1- Quando surgiu a idéia de montar um grupo com a proposta da Dark New Farm? Já que não há tantos grupos na região deste estilo.

R: No ato de formação da banda, quando estava apenas no papel, foi definido a questão do New Metal por ser um estilo que marcou muito a adolescência  da galera da cena e sendo inclusive a porta de entrada para variados estilos dentro do Metal.

E aquela filosofia está presente, tocar algo diferenciado e buscar desafios e buscar a nostalgia ao mesmo tempo.O estilo da uma liberdade muito grande principalmente em termos de criação e curtimos essa proposta de versatilidade. (Fabiano Hamed)

 

2- Seguindo esta linha de ter marcado a adolescência, quais grupos mais influenciaram vocês nos tempos de juventude, e quais deles inspiram a banda?

 

R: Sempre ficamos perdidos quando nos perguntam sobre influências e sempre citamos de onde viemos. Harley vem o Death Metal, o Vinicius do Hard Rock, Sol Portella já ouve um pouco de tudo, principalmente Heavy Metal clássico, já eu (Maykon) do Rock, principalmente os clássicos. De nós o Fabiano Hamed é o único com os dois pés no New Metal, tendo viajado quase toda a américa latina conhecendo pessoas deste nicho e presenciado festivais gigantescos.

Então sempre citamos que KoRn, Sepultura, Soulfly e System of a Down, são nossas principais influências conjuntas, é o que todos nós cinco gostamos em comum. Mas meio que deixamos de lado e admitimos isso, queremos criar nossas características próprias e é essa a receita que vem dando certo. Navegamos em um cenário com muita coisa do mesmo e queremos diferenciar, nos destacar criando uma sonoridade só nossa, algo mais singular e uma das coisas que mais contribui para isso é que cada um adiciona suas influências nesse projeto. (Maykon Kjellin)

 

3- Com tantas influências diferentes, como é o contexto na hora de criar as músicas?

 

R: Uma das coisas que mais nos orgulhamos, é que temos cinco ótimos letristas dentro da banda. Geralmente a fase de “esqueleto” é desenvolvido pelas cordas, mais precisamente o Sol Portella quem desenvolve um pequeno esqueleto praticado pelo trio de cordas e no ensaio adicionamos todo o restante.

Brincamos que nos assustamos com o modo que compomos, é tudo sem pressão, nada forçado e sai naturalmente, temos uma facilidade enorme para compor e talvez isso é porque sempre estamos conversando e acertando pequenos pontos, algo que falta em muitas bandas.

Nosso entrosamento também é fora do palco, fizemos muitos churrascos, noitadas de vídeo-games e estamos sempre fortalecendo nossas amizades e isso também faz a diferença quando se tem uma banda na qual você sabe que dificilmente ganhará mais do que investirá, pois o que fazemos é por amor mesmo, amamos tocar juntos e amamos compor.

Então nossas músicas partem todas de letra > esqueleto > ensaio de cordas e ensaio geral. No fim, acaba tudo dando certo e estamos gostando do que estamos preparando, até ansiosos para lançar tudo de uma vez. (Maykon Kjellin)

 

4- é como é feita a idéia de mesclar os idiomas nas letras?

 

R: A ideia de mesclar partiu de mim (Fabiano). Pensei na questão do som atravessar divisas e não ficar “só por aqui”. Ser algo mais presente, tanto aqui quanto em qualquer país vizinho, buscar temas relevantes e relacionados ao nosso continente. Falar de imigração, comportamento social, relações humanas e tudo o que nos rodeia no dia a dia.

Então uma das bases e inspirações foi III Niño, que também usa essa fórmula de mesclar Espanhol e Inglês nas músicas. Nós queremos solidificação, passar nossa mensagem e o som em especial por toda a América e muitas vezes não enxergamos fora do nosso quintal, buscamos essa alternativa como expansão. O inglês é universal, é o idioma do maior mercado do mundo que é E.U.A, já o espanhol é a língua de nossos países vizinhos. (Fabiano Hamed)

 

5- O inglês e uma língua universal, mas a américa respira a língua latina,

a banda pretende futuramente alçar voos pelo nosso continente?

