1- A banda surgiu com o intuito de ser cover, em que momento vocês decidiram ser uma banda de sons próprios ?

FERNANDA Na real o intuito não era só fazer cover, mas no começo da banda, pra se entrosar a gente tirava cover e as músicas que o Chris já tinha feito há muito tempo, como Red Light Queen, mas a gente bebia muito nos ensaios e não saia disso rs, acabou sendo total 4 fun , aí o Demente entrou na banda e começamos a levar a sério.
CHRIS; Não eram exatamente covers. Eram as musicas do Cock Sparrer que eu tinha gravado com eles na Inglaterra. Mas tinham covers também, tipo White Riot do Clash e La Isla De Encanta dos Pixies.

2- Explique de onde surgiu a idéia de mesclar punk rock com rock ,n. roll, e quais as principais influências ?

FERNANDA Surgiu naturalmente, nós gostamos de tudo isso, cada um colocou sua influência e saiu o Final Fight. As influências são: Cock SParrer, THe Clash, UK Subs, Alice Cooper e Rolling Stones…Sei lá Várias
CHRIS. Punk Rock é Rock´n´Roll, só que tocado mais rápido e com mais raiva, mas no fundo é a mesma coisa. A maior diferença entre os dois esta nas letras. Punk é mais político, não tem muita viagem, é como se fosse o noticiário na TV todas as noites, você fala das coisas que realmente estão acontecendo. Um exemplo disso é a letra de Thursday Bombs que o Demente fez. Soa como o William Bonner dizendo as noticias do mundo no Jornal Nacional. Quanto a influencias, vai do Elvis ao UK Subs. Não temos preconceito com nenhuma vertente do Rock…..desde que seja Rock, é claro.
DEMENTE – Punk Rock é Rock N Roll, a cena punk tem caminhado rumo à uma extremização do som, cada vez mais rápido e mais brutal, mais crust, grind e metal… eu respeito isso, mas meu negócio é rock n roll, ska e punk, esse é o som que me faz respirar e que eu gosto de tocar.

3- Como foi a chegada do guitarrista Demente, quando surgiu a idéia de convida-lo?

FERNANDA Quando a Bya ( ex baixista) resolveu sair da banda, tinha um show marcado, o Demente resolveu fazer esse show, foi legal e acabou ficando até hoje.
Chris: O Demente já conhecia a maioria das musicas do Cock Sparrer e já tinha ouvido as minhas varias vezes em shows, então foi fácil. E como ele é principalmente guitarrista, ele fez uns arranjos pro baixo que ficaram ótimos. È como se fosse duas guitarras. Uma aguda e outra grave. Ate alguns solos nos fazemos juntos. Isso deixa o som do Final Fight diferente das outras bandas
DEMENTE – é difícil falar não quando te dão choques elétricos no corpo e enfiam palitos de dentes embaixo das suas unhas!

4- Chris, qual o principal motivo que te tirou das pistas para ser um punk rocker ?
FERNANDA As Groupies! Hahah brincadeira
Chris : Groupies………serio !!!

5- O primeiro trabalho intitulado “Quem de medo corre, de medo morre” repercutiu muito bem na cena nacional, como a banda soube aproveitar-se deste momento pra s firmar no cenário?

FERNANDA Aproveitamos pra divulgar o som fazendo shows. E ainda estamos na luta pra tocar no Brasil inteiro.
Chris: Pra dizer a verdade você nunca sabe qual é o momento certo. Tem que contar com a sorte. Demora tanto pra gravar, prensar, fazer a arte da capa, distribuir o cd nos lugares certos, divulgar na internet…..não adianta fazer planos. Tem que lançar o cd e rezar pra tudo dar certo..
DEMENTE Infelizmente, por melhor que seja a receptividade, as bandas underground estão fadadas a permanecer no underground eternamente. Esse país é corrupto e promíscuo até a raiz e, à menos que você faça um som pra bunda-mole ou tenha um padrinho (ou seja você o bunda-mole) , não vai tocar em rádio nenhuma, nem em canal de TV nenhum e nem terá chance nenhuma de mostrar seu som para outros públicos… Aqui impera o Jabá, o apadrinhamento, a moda idiota e a compra de espaços e essa á uma luta covarde e desigual, onde sempre quem ganha é quem tem dinheiro e sempre quem perde são os artistas criativos e com conteúdo e, obviamente, o público, que é bombardeado por bosta o tempo todo.

