“Ah! Ça ira” canção emblemática da Revolução Francesa, ouvida pela primeira vez em maio de 1790. Verso que usou a Maria Antonieta decapitada dos Jogos de Paris 2024

A apresentação do Gojira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 tem gerado uma onda de opiniões variadas e um interesse considerável. Esta inclusão da banda de metal francesa na cerimonia de abertura de um dos eventos esportivos mais prestigiosos do mundo constitui um marco tanto para o metal como para o reconhecimento da banda no panorama musical global.

Gojira, conhecida por seu potente som que mistura elementos de death metal com mensagens de consciência ambiental e espiritual, se une a um elenco diverso na cerimonia de apertura que inclui artistas de diferentes géneros. Sua atuação prometia ser uma mistura única, já que colaboraram com a mezzo soprano Marina Viotti, aportando uma fusão inusual de metal e ópera​. Bueno, inusual para as pessoas não imersas no mundo do metal sinfónico.

Mariana Viotti. cortesía de Hilbert Artist Manamegent

A reação na França tem sido mista. Por um lado, muitos fanáticos do metal e seguidores da banda ao redor do mundo tem recebido a noticia com entusiasmo, vendo isso como uma validação do género em um cenário tão proeminente. Por outro lado, alguns setores mais tradicionais e conservadores do público francês tem expressado surpresa e descontento, considerando que o estilo agressivo do Gojira não se encaixa com a imagem solene dos Jogos Olímpicos, isso, de acordo com uma nota do Times Now.

Outra coisa similar foi a representação de Maria Antonieta decapitada na Conciergerie. A casa da corte, convertida em prisão, foi o calabozo da desgraciada rainha na Ilha de la Cité. Nas suas janelas, apareceram varias figuras decapitadas ataviadas de vermelho, e nas grades, outras ataviadas de preto, falando com a canção que aparece em um principio, acompanhada depois da versão do Gojira: forte, consistente, e por cima, contestatária. Nas mídias, o desconforto dos setores de direita se fez presente, não apenas com a banda, mas com a organização, considerando-a rude e polêmica.

Ao respeito, circula uma imagem que, supostamente, retrata a reação dos reis de Espanha ao ver a representação da desgraciada rainha.

 

A figura decapitada tem gerado uma significativa polémica e reflexão sobre sua ressignificação no contexto atual. Se convertendo num símbolo potente e provocador. Historicamente, sua execução representou o clímax da Revolução Francesa, um ato que marcou o fim da monarquia absoluta e o inicio de uma era de câmbios radicais na França. No cenário dos Jogos Olímpicos, esta imagem se ressignifica, não apenas como uma reflexão sobre a historia da França mas também como uma crítica e recordatório da violência e do poder que as figuras políticas podem exercer e sofrer.

Maria Antonieta decapitada, cortesía Record México

Em termos de ressignificação, a apresentação em um evento global como os Jogos Olímpicos, geralmente associado com a paz e a competência amigável, introduze uma tensão entre a celebração e a crítica histórica. A imagem da Maria Antonieta decapitada pode se interpretar como um comentário sobre o poder e a justiça, e como esses conceitos se manipulam nos diferentes contextos históricos e modernos.

Aliás, o uso de esta figura em um espetáculo público destaca como os eventos culturais e esportivos podem ser plataformas para explorar e questionar narrativas históricas, conectando com audiências internacionais de maneira inesperada. A música, em este caso com a banda Gojira, também cumpre um papel crucial ao evocar emoções e provocar reflexões sobre esses temas, mostrando como a arte e a cultura podem servir como veículos para o debate social e político.

A recepção do público francês tem sido mista, com reações que vão desde admiração pela audácia da posta em cena, até críticas pela sua possível insensibilidade. Esta diversidade de respostas reflete a complexidade e a carga emocional que a figura de Maria Antonieta ainda tem na memoria cultural de uma França dividida entre posições conservadoras e a ideia de projetar-se como uma nação que hasteou a bandeira da liberdade.

Isso se desenvolve em um marco em que, as criticas a tolerância e o respeito do governo francês tem sido posto em duvida por coletivos defensores de D.D.H.H., já que, periodistas do The New York Times, reportes do Le Reverse de la Médaille, Anistia Internacional e a Red em Defesa dos Direitos Digitais (R3D) tem dado conta das violações dos direitos humanos que estão se levando a cabo no pós da experiencia do turista olímpico.

