Composta por Matheus Luciano (vocal), Jean Fallas (guitarra), Marllon Woicizack (baixo) e Sidnei Dubiella (bateria), a banda Hell Gun de São José dos Pinhais/PR está na ativa desde 2013 e em agosto de 2020 lançou seu debut álbum pela Classic Metal Records.
Segundo vocalista Matheus Luciano, o álbum apresenta músicas com uma pegada clássica, herdada das influências oitentistas de todos os integrantes e a temática, embora não seja aprofundada em apenas um assunto, percorre temas voltados ao terror.
Kings Of Beyond
Paloma Melzzi: O Hell Gun é uma banda que vem fazendo bastante barulho na cena e principalmente na internet. O lançamento do debut Kings Of Beyond de 2020 foi um estouro. Conte um pouco sobre como está sendo a receptividade dos fãs e feedback das mídias especialistas.
Hell Gun: Bem a receptividade está sendo muito boa, temos recebido diversas resenhas do mundo todo e praticamente todas até o momento foram bem positivas, o que tem nos deixado bem felizes. Por parte do público também estamos satisfeitos pois apesar da pandemia temos conseguido fazer uma boa divulgação e vender nosso merchandising.
Paloma: Não podemos deixar de falar sobre o cenário atual. A pandemia do COVID-19 foi algo que adiou os planos de muita gente. Mas o Hell Gun se manteve firme e ativo. Como foi lançar o disco em plena pandemia, sem poder fazer shows ao vivo e tudo o mais?
HG: Está sendo um desafio, por muitos anos sonhamos com o momento de lançar o disco e divulgar ele tocando ao vivo, porém não foi bem assim. Apesar de tudo temos conseguido prosseguir com a divulgação contando com apoio de portais e da mídia especializada. Muitas bandas estão sofrendo bastante o impacto do distanciamento e tendo que se reinventar nesse período de pandemia, como não podíamos esperar mais para lançar o disco nós aceitamos o desafio de divulgar o trabalho somente via internet e dentro das limitações desse formato temos tido um excelente retorno.
Paloma: O disco foi lançado pelo selo Classic Metal Records. Conte-nos um pouco sobre essa parceria.
HG: A Classic Metal Records é hoje um referência dentre os selos nacionais então a escolha foi bastante acertada, o Denis (Classic Metal) curtiu nosso trabalho e se interessou de cara pelo lançamento o que nos deixou bastante felizes.
Paloma: O Hell Gun é uma banda que já teve algumas mudanças na formação, a mais recente foi a saída do guitarrista Lucas Licheski. Como vai ficar a formação da banda? Vocês tem alguém já para assumir o posto de guitarrista? Como está esse planejamento?
HG: Sim, o Lucas decidiu seguir outro caminho em sua carreira como músico, ele já havia nos comunicado que estava afim de deixar a banda há muitos meses, então sim, nós já estávamos preparados para essa mudança. Em breve iremos anunciar o seu substituto oficialmente. Também gostaria de deixar aqui uma nota de agradecimento por todo o trabalho que o Lucas fez na banda, ele foi uma peça fundamental para encontrarmos nossa identidade musical, queremos desejar pra ele muito sucesso e felicidade e claro a amizade continua da mesma forma.
“No underground existe um público fiel e ciente de que existem centenas de bandas atuais”
Paloma: Voltando para o disco Kings Of Beyond, sabemos que tem muitas influências, a música Revolution Blade é inspirada na Revolução Francesa e outras com temas voltadas ao terror. Como é o processo de composição das músicas? Quem traz as ideias?
HG: Nós trabalhamos as músicas coletivamente, pegamos um riff interessante e a partir dai toda a banda contribui para a construção da música, liricamente o processo é semelhante.
Paloma: O Heavy Metal no geral sempre foi associado aos anos 80, até mesmo porque foi a década de auge do estilo. Mas, até nos dias de hoje os fãs mais fiéis ao estilo não abandonam o conceito de que tudo ficou lá atrás e hoje em dia não existe mais nada. Sendo uma banda de Metal atual formada em 2013, qual a opinião da banda sobre esse assunto?
HG: Bem, boa parte do público casual não se interessa por novas bandas, não vai atrás, achamos que isso é natural e ainda leva um bom tempo pra mudar. Por outro lado, diria que no underground existe um público fiel e ciente de que existem centenas de bandas atuais fazendo trabalhos de altíssima qualidade que não deve em nada para os pilares do estilo.
Paloma: Hoje em dia, a maneira de se consumir música é muito diferente de alguns anos atrás. O Streaming não é mais apenas uma tendência, é uma realidade e veio pra ficar. Mesmo assim, os fãs de Heavy Metal ainda tem um amor pelo material físico. O que vocês pensam sobre isso? Vocês acham que o streaming é o principal meio ou o físico ainda reina?
HG: Todo fã de Rock/Metal curte ter o material de sua banda favorita, isso faz parte da nossa cultura e um dos motivos de se orgulhar por ser um Headbanger. Porém como você disse, o Streaming é uma realidade e o artista que quer que sua música seja consumida por mais pessoas do mudo todo, deve aprender a trabalhar com essas ferramentas, deve conhecer e entender como as plataformas trabalham para ter sua música divulgada de uma forma satisfatória.
Paloma: Ainda sobre streaming x físico, vocês lançaram material de maneira digital e físico pela Classic Metal. Qual dos dois formatos tem tido um alcance e representatividade maior para a banda?
HG: Como dissemos, o material físico é importante para o fã, então na sua maioria a procura pelo CD é porque já conhecia a banda ou conheceu e curtiu tanto que quer o material, já com o digital você tem a possibilidade de aumentar seu público a cada dia, colocando sua música em playlists existe a possibilidade de pessoas ouvirem sua música por acaso e curtindo, ir atrás do material físico que de imediato irá trazer um retorno bem mais bacana pra banda.
Cena curitibana
Paloma: Curitiba é uma cidade de origem de bandas incríveis. Hell Gun, Thou Shall Not, Murdeath, Creatures, Slammer e entre outras. Claro que, atualmente, com a pandemia não tem eventos. Mas, no geral, como é a cena curitibana? O que rola nas noites, festivais e etc?
HG: A cena Curitibana é mesmo incrível, nos sentimos honrados por dividir espaço com bandas tão boas e que somos fãs, acho que o ponto mais legal é a diversidade que isso gera, pois um festival Curitibano pode reunir diversas bandas de diversos estilos agradando todos os gostos e isso é muito bom.
Paloma: Quais bandas de metal vocês acham que atualmente mais representam o Brasil no exterior?
HG: Para nós, no momento a banda que mais representa o país é o Nervosa, é incrível ver a evolução da banda e elas mostram a força do Metal Nacional sim. Já tivemos a oportunidade de abrir o show delas aqui em Curitiba e foi uma aula de postura profissional que uma banda deve ter no palco e com seus fãs.
Paloma: Quais os planos da banda para se manter na ativa em 2021 e pós pandemia?
HG: Temos trabalhado muito internamente com a nova formação, já temos diversas ideias para um futuro trabalho. Se isso irá se tornar um novo EP ou álbum ainda é cedo para dizer, mas temos em nosso planejamento um novo lançamento muito em breve para apresentar nossa nova formação. Pós pandemia queremos matar a ânsia de tocar ao vivo ao máximo e reencontrar as pessoas no lugar que amamos estar: o palco!
Paloma: Considerações finais.
HG: Gostaríamos de agradecer você Paloma pelo convite para esta excelente entrevista e agradecer pelo espaço. Muito obrigado também por todos os amigos e amigas que tem nos apoiado e curtido o disco! Rooooy.