O novo álbum da banda FURIT, de Teresina/PI, aborda temais atuais, com a interação entre as relações humanas e realidades cotidianas, de um mundo já permeado por tecnologia e informação. O título do álbum, “Black Mirror”, vem do seriado homônimo da Netflix, que faz de forma magistral críticas e análises semelhantes, agora em versão Thrash Metal com os piauienses. Tharik Santos (baixo/vocal), Max Melo (guitarra/backing vocal), Ulisses Melo (guitarra), Lucas Nannini (bateria) tem trabalhado continuamente desde 2011, e foi com o lançamento do debut “The Order Remains The Same”, em 2017, que a banda atingiu um número maior de admiradores, vindo a tocar com medalhões como Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest), Krisiun e Taurus.
Confira o álbum “Black Mirror” no Spotify:
https://open.spotify.com/album/52sDnzx47H5s7dyIKFhRcP
Desde então, o quarteto se propôs a se dividir entre os estúdios e os palcos, divulgando o debut e posteriormente dando início à composição de “Black Mirror”. A música que abre o álbum, “Truth Game”, fala do jogo da verdade. Segundo o baixista e vocalista Tharik Santos, “A verdade tornou-se líquida nos últimos tempos, com advento da pós-verdade, e com o amplo acesso à informação, independentemente de sua qualidade. Todos se julgam senhores do conhecimento, apesar de não passar de meros devaneios e ilusões de gente que só quer legitimar suas práticas, questionando-se até informações de conhecimento crucial e pedras sólidas da experiência humana”. A partir daí já é possível sacar o conceito do álbum. A segunda faixa, “W.Y.S.I.A.T.I.”, é uma abreviação para “What You See Is All There Is”, conceito tirado do livro “Rápido e Devagar” (Daniel Kahneman), falando a respeito do conhecimento superficial dando a ilusão de conhecimento vasto. Sobre a faixa, Tharik resume: “Diariamente somos bombardeados por informações, porém temos acesso apenas a recortes de amplo conhecimento sobre determinados assuntos, porém temos a ilusão de que dominamos o conteúdo. Manchete de uma notícia tornou-se suficiente para saber o conteúdo de uma matéria inteira. “WYSIATI”: se uma informação é breve, coesa e de fácil entendimento, então ela é a verdade para você”.
“Blood Fascination”, a terceira faixa, trata de um tema do cotidiano, que também foi potencializado pelas novas tecnologias: o fascínio por sangue, violência, tragédias. “As pessoas não querem ajudar, não querem resolver problemas, querem apenas “ver o circo pegar fogo”. Não é um problema novo, é uma pedra incrustada no cérebro humano. Porém isso foi potencializado pelas novas tecnologias: hoje todos são câmera man e repórteres, afinal todos têm uma câmera em mãos”. Já “Streaming”, faixa de encerramento, fala de algo bem atual e que atinge todas as bandas: “Como as músicas da banda necessitam das plataformas de streaming para serem divulgadas, então essa faixa é metalinguística. O meio falando do meio. Mas a intenção da letra é mostrar como nossas vidas atuais são um streaming. Esse meio depende de conexão, depende do mundo online. Esquecemos do sabor do mundo off-line. Tudo gira em torno da internet, de likes e compartilhamentos”.
Composto de oito faixas, “Black Mirror” conta ainda com “Eternal Suffering”, “Divide and Conquer”, “#DeathTo” e “Deus Ex Machina”, e pode ser acessado em todas as plataformas de streaming. No link http://wargodspress.com.br/wargods/furit-confira-uma-analise-de-todas-as-letras-do-novo-album/ estas faixas são dissecadas em seus mínimos detalhes, garantindo assim ao ouvinte uma checagem rápida sobre a envolvente temática que aborda o lançamento.
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