O Tattoo Music Fest 2024 prometia ser a edição mais ambiciosa até agora, e cara, ele cumpriu. Como uma tatuagem feita às três da manhã bêbado, este festival teve momentos sublimes… e outros que foram puro desastre.

No seu terceiro ano, o TMFMX voltou a assumir o Pavilhão Cultural Universitário da UdeG, a sua habitual casa, mas desta vez com um palco mais alto, um cartaz mais carregado e um espírito de caos que parecia injectar Monster directamente nas veias. Dois dias, uma mistura de rock e rap, e um cardápio de caos que incluiu tatuadores de todo o mundo, concursos de skate, lutas de boxe, área gamer e até área infantil para que as crianças possam aprender desde cedo que o metal e a tinta não morde.

Carcass

Dia 1: Rock é coroado em um mar de atrasos

O primeiro dia foi o paraíso dos cabelos desgrenhados e meia-calça preta. Depois de anos relegado à sombra do rap nas edições anteriores, o rock finalmente se vingou e varreu um salão lotado. As Fokin Bitches acenderam o pavio com sua atitude irreverente e sua mensagem feminista, e uma energia que levantou até os mais apáticos, enquanto Dissident se encarregou de lembrar a todos porque eles são uma lenda local.

Mas se algo marcou o dia foi o momento. Ray Coyote sofreu um atraso de 10 minutos que, como um efeito dominó, acabou sendo uma hora e meia de caos para as agendas das bandas que vieram depois. Quando as bandas posteriores subiram ao palco, já estavam mais perdidas do que um emo numa banda de ska.

E por falar em confusão, os “influenciadores do metal” – aqueles seres cuja única função é atrapalhar a área de imprensa – fizeram uma aparição estelar, confirmando que são a coisa mais desnecessária desde as bandas tributo ao Maná, mas por algum motivo os promotores Eles insistem em acompanhá-los, o que eles podem fazer?

O som não fez muito para salvar o dia. Se na pré-festa podíamos culpar o Fórum da Independência, aqui não havia desculpas. Foram os equipamentos, a acústica, ou talvez alguma maldição deixada por uma banda que tocaria no dia 2. Mas ninguém pareceu reclamar muito, por que quem precisa de perfeição técnica quando você tem riffs sangrentos do Carcass e The Casualties fazendo o todo? salto no corredor Como se estivéssemos em 1999?

Carcass
Disidente
Ray Coyote
The Casualties

Dia 2: Rap à deriva

Se a rocha enchia o pavilhão, o rap deixava lacunas. A expectativa era grande, mas desde que começou com o Feebac, vencedor do concurso de freestyle anterior ao festival, o clima ficou fraco. O caos na programação foi ainda pior do que no dia anterior: artistas saindo atrasados ​​de dois shows, enquanto aqueles que estavam prontos aguardavam nos bastidores, provavelmente se perguntando se alguém da organização tinha ideia do que estavam fazendo.

Sofía Gabbana saiu do barco no último minuto, sendo substituída pelos Los 98’s, coletivo patrocinado por C-Kan, que tentou salvar o dia com um set decente, mas não conseguiu compensar a falta de energia. O LNG/SHT, na tentativa de fazer magia, apresentou o seu conhecido set, mas agora adaptado ao ska, na companhia da Orquestra Amigos e Conhecidos, que lhe deu um toque diferente e fresco.

No final, Los Socios del Ritmo – sim, os mesmos que todos vimos nas festas de família – encerraram o dia com uma reviravolta tão estranha quanto inesperada. Cumbia em festival de rap e tatuagem? Sim. Funcionou? Surpreendentemente, sim. Porque quando tudo mais falha, nada une mais as pessoas do que um bom “Chorar e Chorar”.

LNG/SHT
Los Socios del Ritmo

A tatuagem imperfeita que todos queremos repetir

Apesar do caos, dos atrasos e dos influenciadores atrapalhando a ação, o TMFMX 2024 deixou sua marca como uma tatuagem que você fez por 200 pesos na adolescência, mas que, de alguma forma, você acaba gostando. A comida melhorou (milagre!), os tatuadores fizeram mágica e os momentos caóticos foram tão memoráveis ​​quanto as bandas que conseguiram animar o público.

O desastre de agendamento será resolvido até 2025? O rap voltará a reivindicar o trono que manteve nas edições anteriores? Quem sabe. Mas se uma coisa é certa é que este festival continua a ser uma tela caótica de música, tinta e emoção que todos queremos que continue a ver crescer.

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