[Primeira parte por Rafael Alexandre Tamanini]
Nos dias 17 e 18 de março aconteceu aquele que já se tornou um dos maiores nomes dos festivais catarinenses, o 12º Otacílio Rock Festival.
A fazenda Cambará foi mais uma vez o local do festival e, particularmente, acredito ser um dos melhores lugares para festival de SC. Com um espaço grande para camping e uma boa estrutura, além de ser isolado (porém não muito longe) torna o lugar perfeito para aqueles que vão curtir o festival ou mesmo para aqueles que preferem ir pelo acampamento.
Esse ano tivemos uma mudança na estrutura do festival que deixou de ser Open Air. Isso devido a realização da reforma do telhado do galpão do lugar que tinha sido um dos fatores responsáveis pela opção do open air em anos anteriores.
A banda de Lages JOHN LIAR teve o prazer de ser a banda de abertura do festival tocando músicas do seu EP de 2015, com um hardcore muito bacana e que trouxe o público para iniciar o agito. Com um show de aproximadamente oito músicas e uma ótima presença no palco os lageanos conseguiram cumprir seu papel no festival
Na sequência uma das pratas da casa: LEGADO FRONTAL que tocavam pela 11ª vez no festival. A banda que estava inativa voltou exclusivamente para tocar no festival na sua cidade com músicas do seu EP: “Guerra Não Tem”. Foi novamente um prazer poder ver a banda no palco com seu metalcore.
A WARHELL, da cidade de curitibanos-SC ,foi a terceira banda do festival. A banda que tem um som Death / Trash metal veio para quebrar tudo com seu som pesado e foram responsáveis por algumas rodas da galera e responsável pelo primeiro dos meus roxos recebidos no festival. A banda que já se aproxima de 11 anos de estrada mostrou que o tempo só ajuda a ficar cada vez melhor.
Seguindo com mais Death metal, a banda de Benedito Novo – SC CEREBRAL CANNIBAL veio também quebrar tudo. Uma das coisas que ficou muito marcante na apresentação das bandas foi o fato de suas músicas terem letras em português. Particularmente acho muito bacana o fato de sairmos um pouco do tradicional na língua inglesa e partirmos para nosso tupiniquim.
Também de Curitibanos – SC, veio a banda MISANTHROPE. A banda faz tributo a banda Death. Com um show pesado e com um tributo de qualidade a banda foi responsável por agitar o povo apesar de não contar com um som próprio.
Para fugir um pouco do extremo, a banda DON CAPONE de Orleans – SC trouxe um rock and roll mais clássico intercalando músicas do seu recém lançado EP “Corpo Fechado” com diversos covers de Beatles à Ramones. Puxando para um blues a banda tocou com muita vontade e demonstrou estar à vontade depois de tantas bandas de metal extremas.
Entre as bandas, tivemos a presença dos grandes organizadores do festival: Denilson, Nani e Elienai, que nos brindaram com a excelente notícia de que o festival está garantido para 2019 e terá a inclusão de algumas bandas na sexta-feira para a alegria de todos os presentes.
A primeira banda de fora do estado e Headliner a tocar no festival foi a banda ATTRACTHA de São Paulo. Tocando um hard rock com uma pegada de progressivo. Um excelente show técnico e muito marcante foram tocadas músicas como “Payback Time” e “Unmasked Fire” do seu último álbum “No Face To Fear What´s Buried Inside You” de 2016.
Também de São Paulo, a banda de Death/Black metal JUSTABELI veio com seu som pesado, extremo e polêmico com músicas com temas de ocultismo e críticas ao cristianismo vindas de seu último lançamento de 2015, o albúm “Cause the War Never Ends…” com as porradas “The Worst of Fire Storm”, “Soldiers of Satan”, “Parabellun” entre outras. O Show foi porrada do começo ao fim.
E com mais paulistas seguiu o festival com a aguardada banda SELVAGERIA, com seu Thrash Metal clássico e, como já havia comentado acima, com o diferencial de ter suas músicas também em português. A banda agitou muito os presentes e tocou suas músicas dos álbuns “Ataque Selvagem” e o homônimo “Selvageria”. Com suas guitarras rápidas e vocal afiado a banda foi responsável por gerar muitas rodas e porrada entre os presentes no show.