A função social da música e da ressignificação dos eventos globais

A participação do Gojira na apertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 representa uma ressignificação importante no contexto dos espetáculos massivos em eventos de esta magnitude. Tradicionalmente, as cerimonias de apertura dos Jogos Olímpicos tem destacado géneros musicais mais convencionais, mas a inclusão de uma banda de metal como Gojira mostra uma apertura à diversidade cultural e musical. Este câmbio poderia sinalar um movimento para uma maior inclusão de géneros e subculturas menos convencionais em eventos globais, refletindo uma aceitação mais ampla de diversas formas de expressão artística. Isso não apenas rompe com os moldes tradicionais, mas também reconhece a importância e o impacto de géneros como o metal na cultura contemporânea global.

Imagen de Gojira, cortesía Revolver Magazine

Desde a perspectiva do livro Uma Historia Social da Música de Henry Raynor, a música sempre teve uma função social significativa. Segundo Raynor, a música não  reflete apenas os valores e emoções de uma sociedade, mas também tem o poder de influir no câmbio social. Gojira, com seu enfoque em temas ambientais e sociais, utiliza sua plataforma para educar aos seus ouvintes. Sua atuação nos Jogos Olímpicos amplifica estes mensagens, mostrando como a música pode ser um veiculo para a consciência social e o câmbio, em consonância com a função histórica da música como um meio para a reflexão e a ação social.

A presença do Gojira nos Jogos Olímpicos, pelo tanto, não é só uma vitoria para o reconhecimento do metal como um género legítimo e relevante, mas também uma oportunidade para que a música cumpra sua função social ao abordar questiones globais urgentes. Esta integração de arte e mensagem num forum tão visível pode inspirar aos espectadores a considerar mais profundamente os temas presentados e a reconhecer a música como um catalizador para o câmbio social. A cerimonia de apertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com sua mistura de tradição e modernidade, oferece uma nova perspectiva sobre como os eventos globais podem ser plataformas para o diálogo cultural e a exploração de temas complexos.

e tudo caminhará…

Imágenes de apertura de los JO. Cortesía Getty Images

 

 

 

 

 

Disclaimer: Esta é uma opinião, o qual não representa a postura do Cultura em Peso, e sim de quem assina e escreve.

Traduzido por: Karla Sweden

Fontes:

Vaidyanathan, V. (2024, July 27). ‘Beheaded Marie Antoinette’ act at Paris Olympics opening ceremony sparks mixed reactions. Times Now. Retrieved from https://www.timesnownews.com/world/beheaded-marie-antoinette-act-at-paris-olympics-opening-ceremony-sparks-mixed-reactions-article-112050400 ​

Raynor, H. (1972). Una historia social de la música: Desde la Edad Media hasta Beethoven. Siglo XXI Editores.

Volcánicas. (2023, julio 28). París: capital olímpica [videovigilada, racista, clasista, xenófoba y putofóbica]. Volcánicas. Recuperado de: https://volcanicas.com/paris-capital-olimpica-videovigilada-racista-clasista-xenofoba-y-putofobica/

Hidalgo, J. C. (2024, julio 29). Gojira y María Antonieta decapitada: “Todo acto público es político”. La Jornada Hidalgo. Recuperado de: https://lajornadahidalgo.com/gojira-y-maria-antonieta-decapitada-todo-acto-publico-es-politico/?fbclid=IwY2xjawEUuSlleHRuA2FlbQIxMAABHUav77AixYr_H7W6pghNbGNXV0OeN4rJjv0U8dfwap1xULsSqlCg8LmxTw_aem_bEaRo4iJnOkBuWQqGc1BeA

Pérez, J. (2024, julio 27). María Antonieta decapitada y todo caminará: Clamó el pueblo francés y así fue en París 2024. El Libertador. Recuperado de: https://ellibertador.hn/2024/07/27/maria-antonieta-decapitada-y-todo-caminara-clamo-el-pueblo-frances-y-asi-fue-en-paris-2024/

 

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TEXTO ORIGINAL EN ESPAÑOL:

“Ah! Ça ira” canção emblemática da Revolução Francesa, ouvida pela primeira vez em maio de 1790. Verso que usou a Maria Antonieta decapitada dos Jogos de Paris 2024

La presentación de Gojira en los Juegos Olímpicos de París 2024 ha generado una ola de opiniones variadas y un interés considerable. Esta inclusión de la banda francesa de metal en la ceremonia inaugural de uno de los eventos deportivos más prestigiosos del mundo supone un éxito tanto para el metal como para el reconocimiento de la banda en el panorama musical mundial.

