Há momentos em que o ideal é sair numa quarta-feira à tarde, principalmente se o encontro for ver os lendários DEAD BOYS que estiveram acompanhados pela banda VÁSTAGO no SALA X, organizado pela KIVENTS.
Para aquecer os motores, quem mandava era a banda de hard rock VÁSTAGO, vinda de San Roque, Cádiz. No início, como era de esperar, infelizmente, não havia muita presença de pessoas na área de audiência (poderia dizer-se que seriam cerca de 20 ou 30 pessoas) mas, à medida que o espectáculo ia evoluindo, esta ia enchendo aos poucos.
Com muita pontualidade, começaram com La Carretera de los Muertos seguido de El Rock del Esclavo apresentar-se ao público. Depois de continuar com ¡Oh Capitán!, Chegou a hora das apresentações continuarem com Sin Dios ni Amo. O som hard rock do grupo era bastante animado e contagiante, mas pude perceber que houve uma série de momentos em que o timing não estava certo, mas eles souberam consertar rapidamente mostrando que sabiam se comunicar com total facilidade sem precisar falar. Continuaram com Conspiración e Amor Carnal enquanto a sala se enchia de mais gente e continuavam a desfrutar cada vez mais do ritmo animado do trio de Cádiz. Eles continuaram revisando sua discografia com a música que dá nome ao seu último álbum, Aries, para voltar aos trabalhos anteriores como Que Viene el Lobo. Eles não poderiam deixar passar a oportunidade de homenagear sua cidade com sua música San Roque Rock City e a reivindicação de Libertad. Para dar o toque final à apresentação, encerraram com Tú e mais uma de suas grandes músicas e, acima de tudo, com uma grande mensagem: Superwoman sairá com uma grande ovação do público antes de dar lugar ao destaque da noite.
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Devo dizer que o som do VÁSTAGO era muito bom, transmitiam uma energia bastante positiva e poderosa. Além disso, eles tiveram uma tarefa bastante difícil: ser a banda para dar início ao evento em um dia complicado como uma quarta-feira. Removendo aquele pequeno erro do metrônomo que souberam neutralizar entre si, demonstrando a grande harmonia e cumplicidade que os três têm entre si.
Chegou o momento que todos esperavam e, portanto, eles reservaram um tempo em suas agendas para ir para a SALA X esse dia: era o momento em que o quinteto liderado por CHEETAH CHROME, DEAD BOYS subiram ao palco.
Com uma introdução com toques espanhóis com aquela trombeta, já começaram a animar a sala que estava lotada praticamente até a metade para ver a festa que estava por vir. E tudo começou com um estrondo com Sonic Reducer e All This & More. Os movimentos de MARK e SAM no palco capturaram toda a atenção dos presentes, sem falar nos momentos de Mark falando em espanhol quando apresentou What Love Is aproveitando que a data “mais romântica”, o Dia dos Namorados, estava chegando. Embora, de certa forma, as demonstrações de amor não parassem por aí quando continuaram com Caught With the Meat in your Mouth e Flamethrower Love. Não só havia movimento no palco, como as pessoas na plateia se contagiavam com aquela energia que transmitiam e não paravam de dançar ao ritmo do punk rock enquanto High Tension Wire e I Won’t Look Back continuavam tocando.
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A união entre as duas partes foi verdadeiramente fascinante, o grupo foi como uma dose de adrenalina que fez com que as baterias do seu corpo tivessem uma potência surpreendente. So Sad e I Need Lunch foram um bom exemplo disso, porque para onde quer que você olhasse, todos estavam pulando, se movendo ao som da música, ou não piscavam. Eles pareciam um redemoinho ansioso para destruir tudo que estava à sua frente, embora parecesse que tudo estava chegando ao fim quando tocaram Not Anymore e Son of Sam. Depois desse momento, eles se retiraram por um momento para os bastidores para recuperar energias e dar o toque final com Down in Flames, Tell Me e Ain’t it Fun.
Hoje, CHEETAH CHROME é o único integrante original que resta na banda, mas tem conseguido se cercar de excelentes músicos que fazem tudo se encaixar como um maquinário que funciona perfeitamente. Um bom exemplo disso foi o concerto que deram em Sevilha que foi memorável e, estando num dia complicado devido ao dia da semana, tiveram um apoio verdadeiramente brutal e a festa que deram foi inesquecível.
No geral, a festa de rock que aconteceu naquela noite em Sevilha não parecia ter sido realizada numa quarta-feira: muita gente num grande ambiente festivo, boa música ao vivo e uma atitude tanto por parte das bandas como das pessoas que compareceram que queriam que continuasse e não parasse a noite toda.