Aconteceu na Embaixada do Rock, templo consagrado do cenário underground , em São Leopoldo – RS no dia 05 de novembro de 2017 em um domingo, aquilo que gostaríamos que acontecesse todos os finais de semana nos shows, casa cheia, público aproveitando, curtindo, bebendo, conversando, amigos reunidos para prestigiar o bom e velho som autoral, um caldeirão de Crust, punk, hardcore, death metal, sobrou motivos para a galera aproveitar.
Três dos grandes nomes responsáveis por muitos dos shows que acontecem no Rio Grande do Sul hoje, se reuniram e nos presentearam com um final de semana daqueles, inesquecível, foram eles: Morrostock de Peso, União Metalpunk RS, Brutal Sonora e Embaixada Eventos que trouxeram pela primeira vez ao Rio Grande do Sul a Banda EXTREME NOISE TERROR, ainda que sem o vocalista Dean Jones que, por problema de saúde ficou impedido de embarcar. Legal é que a Banda honrou seu compromisso e compareceu sustentando o astral da GIG.
O evento contou ainda com outras três Bandas, todas do cenário nacional e que contribuíram com o peso do som apresentado se encaixando perfeitamente na proposta da produção.
A primeira Banda a subir no palco foi a Banda DEVASTADORAS, composta somente por mulheres, Rosa no vocal, Camina na guitarra, Tai na batera e Manu no baixo. No cenário desde 2012, com uma temática condizente com a proposta de um hardcore punk, botaram a boca no trombone para denunciar toda a situação política na qual estamos imersos e paralisados, não aliviaram no som, na denúncia e literalmente quebraram tudo com atitude de quem não leva o som só por diversão, um baita show como sempre dessas gurias, seguindo o setlist furioso: Intro, A paz não existe, Miolos estourados, Olhos inocentes, Reality Show, Desilusão, Infectado, Tirania, Vocês escolheu, A vida não vale nada, Rotina maldita, Revolta punk, Sub vivência, Medo.
Em segundo lugar entraram os já conhecidos do palco da Embaixada do Rock e por ai a fora, agora inclusive, estão em tour pelo Brasil, Uruguai e Argentina, nada menos que INFECTED SPHERE, banda que é nova apenas na formação, pois no som já evoluíram muito e o respeito, a dedicação, o empenho do trabalho que fazem é fantástico. Banda de Caxias do Sul, que em apenas um ano de trabalho conjunto já apresentam um repertório considerável. Luís C. Tomasini na guitarra, Daniel Machado na bateria, Charles Magnabosco no vocal, e que vocal, seguindo com Dener Oliveira no baixo, integrantes da INFECTED NA SPHERE mandaram ver um Death Metal de qualidade e a galera curtiu.
WARKRUST um quarteto que entra, preparando o palco para o Grand Finale e, para detonar mesmo, agressividade, euforia, revolta, nada disso faltou. Anne Crust a vocal é sinônimo de tudo que possa ser mais crust, punk hardcore e D-Beat nesse cenário musical, envergonhada no palco, como ela mesmo diz, mas se transforma quando assume a frente da Banda, composta ainda por Rodrigo Alemão na guitarra, Ricardo Bayäkkü no baixo e Matheus na bateria, simplesmente arrasaram.
Por fim o que vivenciamos foi sim muito doido, eu, particularmente, não sabia se fotografava, se curtia o som, se olhava a galera se quebrando, foi um showzaço, lindo de ver, eu queria a Embaixada sempre nesse astral. Então, finalmente sobe aos palcos, EXTREME NOISE TERROR, da sua história nem precisamos dizer nada, quem não conhece, corre para se atualizar, quem conhece sabe do que estamos falando. Dean Jones não compareceu, mas a GIG aconteceu e não perdeu o astral, rápido, barulhento, violento e dançante. A Lenda inglesa do crust/grindcore arrebentou a Embaixada do Rock, com um setlist lá de 89/90, Raping the Earth de 95, Dogma, Intolerance, Control de 2015 e Borstal Breakout (Sham 69) e a participação especial, da Anne Crust, vocal da WarKrust que atendeu aos pedidos da galera e subiu ao palco e fez bonito emocionando a galera pra valer, tudo foi filmado e logo estará em um vídeo do evento.
Foi um domingo inesquecível com a galera super satisfeita, quem não foi por conta da ausência de Dean Jones, certo que se arrependeu, pois, como diz o conhecido Mandelinha, uma GIG não é feita só por uma pessoa só, e também concordando com Aline Rodrigues “É pegar ou pegar porque largar não eras dessa vez”, quem foi, foi e aproveitou muito. Parabéns a todos os organizadores.