11 de Fevereiro de 2024

Cheguei no Carioca Club por volta das 14:00, uma pequena fila se formava na porta da casa enquanto alguns tomavam uma cerveja no bar ao lado,

foliões subiam e desciam a rua contrastando com a pequena massa headbanger que havia ali para prestigiar a nova e a velha guarda do Thrash e Crossover, nada mais nada menos que Santa Muerte, Cerberus Attack, Damn Youth, Escalpo, Ratos de Porão, Exhorder e Vio-lence.

Santa Muerte tocou para um pequeno público, os primeiros a chegar, que foram premiados com uma pegada alucinante, vocais da Marilia Massaro extremamente agressivos com um timbre endiabrado, uma mistura de John Conelly com serra elétrica acompanhado por uma guitarra ardida e suja, Jhully Souza na bateria conduzindo aos poucos o público a aderir a bagaceira (lógico) e iniciar uma pequena roda, ainda filhote. Marcelo Araújo do Cerberus Attack participou tocando o contrabaixo sem decepcionar em nenhum segundo… Baita Músico

 

Set-list

  1. Scars of Guilty
  2. Survive or Live
  3. Personal Hell
  4. Círculo de Sangre
  5. Cyco Pit
  6. Hipocrisia Never Ends
  7. Trap on Track
  8. Reactions

 

Cerberus Attack, uma banda veterana do cenário de Thrash Metal em São Paulo, mostrou mais uma vez sua maestria e energia no Kool Metal Fest deste ano.

Originários de São Mateus, Zona Leste de São Paulo apresentaram um som genuíno. Entre os destaques do setlist estavam “Fastest Way to Die”, “Abyss of Lost Souls” e “Strategic Cut on Education”, músicas que incendiaram a plateia e provocaram uma resposta frenética do público que já começava a aumentar e consequentemente fazia o moshpit mais generoso em termos de pancada, alguns fanfarrões gritavam “TOCA MAIS RÁPIDO”, na finaleira tocaram o riff de Detroit Rock City (Kiss) em forma de celebração, algo realmente divertido para nós os espectadores. A apresentação, embora curta, foi intensa e deixou uma marca indelével nos espectadores.

  

  1. Straight Outta East Side
  2. Strategic Cut On Education
  3. Mithify Yourself
  4. Fastest Way to Die
  5. Third World Kids
  6. Duck Parade
  7. Moshers
  8. Harbinger of Decay

Na sequência o som do Escalpo (Rio Claro – SP), com todas as músicas bem diretas e cantadas em português, uma verdadeira orquestra de guturais, vendo que em alguns momentos os quatro dos cinco músicos cantavam ao mesmo tempo, no início foi difícil assimilar o estilo, depois pesquisando achei o termo Metalpunk, que veio bem a calhar . O som da banda é pesado demais, crítico demais, violento demais, uma maravilha. A Gibson SG com 3 Humbuckers destilava aos poucos um timbre diferenciado que não é possível ouvir nas gravações, alguns licks cremosos no meio da bagaceira mostraram que Alisson Big Bull com sua regata da Clara Crocodilo sabe muuuuuito bem o que está fazendo… Apesar de uma agitação menos intensa em relação á banda anterior, o público assistiu com atenção a um som diferente, pesado, firme, politizado, direto e bom pra caramba! 

   

 

    1. Onda de estupidez
    2. Olhando Pro Chão
    3. Eviscerando o Opressor
    4. Desconstrução/Destruição
    5. A Dor Do Açoite
    6. Escravidão Auto Imposta
    7. Retrocedendo
    8. Desumanização

 

 

 

 Chegou a vez do Damn Youth (Juventude  Mardita), banda de Caucaia do Ceará, cheia de energia e muita raiva abriram as sessões de stage diving, Elton Luiz incendiou o público pulava de um lado pro outro parecia que puxava as pessoas pra cima do palco, uma incrível demonstração de sinergia com o público, o som muito bem entrosado e executado. Houve um pequeno momento político antes de “No Mercy for Nazi Sympathy”, o último som deles, onde obviamente todos nós mandamos o palhaço pra cadeia.

 

1.Senseless Massacre

2. Restitution

3. Straight Line

4. No Hero

5. Your Leader Will Fall

6. Descends into Disorder

7. Jurisdiction

8. Oppression Breeds Rebellion

9. Progress?!

10. Sociopath Corporation of Surveillance

11. No Mercy to Nazi Sympathy

Ratos de Porão já entrou no palco quebrando tudo, “Satanic Bullshit” e “Bad Trip” abriram a sessão de espancamento dos Ratos, João Gordo mais vivo do que nunca continua cantando muito, apresentando seu vocal que possui uma gama de timbres impressionante, João nos agraciava com expressões caricatas e dancinhas zombeteiras. Nessa hora a casa já estava bem mais cheia, tocaram  “Farsa Nacionalistas”, “Amazonia nunca Mais”, o público seguia agitando feliz da vida gritando o coro de “Alerta Antifascista” seguida de “Aglomeração”, tocaram as clássicas “Crucificados pelo Sistema” levando todos a loucura , com João dando um salve no Sr. Exu Caveira rolou “Video Macumba” B-side do Just Another Crime, “Beber até Morrer”, “AIDS, POP , REPRESSÃO” que começou com um Riff de baixo de “Another One Bites the Dust” do Queen executado em tempo normal pelo Juninho e acompanhado de um sambinha zombeteiro do João Gordo até o pau-quebrar. João, Boka, Jão e Juninho fizeram um show memorável pra ninguém botar defeito.

