Após o sucesso da primeira tour do ano, de FABIO LIONE.
Era urgente uma nova tour e assim foi feito, com muita competência e organização da produtora ESTETICA TORTA, que inclusive sempre tem como primasia a experiência do fã, seja na linha de livros e/ou também na organização e produção de shows/eventos, assim o fez mais uma vez.
Em São Paulo, com mais de um mês de antecedência para o show, foi necessário abrir além de duas datas (Sábado e Domingo), foi necessário abrir uma seção extra, devido a alta procura e fãs demasiadamente ansiosos para ver FABIO LIONE.
O icônico vocalista tem uma longa jornada musical, estrada cheia de êxitos e passagem por bandas memoráveis do estilo.
Sobre o Domingo não poderia ser algo menos do que extraordinário, uma vez que se tratava do último show da tour “DAWN OF VICTORY” e o  Teatro APCD no bairro de Santana, em São Paulo foi o escolhido, pertinho da estação/terminal rodoviário Portuguesa Tietê.

A abertura das portas do Teatro estava prevista para às 18h, porém às 17h, a fila de fãs começou a se formar e aos poucos começou a adentrar ao confortável teatro.
Enquanto alguns adquiriam seu merchandasing, outros já se aconchegavam em seus lugares conforme a fileira e com proximidade da abertura dos trabalhos, o teatro ia enchendo ainda mais, com o publico ocupando todos os lugares, incluindo o mezzanino.

Pontualmente, às 18:30, as freiras mais sombrias do Metal subiram ao palco, entrando uma a uma foram sendo calorosamente recebidas pelo público. Uma áurea sombria se ambientava e ao fundo, uma trilha sonora tocava, marcando e uma entrada impactante e já nos primeiros acordes, a banda DOGMA, já chegou com uma faixa forte, intitulada “Forbidden Zone“, que já traz uma sinfonia soturna e que deslancha em um som animado com um refrão que te pega.


A segunda canção apresentada foi “My First Peak”, que manteve o mesmo embalo, essa inclusive tem aquela sonoridade de som “balada”, envolvente e cativante.  A gótica “Made Her Mine” e  “Banned”, pareciam se complementar, depois do peso, uma faixa que tem um bailado parecido com um tango, um tango bem macabro. Carnal Liberation, uma das faixas mais pesadas, garantiu boas bangeadas da galera, que ainda estava tímida e assistia o show sentados, talvez pela atmosfera de teatro e não um show aberto, como em uma casa de show e/ou um estádio. A faixa possui um belo solo, virtuose total. Não poderia faltar de forma nenhuma, “Like a Prayer”, o cover de Madonna, não poderia faltar de forma alguma, uma música que fala de liberdade sexual principalmente da mulher, e condiz com  a atitude da banda no palco, de poder sensualizar sem ter dedos apontando, um belo tributo na verdade.

Bare to the Bones, trouxe um tom mais festivo e ao mesmo tempo, meio melancólico, que foi sentido também na “Make Us Proud”, que só foi quebrado com a animadíssima Pleasure From Pain”, uma mistura de som pesado e viês Pop, lembrando aquela a época “Dark Passion Play”, do Nightwish na fase Anette Olzon. Bela cançao, carregada de pedais duplos e solos, de guitarra e teclado, sombrio e bem gótico. Ah, nesta música, a baixista Nixe foi para o meio da plateia, o publico foi ao delírio.
E  na mesma pegada, foi a vez de “Father I Have Sinned”, com certeza uma das mais conhecidas da banda, acredito inclusive que tenha sido a primeira faixa a ganhar video oficial.

Mas como tudo o que é bom, um dia tem seu fim, a banda chegou ao momento derradeiro, de uma apresentação cheia de personalidade e atitude, foi a vez de “The Dark Messiah”, encerrando como se em um ato, a impecável apresentação.
Com sonoridade próxima ao Gothic Metal, com certeza foi um dos pontos altos da apresentação da banda DOGMA e as cortinas do espetáculo já poderiam ser cerradas.

Já conhecida e reconhecida pelo público brasileiro, a banda tocou recentemente no Bangers, realizou e realiza nesta sua segunda passagem pelo Brasil, uma série de shows e entrevistas e possui uma boa receptividade por parte do público brasileiro, principalmente a parte não “xiita” do Metal.
Apresentando performance e um som de muita qualidade é principalmente um som de peso, guitarras potentes, vocais que parecem um canto de sereia e muita técnica e precisão no baixo e bateria. Tudo minuciosamente trabalhado para surpreender e prender a atenção.
Um poderoso Hard/Metal melodico de natureza obscura e provocadora.
Confesso que em alguns momentos, a banda demonstrou uma pegada a la “Nightwish“, trazendo referência ao Power Metal, com aquela levada de guitarras rapidas e pedais duplos com condução característicos do estilo.
Especula-se que as integrantes do DOGMA sejam todas de origem latina, possivelmente México e há quem diga que há uma brasileira entre elas. Sua estética gótica e sua música chamam a atenção, suas letras falam sobre liberdade mas principalmente si colocando em primeiro lugar. Lilith (vocal), Lamia (guitarra), Nixe (baixo), Abrahel (bateria) formam DOGMA.