6- Fernanda o que lhe influenciou a tocar bateria deste tão cedo?

FERNANDA em 92 fui morar em Brasília e lá não tinha nada pra fazer, meu vizinho dava aula de batera e a banda do meu irmão precisava de baterista, eu estava louca pra começar a tocar também aí não teve jeito, comecei e nunca mais parei, faz parte de mim, toco a mais tempo que a metade da minha vida, não sei como seria se não tocasse.

7- Você que já passou por projetos como Dominatrix e Food 4 Life tem experiência de sobra, mas a presença feminina vem ganhando espaço considerável no cenário(o que é muito importante), como você vê isso ?

FERNANDA Antigamente era tudo mais difícil, né? Quase não tinha mina que tocava e tal, ainda mais bateria…Putz, uma luta pra conseguir respeito e espaço, mas eu não desisto fácil das coisas que eu gosto. E não iria abrir mão da minha feminilidade e minha vontade de tocar bem batera. To aí até hoje e sei que inspiro muitas garotas a começarem a tocar, o que eu acho uma vitória, a cada dia que passa tem mais garotas tocando bem por aí.

8- Jogo rápido:

4 bandas nacionais:
FERNANDA Cólera, Ratos de Porão, Mutantes (antigo) e Juventude Maldita, af sei lá…Odeio escolher!!!
Chris: Mutantes, Arnaldo Batista, Sergio Dias….e……hmmmm…….Mallu Magalhães !!!! …ah…e o Bisk8
DEMENTE – Cólera, Restos de Nada, Desastre e Raul Seixas

4 bandas internacionais:
FERNANDA Puta, foda escolher 4, hein? Distillers, Slayer, to ouvindo muito Klasse Kriminale e Vice Squad Também.
Chris: My Bloody Valentine ( a melhor banda que eu ja ouvi), The Explelled, The Clash, Veruca Salt e mais cinco milhões de outras que eu adoro.
DEMENTE – Jimmy Cliff, Eskorbuto, Adverts e Blitz (a banda punk inglesa, não o Evandro Mesquita, pelo amor…)

1 livro :
FERNANDA A lenda do Sabre Dourado
Chris: Christiane F.
DEMENTE – A Erva do Diabo, de Carlos Castañeda

1 frase:
FERNANDA You Can Get It If You Really Want
Chris: I see better when I´m blind.
DEMENTE – The Harder they come, the Harder they fall, one and all

Rock :
FERNANDA Estilo de vida
Chris: Como diria o Charlie Harpper do UK Subs: Born a Rocker, Die a Rocker
DEMENTE – o rock n roll fudeu minha vida, mas salvou minha alma

Vida:
FERNANDA Rock
Chris: Um estilo de rock. ( mas não tenho nada contra morrer)
DEMENTE – liberdade e luta

Cerveja:
FERNANDA Sem ela eu não vivo com ela sobrevivo
Chris: All we need is oceans of booze
DEMENTE – não bebo cerveja, então não posso opinar à respeito. Se você tivesse me perguntado sobre pinga com mel…

Oque mais odeio:
FERNANDA Hipocrisia…Mas eu odeio muitas coisas…
Chris: gente preconceituosa
DEMENTE – fascismo e gente que acha que tem o direito de tomar conta da vida alheia e dizer aos outros o que é certo ou errado.

Nos tempos livres:
FERNANDA arte…
Chris: dormir…..
DEMENTE –música, capoeira e os quadros que pinto… se tenho algum tempo livre, com certeza estarei fazendo alguma dessas coisas.

O melhor álbum:
FERNANDA Still Cyco After All These Years – Suicidal Tendencies
Chris: Rise – Swervedriver
DEMENTE – Fico entre o Crossing the Red Sea do Adverts e o Aloha from Hawaii do Elvis Presley.

9-Demente como foi fazer uma auto produção deste material? Masterizar na sua própria residência?

Foi foda, mas não teve outro jeito. Não havia grana pra fazer de outra forma, então foi um puta aprendizado. Não posso dizer que gostei de tudo, com certeza escutando agora eu mudaria várias coisas, mas acho que ficou bem razoável e tive a enorme sorte de contar com a ajuda de meu grande amigo Fernando Montanholi na mixagem final e masterização, ele é um técnico de som bastante experiente e tem um ouvido afiado, sem a sua ajuda e talento, o disco não teria atingido esse resultado.

