Entrevista realizada em 23/10/2009
Feita por Laurencce Martins e Lennon Seawulf
Com Emerson Leik (Baixo) e Fernando Alencar (bateria)
Fala galera da sessão Death Metal do Cultura em Peso. Aqui é Laurencce Martins e hoje estou aqui juntamente com meu amigo Lennon Seawulf. Agora vamos falar com dois integrantes de uma das bandas mais lendárias do Metal Mineiro, criada em 88 por Wagner “Antichrist” (Sarcofago) e que recentemente lançou o álbum “Drinks From Hell”. Estou falando com Emerson Leik (Baixo) e Fernando Alencar (Bateria) da banda Cirrhosis.
Lennon: E aí galera do Cirrhosis. Pra começar, como está sendo a repercussão do último álbum de vocês?
Fernando: Cara, a repercussão está sendo boa, principalmente no exterior. O nosso som é mais focado para a público da Europa e Estados Unidos. Está sendo muito bem aceito pelo público.
Emerson: A gente percebe pelos fanzines. O lançamento oficial (álbum) será só no dia 5 de dezembro, com a galera do Obituary lá em Belo Horizonte. Então, a partir daí a gente já vai começar a fazer turnê para divulgar melhor. Por enquanto é só através dos zines pra gente saber como está a divulgação.
Lennon: A gente pode ver que o Cirrhosis é uma das bandas mais tradicionais de metal extremo da cena mineira e de Uberlândia, uma das mais antigas que está na ativa. Pela estrada que vocês já tem, como é o respeito das outras pessoas em relação a vocês?
Emerson: A verdade é que outras bandas sempre tem aquela “rixazinha”, não é? Nós somos mais respeitados fora. Isso é normal. Uberlândia é uma cidade que tem muitas bandas então a galera começa a fazer aquela rixa, cada um quer defender o seu. Fora a gente é muito mais respeitado. Não quer dizer que aqui a gente não seja respeitado, somos também. Mas pelo fato de se ter muitas bandas, começa a ter muitas rixas e começam a fechar o espaço. Como fecharam hoje aqui, é um exemplo. Era pra gente estar tocando aqui mas já “tesouraram” a gente.
Fernando: Não é questão de “tesourar”. Não é que a gente vai atrapalhar, mas eles tem um pouco de receio de colocar a gente lá (Jambolada 2009) e a gente apagar eles. É mais ou menos assim!
Laurencce: Pelo que vocês percebem, vocês acham que isso acontece só cena mineira ou tem em todos os lugares? Os eventos de São Paulo não valorizam as bandas de São Paulo e valorizam as bandas mineiras, por exemplo, isso ocorre?
Emerson: A gente troca muita ideia com bandas de fora, com a galera de São Paulo também. A mesma coisa que acontece aqui acontece lá. Sempre tem essa rivalidade local. A banda quando sai pra fora sempre tem mais respeito.
Fernando: Independente disso, o Cirrhosis não é rival de ninguém. O Cirrhosis, cara, é feito pra todo mundo. Para a galera que curte. E a gente influnciou, querendo ou não, essa nova safra que está surgindo, principalmente em Uberlândia. Teve banda aí que já abriu o show da gente em 2002. E estão aí hoje (com as rixas)…
Lennon: Falando sobre o som da região, tanto de Uberlândia como de Minas, tem alguma banda que vocês acham que está se destacando na cena e que vocês queiram indicar?
Emerson: É difícil falar aqui na região aqui (Uberlândia) pois tem tanta banda e seria até injustiça citar alguns nomes e esquecer outros. Mas no cenário mineiro, que é o mais forte do Death Metal, são nossos amigos de Belo Horizonte que já estão na estrada há bom tempo. Seria injusto eu falar os nomes aqui de Uberlândia pois são muitas bandas boas. A gente respeita e apoia.
Fernando: Eu não gostaria de citar nomes, não, mas tem várias bandas aqui em Uberlândia que podemos elogiar sim.
Lennon: Comenta um pouco pra gente sobre o processo de composição e inspiração do Cirrhosis.
Emerson: Cada disco do Cirrhosis é uma fase diferente, uma época diferente. As letras e a própria sonoridade retratam o que está acontecendo no momento com cada integrante. Isso reflete muito nas composições. Algumas coisas que a gente falava antes, como alcool e mulheres, já começam a dar espaço para outras coisas como a socidade, do ódio existente na sociedade e essas coisas que parece meio banal mas que está sempre presente. No fundo a gente curte mais as composições novas que é um amadurecimento da banda.
Fernando: Drinks From Hell, por exemplo, é uma música que mostra o que se passa no fundo da alma humana. O inferno em que vive o ser humano, mais ou menos isso.
Lennon: Quais são os álbuns que vocês mais gostam e que vocês pegam como influência.
Fernando: Cara, em questão de influência eu sou cabeça aberta pra caralho. Então eu ouço desde o Hard Rock até o Black Metal extremo. Mas eu destacaria na minha formação o “Altars of Madness” do Morbid Angel, que é um dos álbuns que eu mais ouço, assim como o Carcass e o Napalm Death. Mas eu destaco mais o Morbid Angel que é uma banda que me influenciou muito. Outra banda é o Obtuary também, que sempre teve uma influência muito grande na minha parte de composição.
Fernando: Como baterista, a minha primeira influência foi o Vinny Appice do Black Sabbath. Quando eu vi aquele cara tocando em 82 no Live Evil, eu decidi começar a tocar bateria. E depois tive com influência o Dave Lombardo do Slayer.
Laurencce: Pessoal, obrigado pela entrevista. E pra fechar, deixem uma mensagem para o pessoal do Cultura Em Peso, para os fãs de Cirrhosis e para as bandas que estão começando.
Emerson: A gente agradece ao Cultura em Peso pelo espaço. E o que eu tenho a falar pro pessoal é que acreditem em seus sonhos pois todo mundo é capaz de chegar aí onde a gente chegou. Qualquer banda que está começando, tendo aquele “feeling” e aquela força de vontade, vai chegar aonde quer. A gente deixa um abraço pra todo mundo que apoia o Cirrhosis. E a gente também sempre está aí pra dar um apoio para que está precisando, como as bandas novas, eu acho bacana isso aí.
Fernando: O que eu quero dizer é o seguinte: precisaríamos de mais união. Como não tem, vamos fazer o quê? O sol nasce pra todo mundo. Estamos aqui, o Cirrhosis está aí e vamos pra frente de todo jeito, querendo ou não estamos aqui.
Lennon: É isso aí, galera, valeu. Cirrhosis em breve mandando um novo som aí pra gente!
Laurencce: Valeu pessoal e até breve.
contato:
www.myspace.com/cirrhosisoldschool