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Hoje é a vez dela Olívia Bayer a nova vocalista do Heaven´s Guardian,  depois que conferi os vídeos da primeira apresentação da banda com nova formação realmente provando que vem com tudo.

Sara Lilith: A banda Heaven´s Guardian já possui 15 anos de estrada e reconhecimento dentro da cena Metal, nos conte como surgiu o convite para ser vocalista.

 Olívia – Oi Sara, primeiramente gostaria de dizer que estou muito feliz em fazer esta entrevista com você e poder dividir este momento maravilhoso que estou passando com a Banda Heaven´s Guardian, uma banda com história e representação importante. Sinto-me honrada em ser vocalista do Heaven´s Guardian e poder contribuir com o metal brasileiro.

 O convite surgiu a partir da nova proposta de colocar uma dupla (homem e mulher) para a gravação do novo disco SINGS. Eu sempre amei metal, faz parte da minha vida desde a adolescência e realizei um projeto “Rock’n Blues”, onde fiz vários shows e num desses alguns integrantes da banda me conheceram interpretando músicas de Dio, David Coverdale, Bruce Dickinson, André Matos, enfim, grandes vocalistas do metal e rock’n roll. Então fui indicada pelo baterista Arthur Albuquerque e fizemos um teste em estúdio, banda unanimemente aprovou e decidimos fazer uma pré-produção do novo disco ainda como teste em que todos nós gostamos do resultado e formalizamos aí a “entrada” na banda e partimos para as composições e gravação do disco.

 

Sara L. – Outro ponto relevante que pude perceber é que você é uma cantora profissional com uma belíssima voz, como foi sua carreira até agora dentro da música, quanto tempo de estrada? Você canta em outros grupos musicais além do Heaven´s Guardian, nos fale mais sobre eles.

Olívia – Ah que legal sua observação, Obrigada! Iniciei os estudos de canto aos 6 anos de idade, aos 13 comecei a vida nos palcos profissionais e estudo até hoje para adaptação, aprimoramento e cuidados com a voz. A música é algo intrínseco em mim e isso me fez vivenciar vários estilos musicais diferentes como a música brasileira, por exemplo. Sempre lidei profissionalmente com isso na intenção de aprendizado.  Portanto são 13 anos de estrada e ainda me sinto engatinhando cheia de sede para estudar mais e acredito que nunca vou parar de desenvolver minha arte. Hoje eu tenho um projeto solo de Blues e Jazz que é outro estilo que amo cantar, este projeto já tem três anos e tenho grandes nomes da música brasileira me acompanhando como músicos, é um projeto que me alimenta bastante.

 

Sara L. – Você sempre gostou de Metal e já conhecia e apreciava o estilo? Como se sentiu tocando Heavy Metal e ainda mais com a responsabilidade de tocar numa banda de renome dentro do estilo, porque todos nós sabemos que fãs de metal são um público exigente que costuma acompanhar as bandas, como foi o feedback do público em relação a nova formação?

Olívia – Sempre AMEI METAL!!! E sempre AMAREI!!!  É o estilo que impulsiona minha alma. Eu realizei o grande sonho da minha vida com o Heaven´s Guardian, que era ter uma banda de metal. O show de pré-lançamento do disco foi nosso primeiro show e foi simplesmente mágico para mim, me senti completa no palco. E quando eu pensava que tinha parte de mim na construção das músicas me realizava ainda mais. É quase inexplicável o sentimento e a sensação deste momento que selou de fato a nova formação da banda. E claro, eu fiquei muito ansiosa exatamente com a aprovação dos fãs carregando uma grande responsabilidade de expectativas a serem superadas e tive que me concentrar bastante. Passei por várias intempéries dias antes do show, uma delas foi uma queda no dia anterior ao show em que contundi o joelho e o tornozelo, rasguei o pulso de fora a fora na queda, mas graças a uma equipe maravilhosa fui atendida com agilidade e cuidado, e esses profissionais se concentraram em me deixar da melhor forma possível pra ter condições de realizar o show. Fiz o show à base de morfina sem a bota ortopédica porque queria me apresentar da melhor forma possível para os fãs que estavam ali aguardando para aprovar ou não. A pressão foi tão grande que na terceira música já tomei meu propranolol para controlar meus batimentos cardíacos. Então subi ao palco desnuda preparada para o que viesse, entreguei o MÁXIMO de tudo que eu tinha para oferecer e de fato me entreguei.

Por fim recebemos feedbacks surpreendentes de aceitação, com direito a notas de publicação e compartilhamento. Não tive como mensurar minha felicidade e satisfação. Trabalhamos duro e conseguimos!   

 

Sara L. – Como surgiu e quando você descobriu sua inspiração para o Canto? Além de canto você toca outros instrumentos? Como é sua relação com a música?

