Perguntas: Cremogema
Respostas: Frango

Este é o Frango vocalista do Galinha Preta, concedendo entrevista agora para o site cultura em peso e valvulado TV.

Frango em todos estes anos de Galinha, o que você pensa que foi mais importante que você conquistou?

R:Galinha? (silêncio … e risadas) não sei … do Galinha Preta? A única coisa que o Galinha Preta conquistou foi um monte de amigos, então um pessoal que se identifica com o som, que tenho um carinho, isso foi a conquista, somente amigos.

Para você isso é o mais importante do hardcore esse lance de respeito e amizade?

R: É cara, por que se não … e também por que a gente sempre teve uma posição diferente de hardcore nacional tem uma postura mais agressiva, tem uma parada mais (arghhh) com visual do mal … a gente fala a real dos problemas, mas com hipocrisia , os caras falam arrotando … mas não falam do baú ruim, não falam de tudo que acontece no dia-a-dia , e a gente falam de um jeito bem humorado , de fácil acesso, fácil entendimento para as pessoas, “caralho velho, realmente, realmente …”, se você esta insatisfeito com o governo você fala, vai trabalhar vagabundo, acabou, revolta (risos)

Como anda a cena underground de Brasília para o Galinha e para o underground?

R: Brasília tem uns exemplos legais, é uma cidade pequena em relação a Uberlândia, BH, São Paulo … então Brasília é uma cidade pequenininha que todo mundo se conhece, mas para mim é uma cidade muito desunida na hora de se ajudar para fazer show , comparecer no show, como eu posso dizer … para curtir mesmo , por que é muito difícil um evento que você faça que não fique uma galera do lado de fora, não vai lá para apoiar as bandas e tudo mais e assim as bandas vão se acabando. Em relação ao Galinha Preta a gente não toca tanto em Brasília,a gente toca mais no subúrbio tipo Gama, Ceilândia por que ali a galera é mais carente de diversão e querendo ou não estamos gerando um entretenimento, tentamos falar coisas serias nas letras, e não passamos de entretenimento, as pessoas vão lá para se divertir e retirar as neuroses delas , então derrepente Brasília não está essa coisa toda, tem varias bandas, tem boas bandas , só que as bandas não estão optando por tocar muito lá não.

Quais as diferenças que você vê no Galinha Preta do seu ínicio ate hoje?

R: Não foi muita coisa não (gargalhadas), só saiu um monte de gente e entrou um monte de gente. Começou assim: Manel, Hudson hells, Japoneis, Bivis e Embass. Este disco que você tem ai na mão ele tem a fase 2002, você vai ver que eu não estou nessa fita não, depois você vai ver que vai mudando a formação. ( O disco em questão é um cd promo com os três CDs do grupo.)

O que tem de novo na nova formação?

R: Essa nova formação tem o Bruno(Lesto) que é o nosso baixista por que o Japoneis desapareceu, ele não saiu da banda, casou e sumiu, esta lá a vaga dele, se quiser voltar ele toca, ele apenas sumiu.

E novo cd quando que sai?

R: Hoje nós vamos tocar 4 músicas novas, tem mais 4 sendo feitas, vamos ver o que vai dar isso, o disco será lançado.

É a segunda vez que você esta chegando em Uberlândia, a primeira vez foi pelo festival Jambolada e agora você está vindo somente com o Galinha , o que você de importante?

R: Que a cena aqui esta mais forte que Brasília, pelo menos é o que eu estou vendo, a galera comparece e o Jambolada foi um sucesso para mim, bem melhor que o Porão do Rock, é um mega evento é do caralho, eu acho que é um dos maiores festivais independentes do país pela estrutura, eu até trabalho lá, agora o Jambolada do ano passado foi mais concentrado, o pessoal foi realmente para ver e apoiar, não é tipo Brasília que o pessoal vai para beber e ficar de fora.

O que pode ser feito para mudar isso? Para a galera de Brasília apoiar mais a cena?

R: Lá tinha isso, a muito tempo atrás, e foi se perdendo, tinha o projeto meia sola … Brasília não tem porra nenhuma para fazer meu velho, não tem nada … e muita banda … então o cara vai ensaiando … vai ensaiando …
vai ensaiando … por que não tem espaço para tocar … e o que acontece … o porão do rock nasceu de uma galera cansada de não ter lugar para tocar e resolveram fazer o porão do rock, cresceu pra caralho e virou um mega evento, mas e ai? É só uma vez por ano. Eu tento fazer show, colo na secretaria de cultura pra ver se consigo uma verba, por que … Brasília já foi considerada a capital do rock, e hoje em dia Calypso é bombando lá (gargalhada) você consegue colocar 65.000 pessoas em um show deles, e um show de rock não da isso. Na época do Raimundos, hoje não tem em Brasília uma banda de rock que levante uma bandeira sacou? Está faltando, tomará que apareça …

Pode ser o Galinha?

