Sobre o disco que iremos falar hoje, vamos de K.I.M.I que estreia com seu debut, o intitulado “LIHA“.
Confesso que estou ansioso para ouvir aqui e deixar minhas impressões sobre este trabalho, o qual irei começar a falar em breve.
Este finlandês promete entregar um trabalho que fala sobre a vida e questões do cotidiano, os compromissos, as responsabilidades e o que se espera de nós e como se portar em uma hecatombe de emoções.
Tendo como fuga apenas se expandir com sua arte/música caótica, para não se perder no meio de tantos desafios. Mas com uma pegada Deathgrind, então o que se pode esperar é um som demasiadamente brutal, pois soma-se a brutalidade do Death Metal e a violenta insanidade do Grindcore, às vezes mais inconstante e menos cadenciado.
O que se sabe sobre K.I.M.I?
Já sabemos que é de origem filandesa e a proposta é um som absurdamente pesado.
Até ai, Ok? É o que gostamos!
K.I.M.I é uma banda de um homem só, projeto de Kalle Ylönen, que além de música, pretende lançar também joias vikings e artesanatos artísticos.
Diferente, né? Meio que vai na contramão de tanta brutalidade sonora, mas o que pode ser interessante. Uma forma a mais de dar vazão ao estresse do dia.
Neste relato incluirei ainda Tuukka Ojansivu, apoiador do projeto e um dos responsáveis pela produção, gravação e responsável pelos arranjos do disco. Que foi mixado e masterizado por Pasi Löfgren no Inka Studios.
Agora que sabemos um pouco mais, sobre K.I.M.I, bora ouvir as faixas e comentar sobre;
LIHA é um disco que contém 8 faixas:
1. Intro
2. Piina
3. Raatelija
4. Liha
5. Huuto
6. Pirut
7. Hemicrania
8. Lohtu
Para começar, vamos de:
1. Intro – Sobre esta faixa, após o play, começa com ruídos que vão ganhando forma, uma guitarra acústica e vozes aparecem ao fundo do instrumental, faixa curtinha e que dá as boas-vindas à quem escuta.
2. Piina – Começa como se fosse uma continuação da Intro, mas que em seguida revela um poderoso e assombroso gutural, onde se percebe a faceta sinistra do que está por vir.
Senti um pouco de Black Metal escandinavo na pegada do som, formidável.
Faixa que transmite fúria, constância e poder. Com peso transmite muita confiança e ciência do que se está fazendo.
A condução marca o tempo e deixa o ar mais denso. Outra faixa curta, mas intensa.
3. Raatelija – Esta já começa pedrada, Death Metal e Grind em nuances que se revezam e com a diferença, que possui vocais mais abertos e uma bateria que os pedais brilham e se destacam, com um baixo que estala bonito e riffs que lhe seguram, ao mesmo tempo que já vem aquela vontade de bangear.
4. Liha – A expectativa é alta para a faixa título do disco e normalmente e no meio do disco, cria-se muita ansiedade sobre o que vem. A guitarra e a pegada da bateria me fizeram lembrar por um instante do Slipknot, só que com um vocal mais obscuro, mas que só cresce e traz a pegada do Grind e Deathcore.
5. Huuto – Já começa bem mais na linha Death Metal, e os vocais de Kalle Ylönen são percebidos de uma forma mais dinâmica. Vocal urrado intercalado com vocais guturais monstruosos. Com direito a efeito eletrônico na música, que meio que dá uma quebrada para desacelerar e encerrar.
6. Pirut – Na minha singela percepção, a faixa mais pesada do disco até o momento.
Mesclou bem elementos de um Blackened/Death Metal. Faixa cruel e que vai ficando cada vez mais intensa, ao ponto de não conseguir escrever aqui na mesma proporção que o som se mostra.
Opa, temos aqui a minha faixa preferida, com direito a um solo poderoso à lá Krisiun.
Algo ainda não visto tão destrinchado como nas outras faixas do disco.
Uma faixa onde se soltou toda a fúria disponível no mundo.
7. Hemicrania – Depois da faixa “Pirut”, o que pode se esperar? Bora dar o play e vamos ver o que acontece: Opa, temos um som com punch e diferente.
Talvez a faixa mais” amena” do disco, que inicia com guitarras que marcam o ritmo.
“Amena” não quer dizer que não seja pesada. As risadas denotam loucura e desespero e medida que vai avançando vai tomando uma atmosfera ainda mais caótica culminando em vômito, remetendo a ânsia de existir, talvez. Surpreendendo termina tão sinistra quanto “Pirut”
8. Lohtu – Na vida, infelizmente ou felizmente, tudo uma hora tem um fim, confesso que fui arrebatado por este trabalho. Acredito inclusive que poderia ter mais uma faixa.
Pois ficou o sentimento de que poderia ser possivel extrair mais coisas.
Mas por fim, chegamos a última faixa do debut “LIHAH“.
Bora dar o play e ver o que acontece … A faixa apresenta, pela primeira vez, vocais limpos e que já deixam mesmo aquela sensação de que está acabando. Bem melancólica, me surpreendeu ao mesmo tempo que deixou um certo espaço para acreditar que viria algo brutal a seguir. No geral termina como começou, com o disco sendo tirado da agulha. A impressão é que Kalle Ylönen estava ouvindo disco junto comigo.
Dica final, ouça sempre com fones de ouvido, muita coisa se perde ao não utilizar seus headphones. Sons cheios de detalhes e que as emoções variam de faixa para faixa.
Algo muito bacana, pode soar meio clichê o que vou dizer, mas as faixas se comunicam e se interligam em fragmentos.
No geral, é um disco que gostei muito e a cada vez que se ouve mais, mais elementos são descobertos. O processo criativo do disco não se prendeu a ficar em algo totalmente direto e reto. O som tem ondualações, o que permite “falar”, o que se quer dizer sem soar repetitivo ou batendo na mesma tecla.
A experiência do disco teve aquele pegada de separar aquele bom vinil e parar para apreciar. No geral é sim um disco que é com certeza um belíssimo disco de estreia que merece, sim, ser ouvido, seja pela temática das letras e/ou pelo modo que a música é conduzida. Falar de coisas do cotidiano é falar sobre coisas reais e nisto dou valor.
Um maravilhoso full EP.
Informações:
https://www.facebook.com/kymipaja
https://www.instagram.com/k.y.m.i.paja
Para ouvir nos serviços de streaming de música:
(Spotify, Apple Music, Deezer, Tidal etc): https://push.fm/fl/kymi-liha
Nota: 09,06/10,10