Olívia – Desde muito nova me interessava pelos sons e me inebriava ao assistir minha família tocar e cantar, o que me inspirou. Por incentivo deles comecei a estudar música. Meu primeiro instrumento foi o violão que comecei a estudar aos 8 anos. Ao longo dos anos em bandas experimentei vários, mas hoje estudo apenas violino, guitarra e piano. Portanto desde que comecei a me envolver com música levei muita a sério, música nunca foi Hobby para mim e sim algo muito, além disso, é essencial. E por isso minha relação com a música sempre foi profissional.

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Sara L. – Quais suas influências musicais?

Olívia – Minhas maiores influências partem do metal progressivo e melódico, bandas tais como: Dream Theater, Nightwish com o ícone da Tarja Turunen, Sarah Brightman, Iron Maiden que tem o Bruce Dickinson como maiores cantores de metal do mundo, além de Ronnie James Dio entre outras grandes bandas que representam este cenário.

 

Sara L. – Nos fale das suas expectativas com o Heaven´s Guardian, o que podemos esperar dessa nova formação para o futuro?

Olívia – As expectativas são as melhores possíveis. Estamos com uma assessoria de imprensa para lançar o disco previsto para o fim deste ano e entrar em turnês pelo mundo a fora.

 

Sara L. – Você acredita que o músico ainda enfrenta muitas dificuldades, nos fale de suas experiências como vê o músico dentro do metal e em outros estilos?

Olívia – Eu acredito que existem dificuldades em todos os estilos musicais, dificuldades estas referentes à “adaptação”. Tudo começa pela música não ser reconhecida por uma boa parte da sociedade como profissão, isto no Brasil. Muitos sofrem preconceito na própria família, logo acabam desbravando com maiores dificuldades no mercado, seguidos de dificuldades que mudam ao longo dos anos, como por exemplo, a sociedade brasileira tem a cultura de valorizar mais o esporte do que a arte, portanto as leis de incentivo acabam salvando as iniciativas culturais, porém podem cair num ciclo viciante e não gerar independência para o trabalho produzido, além de muitos projetos beneficiarem quem não precisam. Outro ponto que dificulta é a valorização do Tributo que vem com a massa e isso desestimula novos possíveis grandes talentos. O “assumir-se” é fundamental para o sucesso do próprio trabalho musical para que não acabemos virando reféns do poder da massificação e nem sempre sabemos lidar com isso, o problema de sobreviver através de um segmento é esse, todavia acredito num trabalho duro, maduro, planejado e intrínseco. O metal tem poder no Brasil apesar de não ser um dos estilos mais populares, mas é possível fazer metal neste país como temos bandas que nos representam pelo o mundo.

 

Sara L. – Como estão sendo feita as composições novas do Heaven´s Guardian? Continuarão na mesma linha ou pretendem inovar? Quais os planos para o futuro?

Olívia – A parte instrumental das composições está mais progressiva e melódica, o vocal apresenta uma nova expressão musical, uma vez que, a intenção é inovar. O disco é temático e escrevemos a letras a partir dos temas escolhidos para todos os símbolos ou signos. Daí, esperar a analise da aceitação do disco para pensar nos próximos trabalhos.

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Sara L.- Sobre os discos antigos da banda que foram 3 (três) o Ep “Roll of Thunder”, depois o CD “Strava” que realmente teve uma força grande no cenário nacional e depois o  álbum “D.O.L.L”., que até teve a balada “Master of Street” e quando a banda estava subindo o Carlos Zema deixou a banda, o que você acha desses trabalhos antigos? Vocês agora se preparam para lançar com você já na formação o próximo álbum “Signs” como está sendo o processo de produção?

Olívia – Eu gosto muito dos trabalhos antigos da banda, serviram de grande inspiração mesmo ao se pensar em inovação para a produção do novo disco, no qual, eu participo de todas as composições tanto de letras como melodias vocais, participação essa que foi fundamental para minha adaptação na banda. Hoje sinto fazer parte totalmente do Heaven’s Guardian. O processo é denso, principalmente em estúdio, nossas gravações chegaram a 15h00min horas por dia com intervalo mínimo de menos de uma hora. É exaustivo, porém prazeroso.

 

Sara L. – Sabemos que nesses 15 anos de estrada o Heaven´s Guardian já teve grande destaque como uma banda goiana de grande reconhecimento na cena Metal Nacional , já abriram show para o Megadeth, a música “Master of Streets” chegou tocar em Rádios como a Interativa e a Araguaia na época, lançaram também o DVD Duplo ao vivo em comemoração a seus 15 anos de banda, como também a banda já contou com participações de vocalistas de peso como Mario Linhares do Dark Avenger, como também fez shows com Tim Reaper Owens que já substituiu Halford do Judas Priest, além de shows com Viper e Paul Dianno, como você se sente em relação ao passado, presente e futuro da banda? Você veste a camisa, trabalha junto com a banda ou apenas prefere assumir um posicionamento neutro cumprindo seu papel com competência é claro.