R: Não (gargalhada) , não, não .. eu sou técnico de som, eu quero é trabalhar … eu dou o maior 10 em Uberlândia, tem uma galera que curte, Goiânia , São Paulo tem uma galera que curte. Por que a gente é banda de churrasco, se juntou e faz um “frevo”, nós não pensamos em ser uma banda de festival, se rolar a gente vai e toca , fica no camarim e faz o show legal.

O galinha é uma banda que tem muita identificação com o movimento punk , como você vê isso?

R: Eu sempre fui de banda punk, como por exemplo o Besthoven, bandas anarcopunk da época, o Galinha não deixa de ser político, sarcástico, zoneado, mas a gente não fala merda, é uma música de lenda urbana, é o tema de uma fobia de uma pessoa que tem um trabalho que ganha pouco mas fica com medo de ficar desempregado. Cotidiano do peão mesmo, por que a anarquia , quando ao gente era punk a gente lutava muito pela anarquia, mas dentro do mundo hoje não encaixa mais não, somente se você tiver muito dinheiro, comprar uma fazenda e fechar, “isso aqui eu faço tudo que eu quiser aqui dentro”, tipo o cara comprou com o seu dinheiro “capitalista” e fez uma sociedade anarquista dentro da fazenda, e ninguém vai incomodar ou mexer em nada. Não tem como ser anarquista hoje, sendo que se a bolsa lá fora cair o Brasil desaba e você fica sem dinheiro até pra pegar um ônibus , então você tem que ser antenado em tudo para não se perder, é crise econômica … violência, discriminação .. coisas atuais … não que o anarquismo seja uma coisa ruim, mas dentro do contexto de hoje o mundo já esta poluído pelo capitalismo e não tem como ir contra . Enquanto as pessoas não tiverem a anarquia no coração não dá, por exemplo você deixa sua câmera e seu celular aqui em cima do sofá e sai, pode entrar outra pessoa e ela não vai pegar por que sabe que é seu, “não vai nada” o povo é egoísta o cara pega e leva mesmo. Então o Galinha Preta tem um pouco de anarquia e por isso se identifica com o movimento punk. Eu gosto muito e respeito demais, pois já ajudou muito a minha vida , por que se não fosse isso , sei lá … era doido, era mala, estava morto. Ajudou a colocar minha cabeça no lugar .

Influências?

R: Obrigado … por que o outro lá é metaleiro, curte somente som pesado,, toca em uma banda de death metal, o Brunão é vocalista do Lesto, e eu nem sei que porra é o Lesto, é um hardcore meio metal , eu sou punk , so escuto coisa cabulosa, o boro lá toca qualquer coisa, de influencia é meio cabuloso, então na de compor a gente tem que abrir mão, uma hora sai mais crust, outra hora mais metal e assim sai uma salada.

4 bandas nacionais que foram divisor de águas ?

R: Vou responder como técnico de áudio… é foda …
Sei lá …

Contatos do Galinha Preta:
http://www.myspace.com/galinhapreta
Comunidade no orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1094194

No show de Palmas o que você pode dizer de positivo na cena que ainda é pequena e ainda esta crescendo muito?

R:
Palmas é do caralho velho, tem o Porkão lá que faz festival, montou o bar e luta o cara é guerreiro. Quente “pra porra” , se você for fumante você vai puxar o ar e não vai entrar, você vai ficar agonizando . Na real todo lugar é do caralho. Uberlândia tem o Jambolada, o Goma estou conhecendo hoje, tem até colchão. Palmas fomos bem tratados demais.

Mensagem do Galinha Preta?

R: Mensagem do Galinha Preta … é … Mensagem do Galinha Preta …
Queria pedir para as bandas se unirem mais, não só em Brasília, mas nacionalmente, por que é difícil ter banda, eu respeito muito o DFC, chegar em um lugar e falar mal. Quando uma banda começa tem que ir lá dar uma força, por que se a gente se ajudar a parada cresce é bom para todo mundo, se desunir tudo desanda e cada um pega o seu rumo. Vai casar ficar careca bebendo cerveja e vendo jogo na TV. Os festivais se ajudarem mandar brasa todo mundo junto.

 

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!