestria.
A atmosfera atingiu um novo momento de ansiedade quando as luzes se apagaram e, à medida que a banda foi entrando, Dave Moreno (bateria), Mistheria (teclados), Tanya O’Callaghan (baixo), Philip Naslund (guitarra) e Chris Declercq (guitarra) deram o nome em “Accident of Birth” e “Abduction” na introdução e carregaram a melodia para se cantar em alto e bom tom.
Bruce sabia o quanto era esperado pelo público enlouquecido e chega dominando o palco desde do primeiro momento, mostrando porque é considerado um dos maiores vocalistas do rock de todos os tempos. Sem playback e acompanhado somente por sua banda, ele leva a todos a uma imersão que abrangiu seus anos dourados até os dias de hoje.
Philip Naslund toma o palco, joga palheta para os fãs a todo momento e interage com os outros músicos. Mistheria que leva seu teclado vermelho portátil para todo lado que lembra muito as bandas de pop rock dos anos 80/90. O momento em que Bruce toca “Teremim” com certeza foi histórico e, antes da banda voltar, Bruce ainda faz seu solo de percussão que leva o público à loucura, mostrando que o tempo não fez nenhuma diferença.
À medida em que o show chegava ao fim a energia do ar era palpável. Os fãs não queriam ir embora e foram atendidos com mais um pouco de Bruce e sua banda, que voltou para nos deliciar com mais alguns minutos de sua voz potente. Bruce ainda ressoava nos ouvidos mesmo após ter deixado os palcos. Ficou claro que essa noite seria lembrada como uma das noites mais memoráveis da turnê. E é claro que Bruce aproveitou para deixar um toque de ansiedade nos fãs, anunciando a vinda do Iron Maiden em 2024 e sua possível volta em 2025, deixando todos os presentes na esperança de poder ver esse grande artista novamente.