Mais uma vez abrindo o calendário de festivais catarinenses, nos dias 18, 19 e 20 de janeiro, Lontras recebeu o Iceberg Rock Festival, que chegou a sua quinta edição e já mostrou que terá vida longa na cena. O organizador Marcos Valério comemorou mais esta edição que, mesmo abaixo de chuva e lama, contou com grande público, que pode desfrutar da estrutura do Camping Paraíso.

Com sua Kombi branca estacionada, que carinhosamente é chamada de Ursa, Marcos fez questão de, ao lado da esposa Lu Oliveira, recepcionar a todos os participantes, sendo, também, uma das características dos festivais no estado, esse grande reencontro de amigos. “Fazemos tudo por amor à cena, não ganhamos nada, corremos atrás de tudo e seguimos contando com o apoio dos amigos para manter o festival sempre atuante”, disse Marcos. Já na sexta (18), o público começou a chegar, ficando grande parte optando por chegar no segundo dia de evento.

VÊNUS VS MARTE

A organização do festival, como sempre, manteve a execução dos horários em dia e às 21 horas, a primeira banda entrou no palco, pronta para dar início ao festival. A primeira banda a tocar foi a Vênus Vs Marte, de Rio do Sul. A organização optou por algo que fugiu da tendência de rock/metal. A banda que toca Indie Folk/Pop começou com seu som leve, porém chamando o público presente para vir ao palco curtir as apresentações. Alternando entre músicas próprias e covers, trouxeram muita técnica e estilo ao iniciar os três dias de evento. Infelizmente a chuva que começou a cair afastou um pouco o público do palco, mas, do bar, pudemos assistir a um excelente e diferenciado show, já adiantando que seriam três dias de muita música boa e qualidade técnica dos músicos convidados.

(Resenha: Rafael Alexandre Tamanini)

REI DE COPAS

Na sequência, também de Rio do Sul, entrou a banda Rei de Copas. O trio trouxe os primeiros acordes de um rock clássico e suas canções como “A vida não espera” e “Eu quero ter você”, entre outras. Mesmo com a chuva que fazia lama e a dificuldade em ficar próximo ao palco, a banda contagiou os presentes e fez uma bela apresentação.

(Resenha: Rafael Alexandre Tamanini)

RHASALON

A noite era das pratas da casa e mais uma banda de Rio do Sul subiu ao palco, Rhasalon. A banda que tem um heavy metal potente e com grande experiência nas costas, agitou a galera. Eles tocaram músicas do álbum The Lord of Darkness e dos seus Eps, mostrando porque está há tantos anos na ativa.

(Resenha: Rafael Alexandre Tamanini)

CÓDIGO DE BAR

A última banda a subir no palco foi a Código de Bar, de Schroeder (SC). Conhecida por tocar os grandes clássicos do rock, agitou o público presente por mais de duas horas de show e ainda ofereceu ao público, versões de “As andorinhas” e “Trem da alegria”, fechando a primeira noite do evento.

(Resenha: Rafael Alexandre Tamanini)

FLÁVIO PACHECO

Para quem nunca frequentou, há algo interessante nos festivais de Santa Catarina, pois cada um deles tem suas próprias características. O Iceberg é aquele reencontro de tribos, saindo do foco apenas do rock ou do metal. Prova disso, foi o início dos shows do sábado, com show acústico no bar, com o cantor Flávio Pacheco, que sentado e acompanhado do seu violão, falou sobre o dia a dia, contato com a natureza e deu início ao grande dia de shows que estava por vir.

MANDÍBULA REGGAE

Mais uma prova do quanto o Iceberg é receptivo com os mais variados estilos, no Palco Floresta, o primeiro show foi com os otacilienses da Mandíbula Reggae, que se reuniu em 2014 para fazer seu som e falar sobre o que vivenciam e acreditam. Eles se descrevem como um pouco de Jamaica, com pitadas de Califórnia, misturado com um gostinho de Brasil, conseguindo a proeza de fazer surf reggae na Serra catarinense. No ano passado eles lançaram o clipe “Astro Rei“, gravado na Guarda do Embaú e seguem conquistando seu espaço, com Léo no vocal e guitarra, Matt no baixo, Hélison na bateria e Felipe, na guitarra.

