Jay Jaydson é um músico porto-alegrense que transpira autenticidade. Com uma trajetória forjada na paixão pelo rock’n’roll clássico e pela urgência do punk, ele estreia em 2025 com seu primeiro álbum solo, “Live Fast, Die Old” – um título que já entrega muito de sua filosofia: viver intensamente, mas com a sabedoria de quem não está aqui apenas de passagem.
Veterano da cena underground da capital gaúcha. Seus riffs são sujos e cheios de alma, suas letras falam de luta, resistência, noites mal dormidas e amores mal resolvidos. Uma mistura de The Stooges com Raul Seixas, Clash com Garotos Podres, tudo com um sotaque do sul e uma entrega que não se aprende em escola de música.
Além de músico, Jay é um personagem cativante: dono de histórias de bastidor, tatuagens com significado, e uma presença de palco que faz qualquer boteco parecer um estádio. Ele é daqueles que acredita que o rock ainda pode ser perigoso, emocionante e verdadeiro.
Com “Live Fast, Die Old”, Jay Jaydson crava seu nome no mapa do novo rock brasileiro. Um trabalho cru, intenso e honesto – como ele.
Tem discos que se escutam. Outros, que se enfrentam.
Live Fast, Die Old, de Jay Jaydson, é um desses que te encara de volta.
Não vem com firula. É como abrir uma gaveta velha e encontrar cartas nunca enviadas, bitucas de cigarro e fotos queimadas pelas bordas. Jay não está interessado em agradar: ele te oferece a versão dele do mundo — meio bêbado, meio brilhante, meio fodido — e você que decida se entra ou se vira pro lado.
É um disco que fede a porão, a couro, a palco mal iluminado e a promessa quebrada. Cada música parece ter sido gravada com o punho cerrado e o coração sangrando. E ainda assim, há beleza. Uma beleza torta. Como encontrar uma flor crescendo entre cacos de garrafa.
Jay canta como quem sobrevive. A cada verso, ele parece dizer: “eu ainda tô aqui, apesar de tudo”. E esse “tudo” é o que pulsa por baixo das letras — amores que viraram ressaca, amizades que se perderam na fumaça, dias bons demais pra durar e noites longas demais pra esquecer.
O som não é limpo. Ainda bem.
O disco não quer soar bonito. Ele quer soar verdadeiro.
E soa.
Tem algo de Porto Alegre nas entrelinhas — não nos cartões-postais, mas naquilo que a cidade tenta esconder: a solidão das madrugadas, os bares que resistem, os amigos que sumiram, os que ficaram. Tem um peso emocional que não se finge. Você ouve e sente. Nem sempre entende. Mas sente.
O último acorde não termina. Ele fica na cabeça depois que o disco acaba.
Live Fast, Die Old é um retrato sem filtro de alguém que ainda acredita no barulho como forma de permanecer vivo.
Jay Jaydson não quer ser lenda. Ele quer ser memória viva.
E isso, meu amigo, é bem mais punk do que parece.
Jaydson – Live Fast, Die Old 
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She Never Even Tried
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Filme do Almodóvar
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Afraid
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Live Fast, Die Old
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I Don’t Wanna Die Young
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Camisa Amarela
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Psilocybin
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Somos Só Carbono
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Misery (com Tom Zynski)
Ficha técnica:
Jaydson – vocal e guitarra
Rodrigo Ferreira – guitarra
Fabrício Araújo – guitarra e arranjos em “I Don’t Wanna Die Young”
Marcel Bittencourt – baixo
Renato Siqueira – bateria
Tom Zinsky – teclados em ‘Misery’
Produção Musical – Marcel Bittencourt
Engenharia de Áudio – Rafael Siqueira
Preparação Vocal – Tom Zinsky
Mixagem – Davi Pacote
Masterização – Marvin T