[Segunda parte por Vanessa Boettcher]
Depois de muita selvageria no pavilhão, os guris da banda gaúcha HORROR CHAMBER subiram no palco trazendo toda a brutalidade do death metal. Vindo de Canoas – RS, eles fizeram um show avassalador, e foi como se a banda estivesse em sua própria casa. Sabem aqueles vizinhos que são sempre bem vindos… pois é. Tocaram no seu Cast a Eternal Torment, que dá nome ao CD lançado em 2016, seguindo com Work Slave, Believe in the Faith (Burn), Living in Disease (novo single lançado este ano), Dawn of Madness, Clown Killer, Blood Obsession e enceraram com Perverse Mind.
Chega a hora de mais uma headliner entrar em cena. A banda MIASTHENIA, formada em 1994, veio lá de Brasília com sua proposta de extreme pagan metal que fala sobre as histórias e mitos pré-colombianos, das guerras do século XVI entre cristãos e pagãos na América e também sobre a resistência à evangelização dos povos locais. Com letras cantadas em português e com gutural, começaram com Novus Orbus Profanum, Antípodas (que inclusive dá nome ao seu último álbum), Araka’e, Ossário, Coniupuyaras, Entronizados na Morte, Dimensão Totêmica Ancestral e, pra finalizar, 13 Ahau Katún (vale conferir o videoclipe). Sem dúvidas, foi um show memorável. Espero que venham mais vezes para o sul.
Continuando com mais metal extremo, mais uma banda de death sobe no palco. Formada em 1996, a banda GESTOS GROSSEIROS, de Guarulhos – SP, tem suas músicas todas cantadas em inglês e, além de ser uma banda veterana de muita qualidade no som, tem o diferencial de ter o baterista como vocal (o que particularmente acho muito interessante). Eles não decepcionaram o público e fizeram uma apresentação brutal excelente. O set foi o seguinte: Humanity Victory, Killing with the Religion, The Ambition, Crushing the Cross, Slaves of Imagination, Lord of the Lie e Intellectual Death. A banda ainda fez um Medley com as músicas Human Destruction e Countdown Kill e terminou o show com In the Name of God.
Quase acabando os shows de sábado, muitos já estavam “apagados” em suas barracas (ou qualquer outro canto que fosse possível dormir…hueheuehue). Mas, como não poderia ser diferente, muitos headbanguers ainda estavam “bem vivos” aguardando a última banda e, para manter toda essa galera em pé agitando no mosh, nada melhor do que a RED RAZOR pra fechar a noite com um thrash metal bem toppersonn (o Fabricio Valle vai me xingar pelo “toppersonn”… shuauashua). Vieram lá de Florianópolis e trouxeram no setlist Carmina, Wish You Were Beer e um medley bem bacana com Temple of Lies, Malignant Cell e Shut Up and Mosh. Tocaram ainda Born in South America, Sour Power, Bomber (Motorhead), Beer Revolution, Napalm Pizza, Violent Times, Red Razor e nos deram ainda dois bis com Alive e o cover Strike of the Beast (Exodus).
No domingão, antes que batesse aquela bad básica de último dia, a banda ATHO iniciou seus trabalhos. Banda de hard/heavy de Otacílio Costa, eles acordaram a galera com seu setlist autoral, que começava com Anger, seguido de Greed, Lost My Voice, Laziness, Inconsequent Life, Free & Wild e também False Dreams. Bacana também foi o cover que a banda fez em homenagem à tão querida e catarinense Orquídea Negra, tocando a música Surrender. Acho muito massa quando bandas locais valorizam e apoiam o trabalho de outras bandas da região.
E a “tchurma” mais encachaçada e serelepe do fest foi a CAPTAIN CORNELIUS, que não deixou ninguém parado no salão. Melhor “matinê” irish punk impossível. Tocaram músicas das bandas Dropkick Murphys, Happy Ol’McWeasel, Flogging Molly, Korpiklaani, Alestorm, The Dreadnoughts além de outras músicas também conhecidas da galera como The Irish Rover, Bugger Off e I’ll Tell Me Ma.
