Perguntas: Cremogema:
Respostas: Alex

1- Estamos com Alex do Krisiun, tocaram hoje no Udi Rock Scene, o que vocês acharam do evento?

Muito bom, 100%, esperamos 20 anos para tocar em Uberlândia, finalmente aconteceu, estamos muito satisfeitos com o show, foi do caralho e esperamos voltar em breve.

2- O que você pode falar do Krisiun de 1992, para o Krisiun de 2008?

São as mesmas três pessoas, a ideologia é a mesma, musicalmente falando a gente procura manter a identidade da banda, as mesmas influências, procura evoluir as características sem perder as raízes. É muito complicado você se manter em um movimento musical lá fora, gravadora, pressão, então e nós conseguimos manter a parada sem perder nossas características, falem o que falar, é Krisiun death metal na veia, essa é a proposta da banda , o Krisiun respeita o que a gente tem, o que a gente faz está intacto, Krisiun 100% velho.

3- Qual foi o motivo que fincou a idéia de sair de Porto Alegre e ir para São Paulo para tentar estabelecer o death metal na vida de vocês?

Por que era uma cidade pequena velho, temos muito orgulho, temos família toda lá, mas …
é um lugar ainda bem provinciano, queira ou não , mal ou bem é uma capital do rock, rádio, revista, até a ponte para o exterior está mais ali, e foi uma evolução natural independente de estar em São Paulo ou Porto Alegre, ficamos muito por lá ainda, mas as vezes a gente fica fora meio ano, então não tem muito um lugar fixo assim entendeu, mas … mas referente a sua pergunta você falou, foi aquilo mesmo era sair fora e correr atrás da parada, e se você ta querendo buscar melhores condições, São Paulo a nível de Brasil ainda é o melhor lugar.

4- Teve algum problema com a família, por que três irmãos saírem de casa de uma vez só, rolou preconceito? Hoje a banda é orgulho para a família?

Foi isso ai mano, no começo foi uma merda, ninguém aceitava, mãe e pai, eles estavam tentando ajudar por que mãe é mãe pai é pai,querem sempre ter o filho do lado, mas ninguém concordou na verdade, e hoje em dia todo mundo ai apoiando, no começo a gente moleque tocando pai e mãe mandando largar, mandando arrumar emprego, mas a gente persistiu cara e hoje em dia a minha relação com minha mãe e meu pai é boa para caralho, começo é começo, hoje onde a gente está tem dado orgulho para nossa família com certeza.

5- O álbum Course Of The Evil One” (1992) foi o álbum que colocou o Krisiun em evidência no mundo?

É difícil falar velho por que foi passo a passo desde a primeira demo, cada demo que a gente mandou para fora, a cada pequeno espaço que a gente conquistou, em cada fanzine, revista, antes desse álbum mencionado já tinha uma demo voando para cima e para baixo, eu diria que foi o primeiro e segundo álbum que nos deu um contrato lá fora, mas cada álbum tem a mesma importância, desde do começo foi duro, na época não tinha Internet, não tinha nada velho , era outro mundo, a gente mandou muita fita k7 para fora.

6- O que vocês aprenderam que não podem fazer em uma turnê mundial ,que já tomaram na cara?

Alex:
Cada dia é um dia, você aprende com seus erros, o que você não deve fazer cara é ficar muito bêbado, a ressaca do dia é foda, você tem que estar preparado para tocar, é meio louco, todo mundo quer beber, fumar, mas a hora que conta é a hora do palco, você não precisa estar sóbrio, tem que estar concentrado, em condições de fazer um puta show, destruir tudo, dar tudo que eu tenho, se você esta bêbado não vira, não rola … A gente já tocou com muita banda foda, Morbib Angel, com Slayer, tem que subir no palco e arregaça mesmo, finalizando o pau mesmo , pra fazer um bom show é estar concentrado, o último álbum fizemos uma turnê de 400 shows, 2 anos, 60 dias ,60 shows muito corre. Um dia você toca pra 100 pessoas, no outro pra 1000, mas é sempre a mesma intensidade, não interessa quem ta ali, o vagabundo pagou pra ver o show, nós vamos dar o que a gente tem de melhor mesmo
, diversão é importante, mas entrou ali , entra pra ganhar cara…

7- Como foi o lance de ser produzido pelo Harrys Johns produtor de Kreator, Sodom para você?