Gojira, conocido por su poderoso sonido que mezcla elementos del death metal con mensajes de conciencia ambiental y espiritual, se une a un elenco diverso en la ceremonia de apertura que incluye artistas de diferentes géneros. Su actuación prometía ser una mezcla única, ya que colaboró ​​con la mezzosoprano Marina Viotti, aportando una inusual fusión de metal y ópera. Bueno, inusual para gente no inmersa en el mundo del metal sinfónico.

Mariana Viotti. cortesía de Hilbert Artist Manamegent

La reacción en Francia ha sido mixta. Por un lado, muchos fanáticos del metal y seguidores de la banda en todo el mundo recibieron la noticia con entusiasmo, viéndola como una validación del género en un escenario tan destacado. Por otro lado, algunos sectores más tradicionales y conservadores del público francés han expresado sorpresa y descontento, al considerar que el estilo agresivo de Gojira no encaja con la imagen solemne de los Juegos Olímpicos, según una nota del Times Now.

Otra cosa similar ha sido la representación de María Antonieta decapitada en la Conciergerie. La casa de la corte, convertida en prisión, fue el calabozo de la desgraciada reina en la Isla de la Cité. En sus ventanas, aparecieron varias figuras decapitadas ataviadas de rojo, y en las rejas, otras ataviadas de negro, hablando con la canción que aparece en un principio, acompañada después de la versión de Gojira: fuerte, consistente, y sobre todo, contestataria. En redes, la incomodidad de los sectores de derecha se hizo presente, no solo con la banda, si no con la organización, considerándola ruda y polémica.

Al respecto, circula una imagen que, supuestamente, retrata la reacción de los reyes de España al ver la representación de la desgraciada reina.

La figura decapitada ha generado una significativa polémica y reflexión sobre su resignificación en el contexto actual. Se ha convertido en un símbolo potente y provocador. Históricamente, su ejecución representó el clímax de la Revolución Francesa, un acto que marcó el fin de la monarquía absoluta y el inicio de una era de cambios radicales en Francia. En el escenario de los Juegos Olímpicos, esta imagen se resignifica, no solo como una reflexión sobre la historia de Francia sino también como una crítica y recordatorio de la violencia y el poder que las figuras políticas pueden ejercer y sufrir.

Maria Antonieta decapitada, cortesía Record México

En términos de resignificación, la presentación en un evento global como los Juegos Olímpicos, generalmente asociado con la paz y la competencia amigable, introduce una tensión entre la celebración y la crítica histórica. La imagen de María Antonieta decapitada puede interpretarse como un comentario sobre el poder y la justicia, y cómo estos conceptos se manipulan en diferentes contextos históricos y modernos.

Además, el uso de esta figura en un espectáculo público destaca cómo los eventos culturales y deportivos pueden ser plataformas para explorar y cuestionar narrativas históricas, conectando con audiencias internacionales de manera inesperada. La música, en este caso con la banda Gojira, también juega un papel crucial al evocar emociones y provocar reflexiones sobre estos temas, mostrando cómo el arte y la cultura pueden servir como vehículos para el debate social y político.

La recepción del público francés ha sido mixta, con reacciones que van desde la admiración por la audacia de la puesta en escena hasta críticas por su posible insensibilidad. Esta diversidad de respuestas refleja la complejidad y la carga emocional que la figura de María Antonieta aún tiene en la memoria cultural de una Francia dividida entre posiciones conservadoras y la idea de proyectarse como una nación que enarboló la bandera de la libertad.

Esto se desarrolla en un marco en el que, las criticas la tolerancia y el respeto del gobierno francés ha sido puesto en entredicho por colectivos defensores de D.D.H.H., ya que, periodistas de The New York Times, reportes de Le Reverse de la Médaille, Amnistía Internacional y la Red en Defensa de los Derechos Digitales (R3D) han dado cuenta de las violaciones de D.D.H.H. que se están llevando a cabo en pos de la experiencia del turista olímpico.