TOSSE HARMÔNICA

Depois deles, outra banda de Rio do Sul subiu ao palco, com muito punk rock autoral. A Tosse Harmônica surgiu em 2015 e já mostrou que veio para dar continuidade a qualidade sonora existente na cidade. Eles se descrevem como uma banda de Punk Rock & Roll, unindo as influências de cada um dos três integrantes. Suas letras falam de sentimentos reais do dia a dia de cada um, tratando de todos os temas de forma sincera e com o que vem do coração, respeitando as diferenças e fortalecendo a amizade. Entre os sons da noite, rolaram “Minha cafeteira sumiu” e “Dirigindo sem mão”. Eles adiantam que para este ano, terá o lançamento de nova identidade visual e o EP “Diferente igual você”, com cinco faixas que descrevem o sentimento atual da banda.

PAPER QUEEN

Mostrando que lugar de mulher é onde ela quiser, as meninas (e o Vinnie) da Paper Queen chegaram de Curitibanos, mostrando que no Meio-Oeste também tem muita qualidade sonora. A mensagem delas, dentro e fora do palco, é de união, com o lema de “jamais abandonar ou esquecer!”. E é dessa união, como uma segunda família, que surgem sons como The L Word, a primeira música autoral. “Ainda existe a irmandade, o rock veloz, o amor e o sangue nuzói!”, definem. A banda tocou com a Duda no vocal, Milena na guitarra, Paula no baixo e o Vinnie na bateria.

TANGER TAP

Também de Rio do Sul, a Tanger Tap tocou clássicos do rock n’roll, mesclados com ideias autorais, por quase uma hora e, mesmo com chuva e muita lama, a diversão foi garantida em frente ao palco. Marcos, no vocal; Fabricio, na guitarra; Jaison, no baixo; e Charles na bateria, fizeram do início da noite, momento de descontração, caracterizados, também, pelos tombos da galera em meio ao liso gramado.

MARENNA

Após todas as apresentações já destacadas, no começo da noite de sábado chegou a vez da Marenna subir ao palco do Iceberg Rock Festival. Com sua mistura hard rock e melódico, a banda de Caxias do Sul (RS) fez um show clássico, com duração de aproximadamente duas horas. Uma das headliners da edição de 2019, tocou suas principais composições como “So different”, “You need to believe”, “Reason to live” e “Never surrender”, confira aqui os videoclipes e outras performances da banda.

Vale contar, que essa foi a primeira apresentação da banda com a nova formação. No Iceberg, Arthur Schavinski (bateria) estreou nos palcos junto com Rod Marenna (vocal), Aaron Alves (guitarra e vocal) e Arthur Appel (baixo e vocal). Confira o setlist da banda: Intro, You need to believe, Can´t let you Go, Never surrender, Reason to live, Fall in love again, Come back, Give me all your love (Whitesnake cover), Forever, Keep on dreaming, The price, Breaking the silence (H.E.A.T. cover), About love, So different, Life goes on, Anytime anywhere (Gotthard cover), No regrets, Blood Pollution (Steel Dragon cover).

(Resenha: Paloma Melzzi)

BALBOA’S PUNCH

Logo depois, veio a banda Balboa’s Punch. Banda de Rio do Sul, composta por Saint Clair no vocal, Juarez na guitarra base, Jailson (Jaca) na bateria e Guilherme no baixo. Já mandaram logo de cara a música “Open Season”, uma das suas primeiras músicas gravadas e disponível nas plataformas digitais há 4 anos. Para quem não sabe, a banda iniciou seu projeto entre amigos que desejavam tirar um som e logo, surgiram as primeiras músicas autorais. Com seu estilo próprio e o desejo de tocar thrash metal, suas influências são nítidas, como Slayer e Kreator. Na apresentação, inclusive, tocaram músicas das bandas que fazem parte das suas inspirações.

