1- Chainsaw Deflesher foi a primeira obra realizada por vocês, como foi todo o trabalho para criar este material?

‘Chainsaw Deflesher’ foi nosso primeiro registro. Queríamos um material de qualidade que pudesse apresentar bem nosso trabalho e mostrar à cena que havia uma banda com potencial chegando com tudo, e esse objetivo foi alcançado. Passamos a tocar pelo país esse material e preparamos o público para o nosso álbum de estréia, ‘Homicidal Rapture’.

2- “Homicidal South American Tour”, conte-nos um pouco sobre essa tour dos primordios da banda.

Na verdade, essa tour ocorreu em suporte ao nosso álbum de estréia, ‘Homicidal Rapture’, que foi lançado no Peru e distribuído para países da América Latina. Já havíamos atingido uma certa consolidação aqui no Brasil, mas essa tour foi muito importante para que passássemos a ser conhecidos lá fora também. Rodamos pelo Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Chile e Colômbia, uma experiência excelente. O público latino nos recebeu de forma muito entusiasmada e até hoje colhemos bons frutos desse giro.

3- Alguns dos membros eram de um projeto de Thrash Metal, como foi essa mudança para o death metal?

Eu (Paulo Doc), Caio Mendonça e Jonathan Cruz tocávamos em uma banda que tinha uma veia mais Thrash. Quando Victor Mendonça se juntou a nós, naturalmente começamos a produzir um material bem mais brutal e que refletia melhor nossas influências. Dessa forma, a transição para o Death Metal foi natural. Por isso, resolvemos começar essa nova fase sob um novo nome e uma nova atmosfera e aqui estamos.

4- “The Core Of Disruption” o segundo álbum da banda, como foi toda produção, onde foi gravado e quais as maiores dificuldades pra deixar este material pronto?

‘The Core Of Disruption’ foi gravado no HR Estúdio, no Rio de Janeiro, e mixado/masterizado no Stage-One Studios da Alemanha, com o produtor Andy Classen. Não digo que tivemos dificuldades, pois já estávamos bastante amadurecidos, focados e cientes do resultado que queríamos. Caio Mendonça ficou a cargo da produção, o que nos deu controle total sobre o processo. No final, conseguimos conceber um álbum de alto nível, tanto no que tange às composições e letras quanto em relação a todos os aspectos da produção em si. Este trabalho vêm alavancando o LAC a patamares cada vez mais sólidos em todo o mundo.

5- Posso estar errado, mas há uma influência de Sepultura no LAC? O uso de percussões e outros instrumentos vem dessa influência,? – Ja que é tipico do grupo mineiro….

O Sepultura é uma influência em todos os aspectos, mas nesse caso específico diria que nem tanto. As incursões dos instrumentos percursivos foram idéias introduzidas pelo Victor Mendonça, que tem uma formação musical excelente e uma visão rítmica única. Percebemos que esses elementos agregavam muito valor às composições e tinham a ver com a temática do álbum, que é totalmente voltada às questões sociais do Rio de Janeiro. O Sepultura já trabalha com uma percussão mais tribal, é um outro contexto. Enfim, esses elementos nos ajudaram a criar uma identidade própria ao trabalho e isso vem sendo reconhecido, principalmente pela mídia estrangeira.

6- Influencias musicais?

São várias. Posso citar Krisiun, Black Sabbath, Obituary, Cannibal Corpse, entre muitas outras.

7- A banda tem letras bem politicas, como vocês têm encarado a realização da copa do mundo no Brasil? Será um fiasco?

Pouco importa se a Copa vai ser bem organizada ou um fracasso. O que deve ser motivos de crítica são os gastos absurdos em detrimento de setores básicos como saúde, saneamento, educação e políticas habitacionais. Além disso, não haverá qualquer legado significativo em termos de infra-estrutura a ser usufruído pelo povo após o evento. Gastamos bilhões de dólares por uma competição de um mês enquanto nosso país permanece em um estado de calamidade pública sem qualquer perspectiva concreta de mudança. Prova viva da corrupção e do despreparo que assolam o Brasil, infelizmente.

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8- Ainda sobre politica, alguns dos mensaleiros foram presos, e ja ganharam regime semi-aberto …. o que voces pensam sobre tudo isso?

São aspectos da nossa legislação processual penal que favorecem esse tipo de situação. Creio que deveria haver uma revisão dessas leis, com ampla participação da sociedade civil, para que possamos chegar a um modelo que atenda aos anseios do povo, se este assim quiser.

