Com já 9 anos de estrada, quais são as principais experiências que a banda tem adquirido durante todo este tempo?

André – Acho que a experiência adquirida mais valiosa é resiliência! É muito comum acontecerem imprevistos, acho que o mais importante para se manter na ativa é saber levantar a cabeça e continuar em frente.

 Como vocês vem o cenário rock atualmente ?

André – Essa é uma boa pergunta, mas dificil de responder. O rock já teve mais audiência, isso é um fato. A nova geração está mais ligada em outros sons. E isso com certeza deixou o cenário rock com menos estrutura pelo menos no Brasil. Sem contar que ainda existem vários debates paralelos como extremismo por estilos, disputa de cover e autoral, que só desagrupam mais a cena.

Mas creio que isso seja um momento, e como tudo no mundo, um novo ciclo pode se iniciar a qualquer momento.

  Com fim de bandas mais antigas das quais vocês participavam foi criado o Macumbazilla, se deve a já terem um público fiel em seus outros projetos, já começarem com muita expectativa?

André – Para nós foi como um reencontro de amigos, gerações se reencontrando. Foi um periodo muito bacana, e o melhor foi a consolidação de um público novo, sempre surpreendente. Mas em momento algum sentimos pressão ou algo desconfortável, sempre um clima de festa.

Como a banda pode expressar o trabalho em conjunto com Roy Z e Mike Supina ?

André – O trabalho deles é maravilhoso! Ambos são super profissionais e fizeram toda a diferença nas nossas vidas com o trabalho que realizaram no primeiro EP. Esperamos poder trabalhar novamente com eles no futuro.

 Ouvir o Macumbazilla é prazeroso, o grupo faz músicas que viajam na esfera, e até nos levam a lembrar um pouco de Queens Of The Stone Age em alguns momentos. Quais são as principais influências sonoras e literárias da banda?

André – Muito obrigado pelo comentário, é maravilhoso ler isso!
Nós temos muitas influências distintas! Todo mundo da banda consome muita música variada.

Então você pode encontrar influências que vão de Johnny Cash a Slayer, passando claramente pelo Hardcore, Anos 80/90, é dificil dizer uma influência predominante.

 De que maneiras a banda contornou a crise da pandemia para seguir trabalhando nas gravações do pŕoximo disco?

André – A pandemia desestruturou todo mundo né! No começo foi um baque, tentamos gravar o que deu ainda presencialmente em estúdio, mas foi agravando e as gravações começaram a ocorrer de maneira diferente. Eu montei um estúdio em casa para poder terminar a gravação de vocais e alguns instrumentos extras. Foi tudo mixado de maneira remota.

O Brandão mandava as músicas e aprovávamos, ou pediamos algumas alterações, funcionou bem, só demorou mais, por motivos óbvios.

 As músicas do Macumbazilla tem tocado um patamar acima do nível, com qualidade claramente “gringa”, como tem sido este processo de evolução?

André – Nós fizemos gravações de pré produção, ensaios e afins para poder adequar as músicas.

E durante o processo de gravação, muita coisa foi nascendo, como instrumentos extras e backing vocals, esse tipo de coisa que enriquece a música, tivemos bastante tempo para a produção graças a pandemia. Creio que o fato desse trabalho acabar sendo um escape para nós, diante da realidade que passamos em 2020 e 2021, ajudou a concentrar mais os esforços em tirar melhor timbres e assim por diante.

 Quais os conceitos empregados na capa do álbum tendo em panorama, a visão da “banda” ?

André – As ilustrações foram feitas pelo Vini Melo, ele buscou referencias do folclore, da umbanda, e alguns extras, hahaha, mas foi muito voltado ao universo do macumbazilla e ao nome do disco.

  Oque vocês tem planejado para o fim deste ano, e inicio do próximo?

André – Nesse momento estamos correndo para conseguir lançar o disco nas plataformas digitais, e também conseguir as cópias fisicas a tempo! O lançamento oficial será em 15 de Novembro!

Iremos lançar uma cerveja em parceria com a Bastards Brewery em Dezembro, e estamos organizando as coisas para fazer um clip do primeiro single desse disco.

 Podemos esperar ver vocês pela Europa em 2022?

André – A principio não temos nada marcado, mas se aparecer a oportunidade, iremos com o maior prazer! Ainda é muito cedo para pensarmos em tour ou qualquer coisa assim, devido as incertezas que a pandemia deixou.

 Onde conhecer a banda, encontrar merch e muito mais ?

André – https://www.instagram.com/macumbazilla

https://www.facebook.com/macumbazilla

https://www.youtube.com/macumbazilla

E pelo Spotify, Apple Music, Deezer!

 Jogo rápido:

4 bandas nacionais: Planet Hemp, Crypta, Motorocker e Deceivers.