La función social de la música y la resignificación de eventos globales

La participación de Gojira en la apertura de los Juegos Olímpicos de París 2024 representa una resignificación importante en el contexto de los espectáculos masivos en eventos de esta magnitud. Tradicionalmente, las ceremonias de apertura de los Juegos Olímpicos han destacado géneros musicales más convencionales, pero la inclusión de una banda de metal como Gojira muestra una apertura a la diversidad cultural y musical. Este cambio podría señalar un movimiento hacia una mayor inclusión de géneros y subculturas menos convencionales en eventos globales, reflejando una aceptación más amplia de diversas formas de expresión artística. Esto no solo rompe con los moldes tradicionales, sino que también reconoce la importancia y el impacto de géneros como el metal en la cultura contemporánea global.

Imagen de Gojira, cortesía Revolver Magazine

Desde la perspectiva del libro Una Historia Social de la Música de Henry Raynor, la música siempre ha tenido una función social significativa. Según Raynor, la música no solo refleja los valores y emociones de una sociedad, sino que también tiene el poder de influir en el cambio social. Gojira, con su enfoque en temas ambientales y sociales, utiliza su plataforma para educar y movilizar a sus oyentes. Su actuación en los Juegos Olímpicos amplifica estos mensajes, mostrando cómo la música puede ser un vehículo para la conciencia social y el cambio, en consonancia con la función histórica de la música como un medio para la reflexión y la acción social.

La presencia de Gojira en los Juegos Olímpicos, por lo tanto, no es solo una victoria para el reconocimiento del metal como un género legítimo y relevante, sino también una oportunidad para que la música cumpla su función social al abordar cuestiones globales urgentes. Esta integración de arte y mensaje en un foro tan visible puede inspirar a los espectadores a considerar más profundamente los temas presentados y a reconocer la música como un catalizador para el cambio social. La ceremonia de apertura de los Juegos Olímpicos de París 2024, con su mezcla de tradición y modernidad, ofrece una nueva perspectiva sobre cómo los eventos globales pueden ser plataformas para el diálogo cultural y la exploración de temas complejos.

Y todo caminará…

Imágenes de apertura de los JO. Cortesía Getty Images

 

 

 

 

 

 

Disclaimer: Esta es una opinión, la cual no representa la postura de Cultura em Peso, solo de quien la firma y escribe.

Fuentes:

Vaidyanathan, V. (2024, July 27). ‘Beheaded Marie Antoinette’ act at Paris Olympics opening ceremony sparks mixed reactions. Times Now. Retrieved from https://www.timesnownews.com/world/beheaded-marie-antoinette-act-at-paris-olympics-opening-ceremony-sparks-mixed-reactions-article-112050400 ​

Raynor, H. (1972). Una historia social de la música: Desde la Edad Media hasta Beethoven. Siglo XXI Editores.

Volcánicas. (2023, julio 28). París: capital olímpica [videovigilada, racista, clasista, xenófoba y putofóbica]. Volcánicas. Recuperado de: https://volcanicas.com/paris-capital-olimpica-videovigilada-racista-clasista-xenofoba-y-putofobica/

Hidalgo, J. C. (2024, julio 29). Gojira y María Antonieta decapitada: “Todo acto público es político”. La Jornada Hidalgo. Recuperado de: https://lajornadahidalgo.com/gojira-y-maria-antonieta-decapitada-todo-acto-publico-es-politico/?fbclid=IwY2xjawEUuSlleHRuA2FlbQIxMAABHUav77AixYr_H7W6pghNbGNXV0OeN4rJjv0U8dfwap1xULsSqlCg8LmxTw_aem_bEaRo4iJnOkBuWQqGc1BeA

Pérez, J. (2024, julio 27). María Antonieta decapitada y todo caminará: Clamó el pueblo francés y así fue en París 2024. El Libertador. Recuperado de: https://ellibertador.hn/2024/07/27/maria-antonieta-decapitada-y-todo-caminara-clamo-el-pueblo-frances-y-asi-fue-en-paris-2024/

 

 

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