O Machine Head fez parte da minha formação de Headbanger desde o lançamento do “Burn my eyes” de 1994, aliás, esse disco mudou a vida de muito metaleiro nessa época, era viral, potente, diferente e a frente de tudo na época…me lembro da gente comparar muito com o excelente “Low” disco que o “Testament” tinha acabado de lançar também e que marcou esse ano com dois discos muito foda!!! Após isso, lançaram o violento “The more things change” de 1997 e aí o Machine Head tentou experimentar muita coisa, não sei se nós, pobres mortais do Metal, não conseguimos acompanhar as ideias de Robb Flynn (fundador, guitarrista e vocalista dessa excepcional banda) ou se ele viajou muito na maionese mesmo, mas fizeram depois disso, discos brutais e diferentes, o que, não sei por onde, me desinteressaram até então em acompanhar mais de perto a banda.
O Machine Head foi formado em 1991 em Okland (California) pelo guitarrista/ vocalista Robb Flynn e o baixista Adam Duce, se tornou um dos maiores expoentes do “New Wave of American Heavy Metal” com muito louvor, alguns chegaram a chamá-los de “filhos do Slayer”. Décimo disco da banda, “Of Kingdom and Crown” foi gravado em Agosto de 2022 e gerou muita expectativa no meio devido o burburinho nos bastidores que lançariam um disco ao nível do “Burn my eyes”. O disco foi gravado pela Nuclear Blast em conjunto com a Imperium Records com a seguinte formação Robb Flynn guitarra e voz, o baterista Matt Alston, o guitarrista Vogg Kieltyka e o baixista Jared MacEachern. Aliás, o guitarrista Vogg, do Decapitaded, fez o seu primeiro álbum junto com o Machine Head e muito se esperava também por conta disso e é muito notável nesse excelente álbum, muitos elementos e influências que se misturam nesse disco, que o torna uma grande obra a ser desvendada.
“Slaughter the Martyr” inicia esse maravilhoso álbum em um climão denso, com as vozes bem limpas dedilhados que não enganam o que há por vir…e o peso vêm e…caralho (não tinha outra expressão no momento – sorry editor) que puta som!!!! que gravação!!! As guitarras socam seu ouvido, é impressionante, aqueles harmônicos característicos do Machine head, cara, que patada!!! O refrão é bem legal, os mais radicais vão lascar o verbo, mas eu aprendi nesses meus 40 e poucos anos de Metal a respeitar e entender o trabalho dos caras, sim, aprendi muito com a minha filha (Branca- Love U) porque eu ficava pesquisando bandas que fossem mais “modernas” para que ela pudesse entrar no meio Metal e não se afundar nos “Funk” da vida (em termos deu certo hehehehe). “Chøke øn the ashes øf yøur hate” é rapida!!! Puta paulada na moringa!!! Não perde nada para aquele Machine Head que eu conheci e me encantei nos anos 90, aliás as guitarras e a composição são bem anos 90, sabe aquele sorrisinho no canto da boca se juntando àquela bangueada na parte do solo (que é uma cacetada), e mesmo assim não deixa de ter um “Q” de moderno (Vogg?). “Becøme the firestørm” conclui o que eu terminei de falar sobre esse disco, aqui Vogg diz, isso aqui é meu!!! Rapazzzz blast beat, peso, esse som bate forte no peito, e o clima antes de entrar o solo é algo surreal, o som do baixo dá a nota e senta a borracha, muito foda. “øverdøse” é uma intro bem ao nome da música, é muito sinistro, e já prepara o clima para entrada da “My hands are empty” com um coro meio medieval que vão se juntando aos tribais do tambor e encontram uma base toda no contra, cara, como esse disco foi bem pensado, os tribais do tambor batem forte no peito, música cheia de climas, animal!! “Unhalløwed” me fez ligar para minha filha e a obrigar a ouvir esse som, moderno, lembrei de várias referencias do New Metal. os mais radicais vão criticar esse som, aliás ele vira uma chave no disco e mostra uma face diferente, que não tira o brilho dessa obra em nenhum momento, acho legal ter uma heterogenia musical, só prova o quanto as bandas estão estudando e se adequando aos novos tempos, mas não pense que o bagulho é baladinha, a base do solo é uma bordoada e a música vai se amoldando. “Assimilate” também é uma ponte, dando aquele clima sinistro para “Kill thy Enemies” moderna, som pra frente, guitarras matadoras, sacada bem legal na composição que joga notas dissonantes na variação rítmica que dão um tom muito agradável, aqui você ouve muito bem o som dos tambores, que gravação impecável, os duetos das guitarras são também um diferencial dessa bela musica. “Nø gøds, nø masters” é bem trabalhada também, bem contemporânea, aliás eles souberam muito bem mesclar peso e modernidade nesse trabalho. “Bløødshøt” começa com o refrão forte e te fazer berrar junto!!! Chiclete, esse som te envolve, fui pego bangueando novamente por aqui, som cheio de elementos, essa é uma das minhas favoritas desse belo album. “Røtten” é outra que te faz pensar como eles vão encaixar tanta musica boa no seu setlist, problema deles, gostaria muito de ter uma audição de todas as musicas desse disco, seria sensacional, a base de solo desse som é foda, te deixa com vontade de sair esmurrando tudo. “Terminus” é outra intro que literalmente te prepara para o fim do disco, que fecha com “Arrøws in wørds frøm the sky”, uma baladinha que fica pesada no meio, tem um solo bacana e só me fez pensar o quanto que eu queria ter ouvido esse disco antes, o quanto Vogg e Flynn fizeram uma puta dupla e o quanto eu já começo e esperar o próximo petardo deles.
Na minha humilde opinião um belo candidato a disco do Ano, um disco cheio de riffs, cheio de modulações, cheio de variações rítmicas e muito, mas muito bem gravado, prá mim nota 10 (se pudesse dava 11).
Difícil não conhecê-los, mas aí vão alguns links:
Youtube: https://www.youtube.com/machinehead
Facebook: https://www.facebook.com/MachineHead/
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Spotify: https://open.spotify.com/album/6duwuU8xgK7ShKMCrUxfBi?si=7eCytgkHRc2R-vov–cBYw