Olá, Barata! É com imenso prazer que faço essa entrevista com você! Sou um grande admirador da sua música e da sua pessoa.
Barata: Salve mano! Pô, eu agradeço demais. Sempre divulgando coisas massas por aí e também o interesse pelo que a gente anda fazendo aqui, muito massa mesmo.
1- Vamos lá, conte-nos um pouco como foi a ideia de formar o TEST com o João Kombi, e como surgiu a iniciativa de tocar na rua nas saídas de grandes show com um gerador a bordo de uma Kombi? Ideia que deu muito certo, por sinal.
Barata: Depois que o “Are You God?” acabou, o João ficou sem banda durante uns anos. Então, ele resolveu voltar a tocar com banda me chamou. Eu estava na certeza de que não queria mais montar uma banda do zero pelo trabalhão que dá, mas as músicas que ele me mandou eram tão boas, eu curti tanto, que não consegui recusar.
A ideia foi aproveitar essa galera, que já fica na frente dos shows grandes, e tocar pra ela.
2- Com o tempo vocês foram ficando mais conhecidos e começaram abrir shows para grandes bandas como King Diamond, Carcass, Cannibal Corpse, Krisiun, Ratos de Porão, Brujeria, Dillinger Escape Plan e para os mestres do grindcore Napalm Death. Inclusive sendo muito elogiados pelo Iggor Cavalera que colocou você como um dos 10 melhores bateras de todos tempos e o grande Shane Embury que se declara super fã do TEST. Em meio a tudo isso, eu tenho uma curiosidade. Como foi abrir o show do Napalm Death? Conte um pouco sobre esse dia, como foram os bastidores.
Barata: É sempre muito dahora quando alguém que me influenciou e eu admiro acaba curtindo o trampo que eu faço. É sinal de que alguma coisa de certo a gente está fazendo!
Das vezes que a gente tocou com eles, tocar com o Napalm Death, ou com outras bandas grandes é bom porque sempre cola um pessoal que, muitas vezes, não conhece bem a cena underground. Sempre vem gente trocar ideia dizendo que não conhecia a banda, mas que colou em algum desses shows e, depois disso, começou a seguir a gente.
Acho que não tem nenhuma curiosidade, não. A gente não teve umas conversas muito longas mas eles sempre receberam a gente bem, tanto nos shows que a gente fez juntos aqui, como na Argentina também.
3- Test é uma banda inovadora, sempre buscando novos timbres, agregando sons e desafios diferentes. Essas experimentações são uma característica marcantes na banda. Uma delas foi Split com outra banda que você também toca batera (o ótimo D.E.R) um disco compartilhando a mesma linha de bateria para as duas bandas simultaneamente (EP “Otomanos” de 2013), inclusive fazendo show com você tocando para as duas bandas ao mesmo tempo, quem estava de um lado via e ouvia o D.E.R., e quem estava do outro lado via e ouvia o TEST (Disponível no YouTube TEST/D.E.R. – Otomanos CCSP). Foi difícil essa experiência de tocar para duas bandas ao mesmo tempo? Como foi elaborada essa ideia incrível?
Barata: No primeiro show que a gente fez, esse do CCSP (Centro Cultural São Paulo) foi um pouco difícil. O Bernardo Pacheco estava fazendo o som nesse dia e eu pedi pra que quando fosse uma música feita pelo D.E.R., só tivesse D.E.R. no meu retorno, e quando fosse música do Test, só tivesse Test no meu retorno, e aí deu certo. Das outras vezes que a gente tocou não rolou isso mas aí eu já estava acostumado e foi tranquilo.
A ideia de gravar o EP foi do João. Quando ele me contou eu achei que era impossível de dar certo. Mas a nossa ideia é sempre tentar, mesmo que pareça impossível, e tudo rolou bem demais.
É uma das maiores satisfações fazer coisas diferentes e sempre inovar.
4- Outra experiência sensacional foi ter mudado a formação para fazer alguns shows com mais de 14 músicos TEST BIG BAND (Também disponível no Youtube). Vocês pretendem voltar a fazer shows nesse formato futuramente?
Barata: A gente pretende sim, muito provável com as músicas do disco novo o “Disco Normal” que está pra sair em vinil em maio.
5 – Com 14 turnês internacionais (E.U.A., México, Argentina, Colômbia e Europa) como é a recepção do TEST fora do Brasil?
Barata: A recepção é sempre muito boa. A gente fez muitas boas amizades nesses lugares todos que você falou. A gente acabou de voltar de alguns dias no Paraguai e foi tudo muito bom.
Em agosto, a gente volta pra Colômbia pra tocar no Insanity Assault Festival e a gente está bem empolgado pra rever os amigos e amigas de lá, e também porque o ROT vai tocar no mesmo festival.
6 – O TEST é muito independente na forma de divulgar suas músicas recusando propostas de vários selos renomados. Na sua opinião, o que os selos e produtores devem fazer para ter uma melhor relação com as bandas?
Barata: Uma das principais coisas é não tentar pautar as bandas. Não exigir nem como, nem onde, nem o que as bandas tem que tocar. E não ter medo de ousar e misturar estilos diferentes no mesmo show. Muitas vezes a gente vê produtores que pensam que tem uma cabeça aberta, mas na verdade é o contrário, e não conseguem imaginar que bandas e artistas de diferentes estilos possam dividir o mesmo palco.
7- Quais são as novidades do TEST para esse ano?
Barata: A maior é o lançamento do disco novo “Disco Normal”. O vinil está programado pra sair agora em maio, e logo mais a gente vai colocar pra pré-venda no www.loja.testdeath.com.br. Nessa loja também tem disponível todo o merch que a gente tem.
Em maio a gente vai fazer uma turnê de 10 dias por Minas Gerais, dessa vez no formato de quarteto. Vai ser eu, João, Mariano Sarine na percussão e Bernardo Pacheco no baixo.
Além disso a gente continua fazendo exibições do documentário “Um Disco Normal” pelo país todo e em novembro a gente deve voltar pro nordeste e pro norte do Brasil.
8 – Cite 05 bandas do underground brasileiro que você acha que deveriam ter mais destaque na cena.
Barata: Budang, Guro, Cáustico, Punho de Mahin, Vermenoise
9 – Para finalizar cite 05 bateras que você admira.
Barata: Mariano (Deaf Kids), Luana Dametto (Crypta), Duda (In Venus), Francisco Paiva (Guro), Cely Couto (Cáustico).
10 – Gostaria de acrescentar alguma informação ?
Barata: Comprem muito em https://loja.testdeath.com.br
Escutem muito em https://testgrind.bandcamp.com/
Obrigado por sempre se interessar e divulgar as coisas que faço.
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