Activista da palavra armada e criadora do reggaeton feminista, entre muitas outras coisas, Lúa Mosquetera é uma poetisa minhota habituada a fazer dos seus recitais ao vivo a desculpa ideal para que o seu verbo se torne selvagem e perigoso. Dessa natural necessidade de se expressar, surge um quadrilátero poético sem meias medidas. Cara a cara em que o espectador sucumbe a explosões brutais de intensidade à queima-roupa, sentimentos apaixonantes que transcendem a sua proximidade ao nosso dia a dia. Da sua coleção de poemas, tecidos em cadência livre, estabelece-se uma ligação direta com cada um dos mecanismos comportamentais que continuamente nos rodeiam, e que Lúa sacode nas suas intensas linhas tortas. Ou, como ela diz: “Um poema é a fotografia de um sentimento que, colocado no papel, dura para sempre.”

Bala se encarregará de acompanhar seus poemas entre explosões elétricas, tão características de sua fórmula stoner punk. As mesmas que formulam através da intensidade vulcânica das suas canções, onde também há paralelos com Team Dresch ou Bikini Kill. Referências ao grande motim Riot GRRRL ocorrido no início dos anos noventa e que, por contacto direto ou onda de choque, influenciou a personalidade musical de BALA, gerando a base perfeita para colocar o pano de fundo perfeito às palavras de Lúa.

 

 

 

 

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