A banda finlandesa de metal melódico Scars of Solitude apresenta seu segundo álbum de estúdio, “Under Disheartening Skies”, lançado no dia 11 de outubro de 2023 pela Inverse Records. Este novo trabalho marca a estreia oficial da formação atual da banda, sendo também o primeiro álbum completo após o EP experimental de 2021, “If These Walls Could Talk”. O álbum está disponível nas plataformas digitais, trazendo uma combinação de versatilidade musical, melancolia e profundidade emocional.
Com uma sonoridade que mistura o metal melódico com elementos de rock progressivo e metal moderno, “Under Disheartening Skies” explora a introspecção e as angústias existenciais de maneira.
A grande novidade deste trabalho é a colaboração com artistas convidados. A faixa final, “The Arsonist”, conta com a participação de J-V Hintikka, guitarrista do Machine Men & Psychework, enquanto Julius Ranta-Nilkku (irmão do guitarrista da SoS, Jasperi Ranta-Nilkku) co-composiou a música. Este toque colaborativo oferece uma nova dimensão ao álbum, enriquecendo sua produção e sua narrativa emocional.
Análise Faixa a Faixa:
- Stone (4:17): A faixa de abertura já nos dá uma sensação familiar, lembrando um pouco HIM, especialmente pelo timbre vocal. Com uma pegada de metal moderno, ela se torna irresistível, com uma melodia cativante e fácil de ouvir. É dançante e, ao mesmo tempo, sombria. Essa faixa serve como uma introdução poderosa e emocional para o álbum.
- The Arsonist (4:08): Com um início dramático e gótico, a faixa apresenta uma abordagem melódica mais lenta, carregada de angústia. Assim como a anterior, é fácil se levar no ritmo. O lirismo da música equilibra perfeitamente a intensidade emocional, que trata da luta para encontrar significado no caos emocional e no vazio, tocando em temas universais de perda e desamparo.
- FOMO (4:20): Uma faixa energética que oferece uma pausa da melancolia anterior. A voz do vocalista navega por diferentes tons, mostrando ainda mais do seu impressionante potencial. O refrão é inesquecível, e as elevações instrumentais, com quebras inesperadas, tornam o som ainda mais cativante. Fiquei com essa música na cabeça por horas! A letra é uma crítica à sociedade moderna e a pressão de estar sempre “conectado”.
- Luna (4:44): A introdução dessa faixa traz uma sensação de nostalgia, algo juvenil que me lembra um drama adolescente — e isso, de forma alguma, é algo negativo. Na verdade, é uma música envolvente e melancólica que conquista várias faixas etárias. A música combina lirismo poético com uma introspecção profunda sobre os desafios do desejo e da idealização. A obsessão e a dor que permeiam a letra falam diretamente com aqueles que já se sentiram atraídos por algo ou alguém fora de alcance.
- Under Disheartening Skies (5:16): Faixa que dá nome ao álbum, ela começa com uma vibe mais leve e pop, mas logo toma um rumo mais sombrio. Ela se desenvolve de forma gradual, começando devagar e escalando para uma sonoridade mais densa e intensa. A música carrega uma atmosfera sombria e contemplativa, explorando temas como o peso do fracasso, a luta interna diante de escolhas difíceis e a melancólica aceitação de que nem todos os sonhos se realizam.
- Game of Thrones (4:35): Com uma pegada inicial que lembra HIM, essa faixa é divertida e imediatamente cativante, especialmente pelo seu refrão, que vai grudar na sua cabeça. Ela é uma faixa combativa e confrontadora, que serve como um alerta contra a arrogância e o ego desenfreado. Através de suas letras, ela nos lembra que a verdade e as consequências sempre prevalecerão sobre as mentiras e ilusões.
- Doors (4:00): Com um início suave e tímido, essa faixa se destaca pela sua introspectividade, impulsionada pelo vocal grave e envolvente. Embora mais lenta, ela tem o poder de relaxar o ouvinte, ao mesmo tempo que mergulha nas complexidades dos relacionamentos. A música reflete sobre os altos e baixos do amor, mostrando como as escolhas feitas nesse campo podem tanto gerar felicidade quanto dor.
- Phantom Pain (4:05): A faixa que segue é uma mudança revigorante de ritmo, trazendo uma energia que quebra a melancolia. A música transmite uma vulnerabilidade crua, refletindo sobre como o passado assombra o presente. Embora a narrativa seja sombria, ela é profundamente humana, conectando-se com todos que enfrentam suas próprias batalhas internas.
- Even Angels Will Fall (4:06): Desde o início, essa faixa me conquistou completamente. Com batidas mais intensas, ela logo te envolve e transmite uma energia potente. O refrão começa de forma lenta, quase como um imã, e logo é seguido por riffs que aumentam a intensidade da música. Transmite um sentimento de revolta e luto, refletindo sobre a corrupção de algo que deveria ser puro, e questiona a fragilidade da bondade em um mundo marcado pela violência e ganância. Já posso dizer que esta é minha favorita.
- Void of Hope (4:04): Esta faixa começa de maneira suave, com a guitarra criando uma atmosfera calma, enquanto a voz entra de forma tranquila. A música tem um tom dramático e, definitivamente, pode ser considerada uma excelente “balada” sombria. Ela mergulha fundo nas experiências de desespero e solidão emocional, com uma letra que transmite a sensação de estar preso em um ciclo de dor e falta de propósito. O desejo de encontrar uma razão para seguir em frente é constantemente desafiado pela realidade de um “coração sem estrelas”.
Considerações Finais:
A banda faz um excelente Melodic Metal, mas o álbum oferece uma fusão ainda mais interessante ao estilo, com pitadas de prog-rock, pop e metal moderno, e se destaca pela profundidade emocional. As guitarras são excelentes, a bateria é firme e o baixo é denso, e juntos formam a espinha dorsal do álbum.
Mas é o vocal de Tuomo Lualainen que realmente cria a atmosfera sombria que permeia toda a obra. Sua voz, que em momentos evoca Ville Valo, é uma das maiores forças do álbum, proporcionando uma identidade única sem soar como uma imitação. Sua voz é que dita a atmosfera da música, e é interessante como o instrumental parece seguir um caminho menos denso, mas a voz te traz para essa base sentimental e mais sombria.
A arte da capa do álbum, criada por Lotta Ruutiainen (Luna Kills), complementa perfeitamente a atmosfera sombria e contemplativa que permeia o disco, com imagem de um manequim feminino se afogando em águas escuras e densas, e assim traz uma estética obscura.
De modo geral, é um som fácil e gostoso de se ouvir. Facilmente você é levado pelo álbum, e logo está cantando junto!
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