 

R: Sem dúvidas. Isso já foi discutido entre nós, e é tratado como um sonho, e porque não, uma meta nossa. O Fabiano já teve a felicidade de conhecer outros países de nosso continente, tem muitos amigos por aí a fora que já escutaram nossas músicas e se empolgaram com essa presença latina em nosso som. Então, é um público que estamos alcançando e que tenho certeza que irá nos receber de braços abertos no momento certo, pois no que depender de nós, com certeza estaremos além de nossa fronteira presencialmente também. (Vinicius Saints)

 

6- jogo rapido:

4 bandas nacionais: Dust Commando, InSoulitary, Lacuna, Tourette

4 bandas internacionais: KoRn, Soufly, System of a Down, III Nino

4 bandas catarinenses: Alkanza, Maquinarios, Somberland, Sodamned

Dark New Farm: Positivamente surpreendente

Um cd : Roots – Sepultura

Nova Fazenda: #descubra

Santa Catarina: estado de riquezas ímpar

Violencia: Atalho errado para resolução dos problemas

Politica: Reflexo do egoísmo brasileiro

Brasil: País belo e destruído

Familia: sempre a base do que somos

Uma frase: Você é o seu único mestre

 

7- a música madre tem uma história por trás dela, conte para nos oque vocês desejam trazer ao público com essa letra ?

Harley: Essa música para mim é quase uma terapia. Boa parte da minha infância presenciei agressão contra a mulher com a minha mãe sendo vítima de um relacionamento abusivo. Então a letra retrata exatamente isso o desespero de uma criança ao ver sua mãe sendo agredida e agora como adulto se pudesse encontrar o agressor o que falaria para ele. Por isso que a música tem várias camadas que retratam a tristeza o ódio e amargura. Entretanto a música foi além e hoje ela é uma forma de expressar todo o nosso repúdio aos covardes que agridem as mulheres. Existem tantos discursos de ódio que muitas vezes acaba se culpando a vítima .. Então deixamos bem claro nosso posicionamento. Agressão torna se questão de escolha e não tem perdão e fica nosso apelo para as mulheres que sofrerem qualquer tipo de agressão que denuncie .. sempre

 

8- Harley e o que você acredita que realmente pode ser feito em relação a isso ? Pois já existem leis delegacias especializadas e mesmo assim assim a violência não diminui.

Acredito que tivemos avanços efetivos nessa questão entretanto ainda existem pontos a serem superados. Ainda tem muitas mulheres que aceitam a agressão por acreditar que foi um caso isolado, ou muitas vezes a vergonha de denunciar ou até mesmo por saber que a justiça brasileira falha em muitos aspectos com leis que não são efetivas na prática. Infelizmente vivemos a sombra de uma sociedade machista patriarcal que se cala em muitos aspectos, sendo a violência contra mulher e o feminicidio reflexos desse modelo. O que podemos fazer principalmente e opinar tomar posicionamento. Tenho muito orgulho da DNF pois é uma banda que não se esconde essa é a nossa visão é nosso papel.

 

9- muito bacana, tem que se posicionar mesmo.  E sobre a letra La Patria qual é a mensagem?

R-> Fabiano Hamed:

LPLF trata-se uma questão política-social envolvendo atos de covardia, guerra, terrorismo e imigração. Controle do mundo monopolizado na qual faz um conto de fábulas.

Mortos e queimados pela “democracia” se refere ao terrorismo interno que é por muitas vezes abafado para não arranhar imagem, com mortos em tiroteios em cinemas e escolas somado a segregação de Latinos e outros povos de países pobres. Ceitas Racistas ainda hoje presentes neste maldito contexto.

 

10- Em qual destes temas o Brasil se encaixa ?

R -> Fabiano Hamed:

No sonho de parte da população que vende tudo aqui, sai de seu país em busca de um futuro melhor e se depara com outra realidade, discriminação social, há lugares (bairros) que não tem a liberdade de entrar por segregação. Crimes de ódio contra o Latino em um contexto geral crescendo. O BR por seus problemas.. tá muito iludido acredita ou faz disso tudo um “conto de fadas” .

 

11- hoje o repertório da dark ainda é repleto de covers, mas sabemos que a proposta da banda e ser autoral. Por que a banda não esperou ter mais material criado para subir aos palcos ?

R-> Maykon Kjellin:

Repleto de covers, por pouco tempo, não demorará muito a tocarmos apenas sons nossos.

A verdade é que quando criamos a banda, vínhamos a passos largos e uma primeira oportunidade de tocar nos fez levar mais a sério e focar totalmente na banda. Nos assustamos com nossa primeira performance no palco e quando se é músico, você quer estar nos palcos o máximo que puder, nem que isso custe tocar música dos outros.