       

 

1. Satanic Bullshit

2. Bad Trip

3. Amazônia Nunca Mais

4. Farsa Nacionalista

5. Alerta Antifascista

6. Aglomeração

7. Morte Ao Rei

8. Ignorância

9. Lei do Silêncio

10. Morrer

11. Mad Society

12. Crianças Sem Futuro

13. Crucificados

14. Descanse em Paz

15. Vídeo Macumba

16. Aids, Pop, Repressão

17. Beber Até Morrer

18. Crise Geral

A apresentação do Exhorder (Louisiana) começou com o clássico “Slaughter in the Vatican”, faixa-título de seu primeiro álbum. Apesar de ser a primeira vez do quarteto na América Latina. O público paulista os recebeu de maneira incrivelmente calorosa, balançando as cabeças e abrindo impressionantes rodas de mosh. Logo no início, o vocalista da banda (Kyle Thomas) anunciou que tocariam várias das músicas mais antigas, mas também incluiriam algumas faixas do novo álbum, “Defectum Omnium“, programado para ser lançado em março deste ano. Entre os clássicos, no início do show, tivemos a já mencionada “Slaughter“, “Legions of Death” e “My Time“. Não demorou muito para conquistarem o público brasileiro, depois de “My Time“, já estavam gritando o nome da banda. Houve algum problema técnico com a guitarra solo durante dois momentos, porém isso não afetou muito a performance dos veteranos do Groove-Metal, Kyle Thomas tenha falado demais, apesar da simpatia, o público parecia não entender nada o que criou alguns momentos mais mornos e um pouco confusos, que nada atrapalhou na performance brilhante.

 

1. Slaughter in the Vatican

2. Legions of Death

3. My Time

4. Year of the Goat

5. Forever and Beyond Despair

6. Exhorder

7. Desecrator

Vio-Lence (Bay Area – San Francisco – California) em sua última apresentação de Phil Demmel com a banda que ele ajudou a fundar foi exatamente isso: um verdadeiro show.

Iniciando a noite com a faixa-título de seu clássico álbum de estreia “Eternal Nightmare“, o clima da performance já provava ser elétrico e o público mostrava-se cada vez mais incansável. Do início ao fim do show, havia um fervoroso círculo punk no meio da pista do Carioca Club.

 A interação com o público foi um dos pilares desse show. Sean Killian passou grande parte da duração do show (cerca de uma hora) na parte mais baixa do palco, junto aos fãs. Phil Demmel também descia durante os solos, apontando a guitarra para os fãs e até mesmo permitindo que eles a tocassem às vezes. Quando um fã subia na parte inferior do palco – o que já se tornara algo comum – e demorava muito para pular de volta, não era incomum ver tanto Killian quanto o guitarrista empurrá-los com as mãos e pés e depois continuar normalmente com o show, Killian exalava um ar de diversão acompanhado de um riso sarcástico de transmitia um ar diabólico junto as veias saltadas de sua testa, antes de “I Profit” foi bem sarcástico em sua piada dizendo ao público que estava lá só pra faturar, soou igual a uma piada de boteco, foi algo bacana.

Um preservativo inflado que passeava sobre a cabeça as vezes servia de brinquedo pro Killian que o usava pra incitar o público que desde a apresentação do Damn Youth não parava de se jogar de cima do palco como expressão de satisfação garantida. 

Tanto a banda quanto os fãs estavam se divertindo ao máximo, com Killian até mesmo dizendo que estava muito feliz por poder encerrar a turnê sul-americana em São Paulo devido à qualidade dos shows e do público na cidade. Um dos destaques do show foi a penúltima música, um cover do clássico “California Über Alles” dos Dead Kennedys, que contou com o vocalista do Exhorder (fazendo um backing vocal tenebroso de bom diga-se de passagem). Neste momento, o chão do local estava em caos, com fãs subindo no palco e pulando, fazendo backing vocals com a banda… tudo muito espontâneo e sincronizado, definitivamente uma majestosa apresentação. 

1. Liquid Courage

2. Eternal Nightmare

3. Serial Killer

4. Phobophobia

5. Kill on Command

6. I Profit

7. Calling in the Coroner

8. Officer Nice

9. Upon Their Cross

10. California Über Alles (Dead Kennedys Cover, com Kyle do Exhorder)

11. World in a World

 

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