10- Fernanda como você sente a evolução natural do trabalho, você mesmo cita que sempre vê defeitos e quer melhorar e no palco faz muita coisa diferente. De quais pequenos detalhes você quer dizer e no que eles fazem diferença?

FERNANDA Então, eu tento ir melhorando tudo que faço, sei lá eu sempre acho que ta faltando algo, e preciso aperfeiçoar. Voltei a fazer aula de bateria a pouco tempo pra ter mais independência nas baquetas, to aprendendo ritmos brasileiros e latinos e acredite se quiser mas isso está me ajudando no punk rock . E aí você pergunta, pô, 18 anos tocando e vai fazer aula pra que? Você sempre tem o que aprender…A evolução de tudo não tem fim, se você acha que ta bom tem alguma coisa errada, se você ta em crise é sinal que ta evoluindo. Perfeccionista Né? Eu sou assim em tudo haha

11- Qual o critério de escolha das canções que seriam lançadas neste primeiro trabalho ?

FERNANDA podemos por 8 músicas? Vamos por as 8 mais legais do Final Fight!!
Chris: Essa foi a parte mais difícil, porque todas as musicas do Final Fight são legais rsrsrsrsrsrsrsr !!!!!

12- Vocês podem comentar sobre a temática do trabalho, sobre qual a expectativa da banda em relação a reação do público a conhecer as letras das músicas?

FERNANDA Fazemos em Inglês pro mundo poder entender o que nós estamos falando e não somente Brasileiros. Eu acho legal música em português no Brasil até pq muita gente não entende inglês aqui mas como o Chris fala o Inglês perfeito acho interessante o resto do mundo conhecer nossas idéias.
Chris: Eu gosto de fazer as letras em inglês primeiro porque a língua inglesa é a língua do Rock, segundo porque eu tenho uma escola de inglês e quando alguém vem me perguntar o que é que eu to dizendo nas letras, eu dou um cartão da minha escola e digo….vai lá….você aprende e passa a entender todas
DEMENTE – rock n roll, drogas, role punk, histórias de vida e contestação social. Somos apenas mais uma banda de punk rock pondo o dedo nas feridas da sociedade.

13- Demente, você já passou por bandas importantes do cenário nacional como Flicts, Invasores, o que você trouxe de experiência destas bandas para o Final Fight? Sentiu muita diferença de passar para o baixo ?

Eu toquei apenas alguns shows com o Flicts, nunca fui um membro da banda, mas com eles eu tocava baixo. Toquei também com o Phobia Punk Rockers, Juventude Maldita, Invasores de Cérebros, Kolapso 77, Calibre 12, Atitude, Elektrobillys e Sindicato do Crime… acho que o que eu trouxe para o FF foi um pouco de agilidade, porque quando eu entrei a banda estava muito engessada, sem compor, sem um direcionamento. Todas as bandas foram importantes para mim, me deram muita experiência de palco e de composição, mas continuo sendo um mero aprendiz perto de caras como o Chris, que é um grande músico mesmo. A transição para o baixo foi meio dolorida e às vezes ainda me canso fisicamente meio rápido, mas é um instrumento pelo qual sou igualmente apaixonado e me divirto muito tocando, é um desafio que encaro com muito prazer.

14- Quais motivos levaram a banda a se chamar Final Fight?
FERNANDA Já existia uma banda chamada GUTTER CATS
Chris: Foi idéia do Demente. Ele achou Gutter Cats meio parecido com Pussycat Dolls !!!!!!!!
DEMENTE – 2 motivos principais:

O refrão da Internacional Socialista

“Bem unidos façamos
Desta luta a final
De uma terra sem amos
A Internacional!”

O jogo de fliperama Final Fight, que eu sempre curti e gastei muitas fichas na minha adolescência.

15- Qual o melhor show da banda ?
FERNANDA Hangar 110 com Civil Olydnad, Cruzeiro e o último show da Galeria do Rock Também
Chris: já teve vários shows legais. O de Rio Claro, e o da Livraria da Esquina, entre outros
Demente: O show da galeria

16- Contatos da banda:
www.myspace.com/finalfightpunkrock

17- Mensagem da banda :
FERNANDA Não espere nada cair do céu. Faça o que você acha certo nem que você tenha que fazer sozinho! Quanto maior a luta maior a recompensa.
Chris: Espere cair do céu….mas não fique olhando pra cima pra não cair na sua cabeça

 

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!