A penúltima música foi nada mais, nada menos que “Paying With The Life”, single da banda. O clipe você pode conferir aqui. Confira o setlis da Balboa’sPunch: Open season, Sanada song, Only me, Rocky Balboa, The call, Portrait of war, Violent revolution (cover Kreator), Repentles (cover Slayer), Paying with the life e Strong enemy.

(Resenha: Paloma Melzzi)

ATTOMICA

A penúltima banda a se apresentar no Iceberg Rock Festival foi a headliner Attomica. A banda lendária de thrash metal mostrou para que veio já nos primeiros riffs da apresentação, levando o público a euforia, esquecendo a chuva e a lama presente no festival em peso. Logo após a introdução, a banda já mandou ver com a música “Yakuza”, do álbum “4”, de 2012.

A banda iniciou suas atividades em 1985, em São José dos Campos (SP) e é reconhecida no Brasil como o fenômeno do thrash metal, e já abriu shows de grandes nomes como Exodus, Kreator e Hirax.

Com Andre Rod nos vocais e baixo, Marcelo Souza na guitarra e Argos Danckas na bateria, o power trio fez uma apresentação impecável e os amantes do bom thrash metal clássico, puderam acompanhar satisfeitos. Músicas do seu último álbum, lançado em 2018 “The Trick”, não ficaram de fora “Give me the gun”, “Feeling bad” e “Kill the hero”. Quase no fim da apresentação, a banda manda o clássico “Deathraiser” do álbum Disturbing the noise, de 1991, impossível ficar parado. Encerraram com “Forbbiden hate”.

Confira o setlist completo da Attomica: Intro/Blackdeath, Yakuza, Give me the gun, Feeling bad, The last samurai, Marching over blood, Kill the hero, Limits of insanity, Deathraiser, Ways of death, Forbbiden hate.

(Resenha: Paloma Melzzi)

JHONNY BUS

Galera de Lages que já desceu a Serra com o característico bom humor e seu ônibus escolar amarelão. Mostrando que são “faca na bota”, os “piá véio” fizeram o seu melhor Hard Rock e Heavy Metal. A banda, formada em 2016, já subiu em diversos palcos do estado. Inspirados em bandas como Metallica, Megadeth, Iron Maiden, Dio, Judas Priest, Scorpions, Kansas, Kiss e por aí vai…, mandaram ver com seus sons autorais, intercalados com covers. No ano passado, eles lançaram o single “Shadow Walker”, que pode ser conferido em suas redes sociais. Em sua Fanpage, a grupo, formado por Gabriel Giotti no vocal, Antonio Pereira na bateria, Eclari Lins e Fernando Liz nas guitarras e Eduardo no baixo, mantêm atualizado o dia a dia musical e sua agenda de shows.

Captain Cornelius

A noite foi encerrada com a galera da Captain Cornelius que preparou uma baita encenação ao redor da fogueira. O grupo consegue unir a força do rock e a diversão tradicional da música irlandesa, com bandolim, banjo, acordeão e flautas, unindo, também, pitadas de folk metal e punk. Com a participação dos músicos Emanuela Bilk Lopes e Gui Lungen, o grupo fez boa parte da galera que ainda estava acordada, dança ao redor da fogueira e se divertir com as histórias de suas músicas, fechando a madrugada da maneira mais inusitada possível, o que já vem sendo tradição no Iceberg, que a cada ano traz uma atração diferente para o fechamento da noite, sempre ao redor da característica fogueira.

Depois de três dias, o cansaço do Marcos era nítido, da mesma forma que seu alívio por ter conseguido organizar o festival por mais um ano. Em conversa informal, ele se disse satisfeito e, mesmo com chuva, comemorou a quantidade de participantes. “Só quem organiza festival sabe o quanto é difícil. Fazemos tudo por amor, corremos atrás de patrocínios e melhorias a cada ano, mas não desistimos e vamos continuando para elevar a cena catarinense cada vez mais”, concluiu garantindo a próxima edição.

 

(Fotos: Vanessa Boettcher)

 

 

 

Fotos das bandas:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.2164975650231873&type=1&l=43363736c9

 

Fotos do público:

 

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