Por Enrico Bertaglia

Nota: 9.0/10.0

Na ativa desde 2018, a banda mineira MEDJAY é do tipo que não gosta de perder muito tempo. Em 2020 lançaram o seu primeiro álbum “Sandstorm” e, para surpresa de muitos, com apenas dois anos de diferença soltou o seu segundo e melhor trabalho, “Cleopatra VII”. Como já apresentado anteriormente, este segundo capítulo da saga dos caras eleva o seu Power Metal com inserções de elementos e texturas orientais, para níveis muito altos.

Eu tenho que admitir que dei uma desencanada deste estilo por muito tempo, simplesmente porque quase nada realmente de qualidade aparecia. Os clichês do gênero, e que exigem suas presenças para a adequação no próprio segmento, me cansaram a ponto de nem chegar perto de álbuns com esta linha. Ainda assim, resolvi dar uma chance ao MEDJAY, porque fui muito bem recomendado, quase intimado a ouvir (risos).

Sim, a MEDJAY firma a sua musicalidade nas principais características do Power Metal, mas introduz arranjos árabes, orquestrações que não soam eloquentes demais, e abraçaram um tema envolvente, para tentar conquistar o ouvinte logo de cara. É o famoso “vamos atirar para todos os lados”, pra ver se algum alvo a gente acerta. O que poderia ser loucura para muitos, aqui acabou funcionando.

Tudo em “Cleopatra VII” é tão bem feito, tão genuíno, que você acaba dando o braço a torcer. A produção também é certeira, com destaque para a mixagem que deixou absolutamente tudo cristalino, como tem que ser. Então, poder ouvir músicas como “Shemagh in Blood”, “Warrior People”, “Mask of Anubis” e a faixa título, se torna uma experiência extremamente agradável.

O CD ainda guarda três participações especiais muito bem vindas, não por coincidência, três cantoras, mulheres, para se conectarem com a obra e a personagem central. A experiente May “Undead” Puertas (Torture Squad) propõe um bem vindo contraste com a sua voz “scream/gutural” e a de Phil Lima em “Sarcophagus”. Enquanto que a síria Oula Al Saghir dá uma conotação mais lírica para “The Magic of Isis” e para a faixa título. A jovem Mafra eu não conhecia, e entregou um bom resultado em “Ankhesenamon”.

São muitos os elementos que fazem de “Cleopatra VII” um álbum complexo nos seus quase sessenta minutos de duração. Recomendo algumas audições para a percepção de mais e mais detalhes, pois vale a pena. Novamente agradeço a gravadora da banda pela indicação, pois a experiência foi de fato muito rica!

Formação:

Phil Lima (vocalista, guitarrista)
Freddy Daniels (guitarrista)
Samuka (contrabaixista)
Riccardo Linassi (baterista)

Track List:

  1. Stargate
    02. Shemagh in Blood
    03. Warrior People
    04. Mask of Anubis
    05. Osiris and Seth
    06. Cleopatra VII
    07. Magic of Isis
    08. Sarcophagus
    09. Ankhesenamon
    10. Book of the Dead
    11. Return of the Medjay
    12. The Boat of Rá

 

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