A velho… cada fita, cada passo que rolou, produção, show , tudo que foi rolando, as bandas, cada passo foi uma satisfação velho, cada coisa que você conquista, aquela demo inicial era horrível, a gente foi galgando para conseguir uma produção melhor, trabalhar com o Harrys Johns que trabalhou com Kreator e Sodom
fez o nosso disco o “Apocalyptic Revelation” isso já faz uns 10 anos e você sua para caralho , você em um lugar e as coisas acontecem, eu nunca fiz som para aparecer, ninguém é melhor que ninguém, foi um puta show aqui em Uberlândia, vi a molecada ali agitando, um moleque daquele ali tem mais importância ou a mesma importância que a pessoa envolvida na parada, metal é isso é underground. O valor do metal esta no público. É o que eu realmente pago pau mesmo mano, os moleques que vem , que viaja
que apóia, que compra uma camiseta, que da a motivação para a banda, isso ai é intocável.

8- Como é encarado essa lance de preconceito por exemplo de shows que vocês já fizeram com bandas de black metal?

Eu nunca tive preconceito com nada, a gente toca em festivais com uns tipos de bandas de black metal, gótica, pop, a gente ainda procura aqui dentro do Brasil não queima o filme, sinceramente falando para você cara a gente já negou muita oferta, a gente não faz só pelo cachê, não é bem por ai. Já nos complicamos negando ofertas, tem tudo uma linha, você tem que estar dentro do seu campo. A gente procura manter a tranqüilidade, quando é muito fuleiro o bagulho mano a gente não entra, todo mundo tem conta para pagar, mas a gente continua intacto, não se vendeu e não vai se vender!

9- O que você pode falar do “Southern Storm”, como vocês projetaram ele, o que tem para o segundo semestre do Krisiun?

Obrigado pela pergunta, manter o mesmo pau, mesmo pique, na minha concepção o disco ficou do caralho, eu to muito satisfeito com o resultado, foi algo que a gente alcançou muito satisfatório, a nível de solo, as músicas assim
, é muito difícil lá fora por que infelizmente acaba sendo uma competição, você ta no mercado velho, e uma gravadora bancando uma banda, grava em um estúdio top de linha, então a banda tem que vender, não adianta mentir. Esse cd novo estamos com uma expectativa bem legal cara, é a primeira entrevista que estou dando
sobre o álbum que chama-se “Southern Storm”
e a parada é levar a bandeira do Brasil aonde a gente puder cara.

10- Antes era somente o Sepultura que carregava a bandeira do Brasil, agora podemos falar que o Krisiun também faz isso, em qualquer lugar alguém conhece o Krisiun.

O que o Sepultura fez foi muito grande, a gente respeita isso ai, foi um bagulho foda, até inspira, ja foi influência, mas a gente nunca tentou fazer ou seguir o Sepultura, “a vamos fazer oque os caras fizeram”, a parada era outra era outro tempo, temos muito orgulho, os caras abriram as portas, abriram assim, o Sepultura nunca pegou nenhuma banda, não tenho bronca nenhuma, tenho orgulho do som, nem vou falar em atitude, pra mim hoje a banda morreu cara, não existe o nome ta ai, o Andreas é amigo meu, mas sou um cara real, não vou ficar enrolando, o que foi, foi, ainda tem condições de voltar se os caras… não tenho muito o que falar, tenho respeito e muito orgulho, aqui não tem lorinho, não tem sozinho industrial, não tem mototó, capoeira, aqui tem metal, pegada feia mesmo, Sepultura é outra coisa …

O que eu digo é que vocês tão seguindo o mesmo caminho naturalmente…

Me orgulho disso que você falou, a gente ta na mesma linha em caminhos diferentes, na mesma onda, é metal, Sepultura foi gigante, a gente esta, eles ajudaram mesmo, abriram as portas sem trazer ninguém, eles nunca pegaram o Krisiun, vem cá abrir shows para nós, mas é isso, a gente segue o esquema de ser uma banda brasileira de metal, fazer do metal brasileiro uma realidade. Mas o fluxo musical é outro, nós somos death metal extremo!

11- Por que vocês escolheram Krisiun, qual o significado?

É um nome que vem do latim, vem da Lua, se você abrir um atlas da lua, uma lua cheia de crateras, a cratera mais profunda se chama Krisiun, e também se chama mares de abominações.

12- Qual a mensagem para a galera?

Estamos ai mano, já estou com os ossos doendo, mas estamos ai para mandar o pau, o que depender de mim vamos continuar metendo ferro, a mensagem que eu mando é que todo mundo que nos apoiou venho agradecer do fundo do coração que é família total, nós vamos continuar meu velho, Krisiun é metal extremo, não vamos meter faca nas costas de ninguém, foi bem acima da expectativa aqui em Uberlândia, esperamos mais de 20 anos para tocar aqui, tem bandas mil aqui no Brasil, dêem valor nelas, se for para baixar a guarda é para morrer, e te agradeço Cremogema a oportunidade de divulgar o som, agradeço a oportunidade da entrevista, maior loucura!

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!