9-  “Third World Slavey”, foi gravado um clip da mesma, como foi a escolha do local, da propria musica para ser o clipe, e toda produção? Muita gente acha que é chegar, tocar uma vez e ja esta gravado, conte-nos como foi…

Quem acha que produzir um vídeo de qualidade é fácil não tem a mínima idéia de como é todo o processo. A produção foi muito profissional e bem conduzida pelo diretor Vinicius Hozara, da CS Music Videos. Encontramos uma locação ideal para as externas, uma fábrica bem degradada. Além disso, o ator que representou o policial entendeu perfeitamente a mensagem que deveria ser passada e fez um ótimo trabalho. Foram horas e horas de gravação e pós-produção, precisamos mobilizar uma estrutura bem grande para que obtivéssemos um resultado excelente. A faixa ‘Third World Slavery’ é bem representativa e por isso foi escolhida. Ela resume bem a pegada explosiva da banda e a letra é um soco na cara, expõe tudo de podre que há aqui no Rio de Janeiro.

10- Maiores influências literárias?

As letras do LACERATED AND CARBONIZED são diretas, por isso me inspirei no que há de mais real. Acadêmicos como Zafaroni, Casara e Boiteux exploram as questões sociais de forma cirúrgica e devem ser lidos por aqueles que quiserem ter uma visão precisa sobre as raízes desses problemas. Além disso, os jornais diariamente trazem novos casos de violência e corrupção, e isso é mais do que suficiente para que a gente consiga retrarar toda essa brutalidade da forma mais concreta possível.

11- Bate e volta:

4 bandas nacionais: Krisiun, Sepultura, Torture Squad, Violator
4 bandas internacionais: Black Sabbath, Behemoth, Cannibal Corpse, Slayer
4 bandas cariocas: Confronto, Unearthly, Hatefulmurder, Painside
1 livro: ‘Vigiar e Punir’ – Michael Foucault
1 cd: ‘Arise’ – Sepultura
Rio de Janeiro: Corrupção e Violência
Metal: Garra, Trabalho, Vida
América do Sul: O povo mais receptivo do mundo.
Uma frase: Meta a cara e faça acontecer.
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12- Como foi a passagem pela europa?

Passamos por Alemanha, Inglaterra, França, Holanda, Itália, Bélgica, Suíça, Escócia, Áustria, Dinamarca, País de Gales, República Tcheca, Ucrânia e Russia, tocando ao lado do VILE (EUA) e do SLAUGHTER DENIAL (ITA). Foi fundamental para consolidar ainda mais o nome do LAC na Europa, onde as coisas realmente acontecem no Metal. Os shows foram excelentes e a experiência que adquirímos foi incrível!

13- quais os principais objetivos para 2014?

Em 2014 vamos cair na estrada para promover ainda mais o ‘The Core of Disruption’. Vamos retornar à Europa para mais uma grande tour, além de tocar em países aqui da América do Sul pelos quais ainda não passamos, como Uruguai e Argentina. Por fim, vamos pela primeira vez ao Nordeste. Temos certeza de que será um ano matador.

14- Sinuca de bico … mas o público la fora é mais próximo das bandas? Compra mais? O público brasileiro é mais intenso na frente do palco?

Nossa experiência mostrou que os gringos tem o hábito cultural de comprar o merchandising da banda quando gostam do show. No fundo essa é a base que faz com que a cena de lá seja mais sustentável do que a nossa. Os Europeus realmente são mais contidos, também demonstram entusiasmo, mas têm a forma deles de curtir o show. Aqui no Brasil e na América do Sul em geral a coisa pega fogo, a galera é mais insana. Não temos do que reclamar, sempre fomos muito bem recebidos em qualquer lugar do mundo.

15- Algum evento  (não precisar nome) nao correspondeu as expectativas de voces?

Problemas são normais em qualquer evento. Quando vemos que a produção está se esforçando para fazer um trabalho profissional de verdade, ficamos satisfeitos e sentimos que há respeito em relação a nós e ao público que compareceu.

16- Qual o nivel de satisfação de vocês com as produções dos eventos que tem tocado?

Alguns produtores são muito profissionais e cumprem a risca todo o combinado, mas também há aqueles que não fazem seu trabalho como deveriam. No geral, temos percebido que há cada vez mais gente preparada no underground. São esses caras que merecem o reconhecimento por fazerem a coisa acontecer. Por outro lado, não há espaço para amadores. Por isso, quem não tiver capacidade ou condições de fazer um evento minimamente decente tenderá a desaparecer.

17-  Mensagem da banda:

Agradecemos ao Cultura em Peso pela entrevista e a todos os leitores! Sigam ligados na banda por meio de nosso site oficial (www.laceratedandcarbonized.com) e de nossos canais oficiais no Facebook e no Twitter, pois 2014 será mais um ano de estrada e de conquistas. Stay brutal!

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!