– Muito obrigado pelo tempo cedido para a equipe da Cultura em Peso. Você pode nos contar como se deu o início do seu projeto RADICITUS?

R: Eu que agradeço o espaço de vocês! A Radicitus começou em 2016 quando eu e alguns amigos decidimos nos juntar para formar uma banda, tudo de maneira despretensiosa. A banda foi formada por mim e outros 2 ex-colegas de escola que estudavam comigo, logo depois entrou um outro colega nosso de outro colégio e começamos a fazer música.

Inicialmente nós tocávamos apenas covers de bandas como: The Doors, Red Hot Chili Peppers, Foo Fighters etc, as autorais foram surgindo depois que a banda foi crescendo e passamos a enxergar tudo aquilo de forma mais profissional.

– Gostaria de saber como você se define. Eu particularmente achei o trabalho de vocês voltado para o Alternative Rock Nacional com pitadas de Metal. Você concorda comigo?

R: Nós particularmente não somos muito adeptos a rótulos, mas para facilitar, a gente pode se definir como uma banda de rock alternativo, com influências do grunge da década de 90, com pitadas de rock clássico, especialmente as bandas dos anos 60 e 70 como: Led Zeppelin, The Rolling Stones, Kiss, Bad Company etc. A nossa música é o encontro desses dois universos: o lirismo e o peso do grunge com solos, licks e elementos do rock clássico.

– “Back to Black” é o seu novo registro. Como se deu o processo de registro deste material?

R: Foi um processo muito legal! Nós já tínhamos a ideia de trazer uma roupagem nova e diferente para uma música que não fosse de rock originalmente, é algo que muitas bandas e artistas que admiramos fazem e nos pegamos pensando: “por que não?”.

Foi nessa que escolhemos trabalhar com uma música da Amy Winehouse, uma artista que nós gostamos muito da obra e que deixou um legado imensurável para a música mundial. Escolhemos “Back To Black” por ser um clássico e uma canção incrível, fizemos um arranjo novo, mas sem tirar as características mais importantes da música e lançamos! Foi nossa primeira gravação ao vivo no estúdio, sem que cada um gravasse os instrumentos de forma separada, um processo muito legal.

– Gostamos muito da qualidade sonora alcançada por vocês. Suponho que o trabalho em estúdio tenha sido muito tranquilo. O que você pode nos falar sobre esta etapa, até chegarmos no lançamento propriamente dito?

R: Foram muitas experiências em estúdio desde a gravação e o lançamento do nosso EP de estreia em 2023 até nosso último single lançado no começo de 2025, todas foram muito especiais e pudemos trabalhar com pessoas incríveis. Com verdadeiros arquitetos sonoros.

Temos o nosso produtor já de muitos anos, o Gerson Lima que nos dá muita liberdade dentro do estúdio e entende bem a sonoridade da banda. Ele produziu nosso último single e nosso EP de estreia que eu mencionei.

Além dele, trabalhamos com o Maurício Cajueiro, produtor de Campinas que já trabalhou com muitos artistas incríveis como: Steve Vai, Glenn Hughes, Ivan Lins, Zélia Duncan etc, então poder ter a oportunidade de um cara com esse currículo produzir uma música nossa, foi sensacional e muito gratificante. Essa etapa de gravar, produzir e lançar é sempre ótima e nos traz muita alegria e satisfação.

– Lucas, eu adorei as linhas mais melodiosas compostas por vocês. Como funciona o seu processo de composição, neste sentido?

R: Na Radicitus o processo de composição é bem simples: é por partes. Nunca jogamos nenhuma ideia fora, tudo é aproveitado em algum momento.

Cada membro trás uma parte diferente do que imagina pra uma música: um riff, uma linha de baixo, uma letra etc. Vamos juntando tudo até ornar e encontrarmos um sentido pra tudo aquilo, o que não usamos, fica guardado para uma hora voltar e ser aproveitado. É dessa forma que trabalhamos e tem funcionado.

– A arte da capa é bem diferente, fugindo do padrão que estamos acostumados. Qual a mensagem que você quis transmitir com ela?

R: Nós gostamos muito de que cada capa diga algo para os ouvintes, ainda que de maneira implícita, nossas capas brincam muito com isso. Não temos bem um processo de escolha padronizado das artes das capas, tudo depende da pegada da música e do que ela vai dizer, aí a gente escolhe a capa baseado nisso.

– Imagino que você já deva estar trabalhando em novas músicas. Poderia nos adiantar como elas estão soando?

R: Sim! Estamos, temos novas músicas a caminho! Elas estão soando como a Radicitus deve soar: cruas, com peso, e com aquelas características sonoras que o pessoal já conhece! Temos muitas coisas a caminho

– Vocês já estão prontos para excursionar por outras regiões do país? Falo isso, pois depois de escutar o seu material, fiquei curioso para vê-los ao vivo.

R: Sim! Estamos prontos e bem empolgados! Nós estamos em uma fase de reformulação, mudanças na formação e no repertório e claro: compondo coisas novas. Em breve iremos anunciar uma nova turnê e que pode passar por outras regiões do Brasil… aguardem!

– Como você analisa o mercado fonográfico atualmente? Você acredita que o nicho que você faz parte, permite espaço para novos nomes promissores, como é o caso aqui?

R: O mercado fonográfico mudou muito, a tecnologia e as redes sociais transformaram esse universo, agora é mais fácil para gravar um disco, lançar uma música e ter divulgação na internet etc, coisa que antes, ficava nas mãos das grandes gravadoras.

Quanto a nicho, o rock n’ roll sempre foi um terreno fértil apesar de muitas pessoas afirmarem que ele está morto. Eu acredito e vejo que hoje, no Brasil e no mundo, existe uma infinidade de bandas legais buscando conquistar espaço no underground e no mainstream. Eu acho que principalmente com bandas mais atuais como Greta Van Fleet e o Maneskin por exemplo, surgiu um certo revival desse rock alternativo/clássico, de bandas que flertam com elementos dos anos 70 (no caso dessas duas que eu citei), o que para nós é ótimo, fomenta nosso meio e o de muitas outras bandas.

Infelizmente eu só acho que a cena poderia ser mais fortalecida com apoio entre as bandas, existe muita competição por aí entre os artistas que, se se ajudassem, deixariam tudo melhor e mais fácil.

– Mais uma vez obrigado pelo tempo cedido ao site Cultura em Peso. Agora o espaço é seu para as considerações finais

R: Novamente, eu que agradeço o espaço! Gostaria de pedir que todos seguissem a Radicitus no Instagram (@radicitusoficial) para ficar por dentro de tudo que estamos fazendo e também que ouçam nossas músicas nas principais plataformas de streaming! Estamos no Spotify, Amazon Music, Deezer, YouTube Music, Apple Music etc!

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