Buril, Sarria, 5 de dezembro de 2023…

A noite caía fria e desagradável enquanto nossos passos se encaminhavam para esta pequena sala, o auge da cultura underground de Lugo. Assim que chegamos, percebemos que o ambiente reinante no local era ideal para um concerto de metal extremo, mas não vamos adiantar acontecimentos… Um grupo local, BAIXO ZERO, subiu ao palco ansioso para cativar o público com riffs de rock and roll “como para umha boda” e misturando músicas originais com algumas versões conhecidas.

Músicas amplamente reconhecidas como “El Vals del Obrero” do Ska-P, “Sex on Fire” ou a versão de Toxicity conseguiram animar os ânimos do público, que já estava animado a essa altura. Os cinco jovens de Sarria demonstraram que ainda há coisas acontecendo nos lugares pequenos e que o rock não está morto… Cerca de meia hora depois, impaciente para ver os portuenses exibirem seu melhor, subiu ao palco a banda Godiva. O espanto causado pela apresentação da banda fez com que eu não prestasse atenção na incrível bateria que Gaspar Ribeiro martelava incessantemente até bem avançada a primeira música. O visual dos músicos era impressionante…

De fato, os artistas portugueses costumam cuidar muito bem desses detalhes em suas apresentações, mas o caso da Godiva merece, ao meu ver, um sobressalente. Ricardo Ribeiro fazia soar aquela guitarra afinada bem grave, conforme os cânones do estilo mandam, e bem apoiado por André Matos na outra guitarra, desvendaram as notas das músicas que compõem seu álbum “Hubris”. A única pena foi que o público que compareceu ao Buril (a sala não estava cheia) permaneceu muito frio, talvez influenciado pela noite que caía. Pedro Faria, a voz da Godiva, percebendo isso, não parou de animar o público para que estivesse à altura do show que estávamos presenciando. Pouco a pouco, o público foi se animando e os músicos puderam continuar com um show totalmente impecável, tanto musical quanto visualmente, já que repito, a apresentação é muito boa, típica de bandas com uma trajetória muito mais extensa. Outra coisa que devo reconhecer é que meu colega e eu sentimos falta de Arcélio Sampaio no baixo, mas a verdade é que, com essa tremenda bateria e a forte presença de Faria, o vocalista principal, o resultado estava sendo imbatível. Uma hora e meia depois, André, que também agia como apresentador, encerrou o show e todos os presentes aplaudiram por um bom tempo… os lusitanos mereciam bem isso.

 

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