Olívia – Meu sentimento se resume numa só palavra: responsabilidade. É claro que é uma honra fazer parte dessa história daqui pra frente e este histórico da banda só me gera mais responsabilidade para exercer com a máxima competência possível meu trabalho. E sim, visto a camisa, participo de tudo que é decidido e realizado pela banda.

 

Sara L — Nos fale um pouco dos integrantes da banda e como é o relacionamento de vocês?

     
Olívia – Nosso relacionamento é positivo, temos liberdade uns com os outros até mesmo naqueles momentos em que se fazem necessárias exigências e etc. Somos sete, eu acredito que fluímos até bem por esse número de integrantes. Encontramos dificuldades quando todos tem que acertar horários para reuniões e ensaios, mas sempre se resolve. Temos idades diferentes, mas isso não influi nas afinidades, sempre de “igual pra igual”. Por ser a única mulher na banda, eles cuidam bem de mim, ainda conto com o apoio da Ludmyla, esposa do Luiz Maurício, que está sempre me ajudando. Nós membros, temos perfis diferentes, mas todos se afinam para um objetivo.   

 

Sara L. – Me diga qual sua visão da atuação feminina dentro do Heavy Metal?

Olívia – A atuação feminina no Heavy Metal vem sendo cada vez mais presente e significativa pela posição de frontwoman nas bandas, e muitas vezes até liderando. O que é bem positivo, pois vem quebrando o paradigma de Metal é para homens, nada disso! E a prova disso é o número de mulheres vocalistas de bandas de Metal extremo, o vocal gutural, como a Angela Gossow, grande representante do estilo. Apesar da maioria das mulheres vocalistas se especializam no canto limpo e/ou lírico, o Thrash e Death Metal vem crescendo cada vez mais. E claro, acho isso tudo ótimo. Eu mesmo tenho uma prima, Erika Alves, cantora de vocal extremo. Um dia ainda quero fazer um trabalho com ela misturando melódico e gutural.

 

Sara L.- Recentemente vocês fizeram uma apresentação com a nova formação em Goiânia no Martim Cererê, o que achou? Como foi a resposta do público? Vocês ainda executam canções antigas da banda? Qual a sua música preferida da banda?

Olívia – Nossa! Foi o máximo. Quanta emoção de estrear no palco com a banda, principalmente pela aceitação inebriante dos fãs ali presentes. Ouvi bastante a frase: há tempos um show não me tocava tanto.

Ainda executamos canções antigas porque os fãs pedem e porque faz parte da história da banda, logo se faz importante a execução desses sucessos. A minha música antiga preferida da banda é Screams of 1964. E a preferida do novo disco é “só falo quando o disco sair” para não estragar a surpresa rs…

 

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Sara L. – Você é muito vaidosa ou é mais simples? Antes do show como você se concentra se prepara para enfrentar o palco?

 

Olívia – Sou vaidosa! Tenho uma maquiadora (Kátia Schwingel) e uma personal stylist (Louriene Fagundes) para a produção dos shows e são indispensáveis para mim.

Sempre me concentro bastante antes dos shows para conseguir transcender o máximo e executar as músicas “dentro delas”.

 

Sara L.- Quais os melhores e piores momento que você já viveu dentro da música?

 

Olívia – O show de pré-lançamento do disco foi um dos melhores momentos que já vivi dentro da música. Assim como momentos em que estive sendo assistida por grandes nomes da música do País. O piores momentos, não faço nem questão de lembrar, são aqueles que praticamente todos os músicos enfrentam, desvalorização, humilhação, como uma noite em que fazia um show num bar, evento da Harley Davidson, e recebi um recado num guardanapo dizendo: Eu vim aqui para comer e não para ouvir música. Considerei de extrema falta de educação, mas estamos sujeitos a tudo a partir do momento em que nos expomos. Temos de estar preparados, pois faz parte do ofício. 

 

Sara L. – Para terminarmos a entrevista farei algumas perguntas sobre você:

Olivia – Idade – 26 anos         
Signo – Leão
Banda Preferida – Dream Theater                                         
Trabalho – Além de Musicista, Psicóloga e Coach.                                            
Futuro – Sucesso!
Relacionamento – Solteira
Religião – Espiritualista
Livro preferido – Praticando o Poder do Agora de Eckhart Tolle                                                          
Filme Preferido – Rock Star

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Para finalizar gostaria de agradecê-la pela entrevista e dizer ainda que fiquei muito feliz em vê-la na banda e desejo sucesso a banda e no aguardo do álbum novo, gostaria que deixasse uma mensagem aos amigos e apreciadores do Heaven´s Guardian.

 

“É com muito orgulho e que faço parte deste trabalho e desta banda. Entreguei de todo o coração e espero que vocês gostem do nosso novo disco “SINGS”. Estou empolgada e feliz com o resultado até aqui e continuo me dedicando para satisfazer a expectativa de todos vocês. Viva o metal brasileiro. #UPTHEGUARDIANS”.

 

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