4 bandas internacionais: The Distillers, Amyl and The Sniffers, Living Colour e Slayer

1 cd : Everything Sucks do Descendents (Julio), Facelift do Alice in Chains (André), Spine of god do Monster magnet (Piu)

1 livro: Fahrenheit 451 do Ray Bradbury (Julio), Odisséia de Homero (André), Sailing Alone Around The World do Joshua Slocum (Piu)

Familia: Aqueles que te amam incondicionalmente

Macumbazilla: Comprometimento.

Violência: O ser humano parece ter um ímpeto incontrolável nesse assunto.

Política: Deveria ser tratada com respeito e seriedade, não como uma partida de futebol.

Rock: It’s only rock n roll but we like it… hahahahahha

Curitiba: É o nosso berço, onde crescemos e vivemos experiências que nos moldaram, somos muito gratos.

 O Brasil é um grande celeiro de bandas, e Curitiba que tem uma cena muito forte não faria exceção a esta regra, como anda o cenário em Curitiba ?

André – Posso dizer que Curitiba tem inúmeras bandas que são de outro mundo! E não só no metal, mas em todas as vertentes do rock. E é uma honra poder estar na mesma cidade que essas bandas.

Quanto a shows, não temos muito o que falar né?! Ainda estamos passando pela pandemia, nesses quase dois anos, não aconteceu muita coisa, o que acaba esfriando um pouco.

 Ano que vem o Brasil passará por Eleições que definiram o destino do país por mais 4 anos. E igualmente que em 2018 as tensões polarizadas já voltaram a tona com muita força. O que a banda pensa sobre a política no país nos últimos 20 anos? E indo mais além, sabendo que o Rock sempre esteve ligado a política, tendo em vista que uma vez mais o embate quase certamente estará entre PT (Lula) e Bolsonaro e que uma terceira ou quarta via não tem forças para participar desta briga.

O retorno do PT ao governo seria uma salvação ou retrocesso? Há esperança para o país nos próximos 4 anos ?

André – Eu vou tomar essa pergunta de maneira pessoal, minha opinião não reflete necessariamente a visão da banda, sendo que dentro do Macumbazilla todos temos visões diferentes, mas respeitamos a opinião do outro.

O Brasil tem uma crise de identidade política desde sempre. Eu me pego me perguntando mais sobre o que nos trouxe aqui, do que se teremos esperança para os proximos quatro anos. Ainda mais que 4 anos é um periodo relativamente curto.

Sempre fomos a mão no mecanismo que é desenhado e conduzido por grupos políticos que tem suas próprias agendas.

O brasileiro precisa despertar para o amadurecimento político, deixar de ver as coisas de uma maneira passional, e começar a estudar para entender melhor no que a sua participação pode mudar um País, ainda exercemos nosso papel de cidadão político de maneira muito amadora. O discurso é de nivel raso, nunca foi encorajado, um povo sem consciencia política é mais fácil de ser manuseado.

Talvez isso seja um sintoma do porque temos sempre uma polarização com cara de torcida organizada, ao invés de um debate que vise o bem comum e a visão de empatia.

Júlio – Sem um plano e um planejamento e sem entender a nossa história, a tendência e nos repetirmos pra sempre…e eu só acho que a volta do PT nessa conjuntura não é um retrocesso, e não existe polarização quando a discussão é entre ter humanidade ou pensar somente em si mesmo.

 Sobre o novo disco, após ouvi-lo posso dizer que é uma das melhores pedradas nos últimos anos dentro do que a banda se propõem a fazer, ou seja o puro rock. Fazia tempo que não ouvia um rock tão intenso, coeso, tão bem cadenciado.
Quanto tempo levou para a criação de cada som, e como foi a construção da obra toda?

André – Essas músicas remontam a tempos loingiquos, rsrsrsrsrs!!! Algumas das músicas já estão em sua 2 ou 3 versão nesse album. Tinhamos feito a gravação de um album em 2016, por N motivos o trabalho acabou não virando, o que quase resultou no fim da banda.

Percebemos que o caminho certo era levantar a cabeça e recomeçar do zero! Regravar tudo e fazer músicas novas, o que acabou deixando a obra atual com 14 músicas!

Fico muito feliz com o fato de você mencionar que é puro rock, porque creio que realmente é aonde conseguimos chegar, um rock sem muita necessidade de parecer algo pré estipulado, adoramos o fato de soar orgânico e não algo programado para esse ou aquele fim.

Partindo desse principio, podemos afirmar que é dificil mensurar o tempo total de criação de cada som, mas as que foram feitas na segunda leva e complementaram a obra, foram feitas em um curto período de tempo. Os riffs foram nascendo enviava as guias para os piás e nos encontrávamos para montar as músicas

André – Foi uma honra poder responder essas perguntas, todas muito bem elaboradas, peço desculpas pelo tempo que levamos, com todos os preparativos para o lançamento do material de maneira independente, os últimos meses acabaram sendo atropelados rsrsrsr.

A mensagem que gostaríamos de deixar é :

Vivam, se divirtam, façam as coisas que amam e sempre tentem prestar atenção ao próximo!

O Rock é uma linguagem de união universal, seja ela através da alegria ou da indignação!!!!

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