LA NOCHE: DONDE LOS ÁNGELES ASCIENDEN

Um homem, com o olhar perdido sob a sombra do chapéu, ouve a cantora aproximar-se dele para lhe perguntar: Como é que tudo acabou?

E sua resposta é indizível,

Mas sabe-se que aquele homem era eu.

***

O show começou às 9h, os bares abriram às 7h.

Eu estava filmando entre dois vidros, fotografia para químicos e uma credencial.

Foi imediatamente que meus irmãos me reconheceram. E entre cumprimentos, eles me apresentaram Pipe Villarán. A quem realmente conheci, meia hora depois, quando a menos de meio metro da minha testa, sua guitarra transpirava psicodelia.

***

A pena que saía da minha orelha acariciava as luzes.

Assim como Ícaro uma vez acariciou a maior estrela.

Subi entre as dedicatórias aos amigos. Cresceu lá no topo, respirando uma atmosfera de paixão.

***

De repente, a escuridão invadiu os tecidos. E uma tarola pegou fogo.

Pedi silêncio, (porque não gosto de ser invadido ou invadir)

Mas era tarde demais.

As cordas vocais de Alonso se fundiram com os primeiros acordes e a cerimônia foi dada como iniciada.

***

O palco era tão curto que podíamos ouvir o crepitar da erupção.

Uma serpente que pousou em nossas línguas,

Ele trouxe consigo a ira do abutre.

E pedimos mais

Mesmo que não restasse um único gelo em nossos copos.

***

Era impossível para mim me reconhecer. Recebi as ligações, mas aquele nome não era meu.

Eu tinha deixado quem eu pensava que era

E o que eu sou havia decolado.

***

os tambores soaram

Numa orgia melódica que parecia interminável.

Tudo moldado sob a mesma imagem,

Vimos o sol nascer.

E um verso próximo nos diz que voltamos ao amanhecer…

Na mesma pele

***

Observando-me a seus pés,

Eu fui.

Mas minha alma ficou no brilho.

  • Taro K. Zelada.
    IG: @_tarozela

 

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