Por fim, foi a vez dele, o carismático e lendário vocalista, FABIO LIONE, voz marcante, simpatia e durante todo o show se dirigindo ao público, falando em português.
A medida que a orquestra adentrava ao palco, a expectativa era ainda maior.
Os gritos da plateia se intensificavam ainda mais a medida que cada integrante da banda se posicionava no palco. Por fim, a galera foi a loucura quando o anfitrião da noite surgiu por de trás das cortinas.

Já iniciando a incrível epopéia do álbum “Symphony Of Enchanted Lands“, LIONE seguiu a ordem das faixas do disco, com a incrível “Epicus Furor“, só de lembrar vem o arrepio.
Escutar esta faixa já é arrepiante, porém, ao vivo com orquestra, meu amigo – meio que passou um filme na cabeça, lembrando das primeiras vezes que ouvi o disco.
Que trouxe a seguir a Emerald Sword, com certeza um dos maiores clássicos do Rhapsody, além de ser a porta de entrada, a primeira música de muitos fãs (me coloco nesta lista), trazendo um sentimento de batalhas épicas e de que algo fabuloso (sem trocadilho), está por vir.

Em seguida foi a vez da também empolgante “Wisdom of the Kings“. A faixa “Heroes of the Lost Valley” trouxe o clima medieval, preparando o terreno para a incrível “Eternal Glory“, sendo inclusive cantada a pleno pulmões pela plateia.
Mantendo o mesmo clima e a temperatura do show lá em cima, foi a vez da memorável “Beyond the Gates of Infinity“, um som poderoso e muito aguardada pelo público.

Não poderia faltar de forma alguma, sendo deixado pelo próprio LIONE, que aquela era a canção mais “baladinha romântica” do disco, foi a vez da lindíssima ‘Wings of Destiny“.
Em seguida foi a vez de “The Dark Tower of Abyss“, onde LIONE fez questão de dedicá-la ao notório Christopher Lee, que já nos deixou a algum tempo. Ressaltando inclusive seu dominio de idiomas, os quais 9 eram falados por Lee, um verdadeiro mago que fazia questão de ir aos restaurantes e pedir o que fosse comer, no idioma de origem do restaurante.  LIONE falou do pavor, que LEE tinha da palavra “Drácula“, remetendo a um de seus personagens mais famosos e que a citação lhe causava extremo incomodo, como se fosse aquele, o único trabalho relevante do incrível ator/cantor.

Em seguida, já quase finalizando o disco, foi a vez de “Riding the Winds of Eternity“, faixa vigorosa que aumentou ainda mais a temperatura de um show que já estava incendiário.
Por fim, com muito talento e carisma, foi a vez da faixa titulo do álbum, “Symphony Of Enchanted Land“, que LIONE fez questão de ir no meio do publico e cantar com a plateia, passou um bom tempo na fileira “M”, que felizmente era a fileira onde eu estava.
Foi algo muito surreal!!!!

Encerrando este set das faixas do álbum, foi a vez de iniciar um novo set e trazendo outros sucessos de sua carreira. Do disco “Power Of Dragon Flame“, foi a vez da incrível “In Tenebris“, que foi sucedida pela  intensa e destruidora “Knightrider of Doom” uma das minhas preferidas e que achei que nem estaria no set, canção do álbum “Tales From Emerald Sword Saga“. Um som rápido e vigoroso, música épica. Em “Land of Immortals“, o publico foi mais uma vez ao delirio e cantou forte. Em  “The Wizard’s Last Rhymes“, LIONE mostrou ainda mais a sua potência enquanto um tenor. FORMIDÁVEL!

Fabio Lione – Credito Clovis Roman

Em “Rain of a Thousand Flames”, nome da faixa que dá título a um dos seus trabalhos foi proposto a banda tocar em BPM´’s ainda mais rápidos, isso sem deixar de mencionar que originalmente esta é uma música de instrumental demasiadamente veloz e os vocais de LIONE postos a prova e se superando. Desacelerando foi a vez de “Lamento eroico”, faixa esta toda em italiano e o publibco fez bonito e não desapontou. Tanto que FABIO, agradeceu ao publico e como em outras vezes durante a apresentação, disse que quem estava dando show era o público e não ele, a banda e a orquestra. LIONE conseguiu colocar todo mundo de pé e cantando intensamente, tenho certeza de que muitos sairam roucos de lá (risos).

Na sequência, foi a vez da incrível “Holy Thunderforce” e durante todo o tempo LIONE interagiu com os músicos, a orquestra e o público demonstrando além de muito carinho com quem estava com ele, um demasiado respeito e consideração a todos que estavam ali naquela noite, mencionando inclusive que em outras oportunidades, embora memoráveis, as demais apresentações não haviam superado aquela noite (aqui no Brasil), mediante a dedicação da orquestra.

