A recente aquisição de grandes festivais de música da Espanha pelo fundo de investimento norte-americano KKR (Kohlberg Kravis Roberts) causou repercussão no meio cultural e artístico do país. A informação, publicada pelo El Salto Diario, revela que o fundo, conhecido por seu alinhamento com interesses pró-Israel, passou a ter participação majoritária em eventos de grande porte como Primavera Sound, Sónar, Mad Cool e Viña Rock.
A movimentação do KKR é vista como parte de uma tendência global de “financeirização da cultura”, em que fundos bilionários investem em eventos artísticos com alta rentabilidade. No entanto, o caso espanhol tem gerado reações não apenas pela concentração de capital estrangeiro no setor, mas também pelas implicações políticas e ideológicas dessa presença.
Reação imediata: Dakidarría se retira do Viña Rock
A banda galega Dakidarría foi uma das primeiras a se manifestar publicamente contra a operação. Em comunicado publicado em suas redes sociais no dia 15 de maio de 2025, o grupo anunciou que não participará mais do festival Viña Rock, onde já se apresentou diversas vezes e nem de nenhum evento ligado ao KKR, salvo se houver um rompimento com o fundo.
Em comunicado publicado em suas redes sociais nesta quarta-feira (15) a banda declarou:
“O fundo de investimento KKR é uma organização sionista pró-Israel e, portanto, ao participar deste evento, estamos apoiando de forma direta um genocídio”
“Podem nos colocar na lista negra que quiserem (…), mas, se tentamos ser honestos, este é o único caminho que uma banda como a nossa deve seguir.”
O comunicado termina com um grito político direto: “Viva a Palestina livre e FCK Israel. Fogo!“

Ainda não há manifestações públicas dos organizadores dos festivais ou do próprio KKR sobre o caso.