Gosto de bandas que deixam sua mensagem bem clara em tudo o que envolve seu trabalho, seus designs, capas, letras, nos palcos, e ouvindo “A Plenos Pulmões” não consigo pensar em outra palavra senão “resistência”!
Khorium é uma banda carioca que mescla ao metal uns elementos de groove e por vezes o rap, sempre com letras que atravessam você, com críticas duras e super necessárias sobre a sociedade, política, religião e injustiças.
“A Plenos Pulmões” tinha lançamento previso para 2022, mas devido á problemas teve o seu lançamento apenas em janeiro de 2023, sendo o quarto álbum de inéditas da banda.
“Monopólio da Violência” é a faixa que abre o álbum e já deixa evidente a influencia dos beats de rap, unidos com excelência com as guitarras pesadas e guturais bem executados.
“A Miséria útil de Cada Dia” fala sobre a situação do brasileiro e suas lutas diárias em meio a desigualdade, e “Garrafa, Pano, Diesel, Gasolina” é a minha favorita, fazendo bem balanceada a união dos vocais de rap com os growls e também dando um show de timbragem.
Também destaco “Imunidade Tributária”, faixa que tem Clemente Tadeu (Inocentes / Plebe Rude) fazendo uma participação nos vocais, numa sonoridade mais puxada para o punk e uma letra atual, gritando sobre a imunidade que a burguesia “enfrenta” perante a justiça.
Outra participação especial foi a de Deivin, vocalista de funk/trap, que fez os vocais de “Indignação Seletiva”, uma das músicas mais pesadas do álbum quando se trata de conceito.
“Vida Maria, Pts. 1 & 2” é a surpresa do álbum, tendo como intro um solo de viola de 10 cordas e triângulo, e faz uma transição genial do forró para o rap-metal. Já vi algumas bandas ousando misturar às suas músicas alguns estilos totalmente inusitados dentro do metal, mas nem sempre é algo que dá certo, seja culpa da mixagem ou falta de experiência na hora de compor a fazer a transição entre as influências, mas esse claramente não é o problema do Khorium!
Em questão de criatividade, produção, conceito, peso e ousadia, não tenho absolutamente nenhuma crítica a fazer sobre “A Plenos Pulmões”, álbum que não deixou nenhuma ponta solta e surpreendeu o ouvinte em cada uma de suas 12 faixas.
Nota: 8
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