Em um momento de descontração, LIONE chegou a perguntar o motivo de ele ainda não estar no Guiness Book e que talvez, seria legal rolar uma outra tour,  que ao invés de tocar 6h e 45 minutos em dois dias poderiam ser muito mais, onde a plateia prontamente concordou. Talvez tocar um outro disco na integra e realizar de um único dia, 7 horas de shows. Inclusive, outra coisa que ele foi incisivo, nada de 6h e 45 minutos, ele queria completar 7 horas de show, com a justificativa de ser um número/hora completa.

Creditos Clovis Roman

A esta altura LIONE já havia ganho o público faz tempo e foi a vez de um cover de “We Are The Champions“, em tributo a banda Queen, enaltecendo a voz e o talento de Freddie Mercury, que em sua percepção está na list dos 10 maiores vocalistas do mundo e esta faixa ele dedicou ao público ali presente. Sem deixar de mencionar, que ele convidou o coral para cantar uma parte da faixa, de maneira solo, cedendo inclusive o seu microfone para um duo  entre dois integrantes do coral/orquestra.

Creditos: Clovis Roman

Por fim, chegou a vez da faixa que deu nome a tour, a única que estava faltando de um setlist cheio de clássicos, que inclusive LEONI chegou a perguntar ao tecladista Flavio, que reafirmou a pontuação. Nesta faixa, o vocalista convidou ao palco a baixista NIXE, que foi inclusive, após ser enaltecida anunciou a faixa e a tocou durante toda a sua duração.
A cada fim de faixa LIONE se retirava do palco e retornava no começo da próxima canção, no intuito (talvez), de encerrar um ato anterior para iniciar um novo, além disto houve revezamento dos maestros/regentes da orquestra de tempos em tempos.

Dogma & Fabio Lione - Creditos Clovis Roman
Dogma & Fabio Lione – Creditos Clovis Roman

Meus amigos e minhas amigas, que show foi este? A bateria do meu celular foi embora, mas o que não irá embora de forma alguma é a experiência de um show tão incrível.
Nem vi o tempo passar, quando me dei conta, haviam se passado duas horas de um show repleto de clássicos e um público demasiadamente consternado e apaixonado pela experiência de ver o seu ídolo ali tão perto e tão acessível, além de preocupado com o público e quem estava a seu redor.
Parabéns ESTETICA TORTA por tamanha e formidável organização!
Parabéns DOGMA e FABIO LIONE por entregas tão excepcionais!
Parabéns ao público que entregou sua emoção, cantou, chorou e se recordou de cada canção e que cantou junto com muita nostalgia. Foi INCRIVEL!
Isto com certeza mudou a semana de muitos ali.
APCD, parabéns pela moderna estrutura, belissimo teatro! Um espaço á altura de grandes produções nacionais e internacionais.

Consideração final:
De forma geral, esta foi com certeza uma jornada épica e que venham mais e mais tours, mais e mais álbuns sendo tocados na integra e resgatando este incrível legado de FABIO LIONE, com banda já é algo surpreendente e maravilhoso, com orquestra, formidável e surreal. LEONI com o olhar cativou o público, que respondia a altura e nem parecia que aquele mesmo vocalista que teve uma extensa e árdua turnê, com shows incríveis em tão pouco espaço de tempo, entregando energia apresentações impecáveis. O show de ontem no Teatro APCD fechou com certeza com chave de ouro, esta turnê.

SETLIST DOGMA

Intro
1 – Forbidden Zone
2 – My First Peak
3 – Made Her Mine
4 – Banned
5 – Carnal Liberation
6 – Like a Prayer – (Madonna cover)
7 – Bare to the Bones
8 – Make Us Proud
9 – Pleasure From Pain
10 – Father I Have Sinned
11 – The Dark Messiah

Encerramento com a trilha Tubular Bells (Tema do filme “O Exorcista”)
(Canção de Mike Oldfield).

SETLIST – FABIO LIONE + banda e Orquestra.

1 – Epicus Furor
2 – Emerald Sword
3 – Wisdom of the Kings
4 – Heroes of the Lost Valley
5 – Eternal Glory
6 – Beyond the Gates of Infinity
7 – Wings of Destiny
8 – The Dark Tower of Abyss
9 – Riding the Winds of Eternity
10 – Symphony of Enchanted Lands
(Rhapsody of Fire song) (Lione went offstage into the crowd)

Em um segundo Set
11 – In Tenebris
12 – Knightrider of Doom
13 – Land of Immortals
14 – The Wizard’s Last Rhymes
15 – Rain of a Thousand Flames
16 – Lamento eroico
17 – Holy Thunderforce
18 – We Are the Champions (Queen cover)
19 – Dawn of Victory

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