Temos a ideologia de “não tocar covers”, por isso montamos pequenas versões de artistas que gostamos e nos influenciam. Mas acreditamos que “nascemos” na hora certa e essas coisas sempre saem melhor quando fluem naturalmente e felizmente por todo o trabalho sério e focado que viemos fazendo, as oportunidades estão aparecendo e desfrutamos disso com maior prazer.

Acho que inclusive existe um pouco de reclusão por parte do público quando uma banda apresenta apenas seu material autoral logo em seus primeiros shows. Por mais que o repertório seja composto por boas músicas, o público em geral gosta de ouvir coisas conhecidas, reagem melhor a isso inclusive, ao menos para conhecer a intenção da banda em seus primeiros passos. Para uma banda que está em seus primeiros meses, não vejo como um problema, mas como parte do processo.

 

12- Há uma previsão pra lançar algum single ou um ep ?

R-> Maykon Kjellin:

Pretendemos lançar o EP ainda este ano e o próximo single sairá até julho (ao menos esperamos isto), como a música ainda não é nossa fonte de renda principal, as vezes somos obrigados a colocar outros afazeres a frente, mas este EP é um sonho se tornando realidade para todos nós e queremos muito fazer esse registro ainda este ano!

 

13- qual é o tema do próximo single?

R-> Vinicius Saints:

A próxima música vai seguir a linha de Madre, seguiremos abordando uma temática que acreditamos ser algo que incomoda muita gente: amor. Mas não, não é uma balada! Hahaha

A música vai basicamente ser direcionada pra quem sente ódio pelo amor que é expresso pelos outros. Afinal, qual mal que há em amar? Nos questionamos isso e, pegando a deixa da Madre, que critica a violência contra mulheres, teremos uma próxima que também é uma crítica e um grito contra aqueles que praticam violência contra quem manifesta sua opção sexual.

 

14- A banda levantará uma bandeira forte com o tempo, o que exige também um posicionamento e auto policiamento das próprias atitudes, o grupo está preparado para isso?

R-> Maykon Kjellin:

Acho que a partir do momento que você procura falar de temas que muitos fecham os olhos e ouvidos, você passa a ter uma responsabilidade imensa.

O lançamento de “Madre” nos fez começar a aprender que existe haters por toda a internet, que quando não compactuam com o que a banda quer se expressar, vão tentar a todo custo queimar o projeto e todos que fazem parte.

Mas sabemos que MUITOS acreditam nos temas que queremos abordar, e são por essas pessoas que vamos nos posicionar, conversamos muito a respeito disso é acreditamos que estamos prontos para isso.

 

15- quais são as influências literárias da banda ?

R-> Vinicius Saints:

Bom, na verdade não sei se temos uma influência literária, sabe? Não lembro de termos conversado sobre isso, ou se trouxemos isso para nossas músicas em algum momento, para lhe ser honesto. Eu particularmente sou grande admirador das obras de JRR Tolkien, Stephen King, Dan Brown, dos contos de H.P. Lovecraft… Em outras composições minhas até trouxe essas inspirações, mas aqui na DNF nunca coube isso na verdade.

 

16- quem quer conhecer Dark New Farm onde pode encontrar ?

R-> Vinicius Saints:

Bom, não é muito difícil, a vantagem de ter um nome exótico é que assim que colocar Dark New Farm em qualquer rede vai encontrar a gente de primeira hahahaha

Temos Facebook, Instagram, YouTube, Spotify, Deezer… Nas de streaming estão nossas duas músicas, e nos Face e Instagram divulgamos bastante o que está acontecendo a nosso respeito, pra deixar os seguidores por dentro de nossos passos.

 

17- Viver de música e um sonho ? Qual a profissão atual de cada um ?

R-> Maykon Kjellin:

Viver de música é um sonho para qualquer músico, quem diz que não, é mentira.

Hoje a banda é formada por professores (Harley e Fabiano), programador de manutenção (Maykon), suporte técnico e graduando de publicidade (Vinicius) e estudante e estagiário de Biologia (Sol Portella).

 

18- Qual mensagem final da banda ?

R-> Banda:

Pedimos a todos que acompanhem nossa jornada. Sabemos que o mercado está lotado de ótimas bandas, mas mesmo assim, vamos procurar sempre inovar e trazer coisas novas.

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!