Lá de Curitiba-PR, veio a banda BAD BEBOP trazendo um heavy metal com bastante groove e uma pitada de stoner pra gente. Também com um setlist autoral, executaram as músicas Deceiver, Crossfire, Vicious, D.O.A., Greed e Trouble. Além dessas, a banda também tocou covers do Faith No More, com a Digging the Grave e também tocaram War Pigs, do Black Sabbath.
Retornando mais uma vez à Santa Catarina, a banda VÁLVERA de SP fez um excelente show de heavy metal. Trouxeram um setlist com músicas, em sua maioria, do álbum Back To Hell e também duas do primeiro disco Cidade em Caos. Começaram com The Skies Are Falling, logo em seguida tocaram a música Extinção e seguiram com Dying in the Wrong Life, The Traveller, Demons of War (que teve uns moshes muito massa e bem ligeiros), King of Despair, Cidade em Caos e terminaram o show com a Back To Hell.
E trazendo altos thrash metal para termos mais quebraceira no domingo, veio a JAILOR lá de Curitiba – PR. E pensa no agito da galera bangueando e “se batendo” ao som dos caras. Logo de início já mandaram a Jesus Crisis, em seguida a Human Unbeing e a Stats Of Tragedy, que inclusive dá o nome do segundo disco da banda. Seguindo esse set massa, pudemos curtir ainda Throne of Devil, Never Ending War, Merciless Punishment, Jailor, Ephemeral Property e pra finalizar BUNIIITO, Six Six Sickness.
O enceramento do festival ficou à cargo de outra headliner: a banda TAURUS, de Niterói – RJ, trazendo também mais thrash metal para o público. Eles que vieram com sua tour Signo de Taurus comemorando os mais de 30 anos da banda. O show foi memorável, com um setlist que iniciou logo com a Signo de Taurus, em seguida Mundo em Alerta e depois veio a Batalha Final. Mas não parou por aí… O set seguiu ainda com Império Humano, Fissura, Desordem e Regresso, Falsos Comandos, Trapped in Lies, Pornography, Rebelião dos Mortos, Damien e Massacre. Se acabou? Não! A Taurus ainda tocou de bônus as músicas Dias de Cão e, repetindo, a Mundo em Alerta.
Então “zenti”, quem foi no OTA 2018 e achou do caralho levanta a mão! \m/
Um dos melhores festivais de SC, o Otacílio Rock Festival realizou sua 12º edição e trouxe no cast o total de 19 bandas de vários estilos dentro do rock e metal. O fest começou no sábado, mas, como sempre, teve o “kakedo” que já foi chegando na sexta-feira pra beber, fazer bagunça e aproveitar mais do fim de semana. Digo isso porque também fui na sexta pro Parque Cambará, e foi muito massa. Heuheuhue. Todos ficaram felizes com a notícia de que a próxima edição teria bandas tocando já na sexta-feira. Isso é incrível e era algo que faltava para o festival ficar mais do caraaaaleo ainda. Haha
Foi incrível reencontrar a galera que a gente só consegue ver nos festivais. Por isso que esses eventos não podem morrer e devem se fortalecer cada vez mais. Como tem acontecido há um tempo já, o pessoal da organização dos outros festivais de SC estavam lá reUNIDOS novamente para dar apoio ao Ota e planejar o que já está sendo (como afirmou o Adriano Ribeiro) “o início de uma nova era aqui em Santa Catarina. Pois todo mundo vai ouvir falar de SC como o estado do rock! O rock e o metal serão aqui em Santa Catarina, podem ficar tranquilos”. Que alegria foi ouvir isso… Espero que dê tudo certo e que não só os organizadores, mas todos, desde o público, bandas e também nós da imprensa possamos colaborar para que tudo isso que vivemos e gostamos nãoseja vencido pelo que a mídia brasileira vem querendo nos “impor”.
Quero agradecer ao Denilson, à Nani, ao Elienai e à todos os envolvidos por nos proporcionar um fim de semana maravilhoso. Mando um salve para o Guigo e a Leandra do Urussanga Rock Music que sempre estão presentes nos fests. O pessoal do O Subsolo também… Perdão se não lembrei de alguma mídia aqui… rsrsrs. E um salve também vai para os fotógrafos que fizeram registros preciosos do evento. Nos vemos no próximo fest tigrada. UHUUULLL \m/
FOTOS das bandas do sábado:
FOTOS das bandas do domingo:
FOTOS DO PÚBLICO:
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