Sob a alcunha de “Afro rock futurista” uma banda transcende os limites do rock convencional, mergulhando nas raízes da cultura preta e criando uma experiência sonora, única e provocativa. Com letras que abordam temas como, combate ao racismo estrutural e a vida nada comum do homem preto, trazendo junto toda a sua espiritualidade e ancestralidade. A KI’MBANDA uma banda de São Paulo formada em 2019 por Henrique Krispim(vocal), Yves Remont (guitarra), Rogerio Luis (Baixo), Marcos Guaruja (percussão), Anderson Kafe(percussão) e Dema Drummer (Bateria) destaca se pela mensagem e valorização da identidade preta brasileira desmistificando a espiritualidade e ressaltando a conexão intrínseca do povo preto e sua cultura, afinal o rock é preto.
A banda que tem uma narrativa de autenticidade e resistência e vem ganhando reconhecimento por sua energia crua e um som profundo que captura a nossa essência e traz para o publico uma imersão musical direto para a nossas origens afro diásporicas.

” Este projeto não é apenas uma viagem musical , é uma jornada pela diáspora africana , destacando a riqueza das tradições e ressignificando a narrativa da musica preta” Diz o vocalista Krispim

A banda vem com uma força transformadora desafiando normas e celebrando a rica diversidade cultural do país sempre passando uma mensagem de empoderamento e resistência e não apenas criando musica mas sim inspirando uma nova geração de artistas e promover diálogos importantes e necessários. Afronte que é o novo single lançado em Janeiro de 2024, traz todo nosso gingado preto com o objetivo de trazer de volta um apagamento histórico de um estilo musical que foi trazido e feito por nós. Sabendo que a arte vai além dos palcos, a ki’mbanda enxerga que a musica como uma poderosa ferramenta de conscientização cultural sobre qualquer forma de preconceito e discriminação, desafiando estereótipos se mostra cada dia mais necessária no cenário musical provocando reflexões com todos aqueles que escutam seu som.
A banda falou um pouco com o site e contou sobre seus planos futuros e como lida com toda pressão sobre como é ser musico nesse país . Então vem comigo e confere que ta lindo!

Cultura em Peso: Como vocês definiram o estilo musical da banda?
Ki’mbanda: Afro Rock  – Afro Rock Futurista – Musica Preta Brasileira

Quais as principais mensagens ou temas que vocês tentam transmitir através de suas letras e performances ?
R: Luta de combate ao racismo, ao racismo estrutural, que podemos e temos outros vi és de comunicação de Diáspora, a vida do homem preto, a vida, as conquistas, os medos, tudo que envolve nosso dia a dia, que os orixás não são seres enigmáticos, o ori somos nós, nos não usamos a temática da espiritualidade atoa, tratamos da epistemologia de ESU, aqui orixá é um ser vivo. Não há o ato de religião, pois Religare vem do latim, de se religar, nos não nos religamos, pois nunca perdemos essa conexão e ajudamos em nossas letras que entendam, ser preto e ter o orixá dentro de si, independente de qualquer doutrina que siga.  Mas acima de tudo que o Rock é sim uma temática preta.

Como é o processo de composição das musicas? há alguma influencia especifica da espiritualidade nesse processo? se sim fale um pouco.

R: É do dia a dia, de toda vida, de todas historias. Sim a intuição o canal de comunicação com os Orixás, sempre esta ali, temos que ter a sensibilidade de sentir e tocar, mas não é nada onírico, surreal, faz parte da vida dos meus antepassados, do clamor, das dores reais, aqui não a misticismos, nossas letras e rifs são coisas serias, levamos a serio tudo isso.
O mercado musical atual, as tendências, estamos sempre ligados, e neste caso especifico, os maiores compositores são Rogerio Luis o baixista, e Yves Remont  o guitarrista.
Ao contrario das bandas habituais o Krisx o vocal, não é o principal compositor, porem ele costuma falar que todas as músicas são compostas para ele, é a história dele, dai vem a ideia de que, o que escrevemos, não é algo que parte do individual para coletivo, mas  do coletivo para o individual .

Quais os desafios únicos devido a banda por ser uma banda de metal afro?
R: A luta contra o racismo na musica, no rock, a busca por aceitação e pertencimento.
Isso em si já é a maior luta de todas.

Qual a importância da representatividade e da diversidade na  cena musical, especialmente para uma banda de afro?
R:A palavra nem é mais importância e sim necessidade, tem que ter, há de existir, sem isso não há cena, só a o mais do mesmo, racismo, misoginia, machismo e tudo o resto que não presta.
Há uma linha de sangue nessa historia musical, que muitos reverenciam, e se chocam ao saber que seus ídolos são neo nazistas. “Digam me com quem andas que lhe direi quem tués”. Não tem como separar a obra artística de seu criador, a arte é isso, a musica, teatro, filmes, não se pode fechar os olhos, hoje temos as informações pra saber quem é quem.
E se mesmo assim você escolhe o lado e tem preconceito com outros estilos, isso não é gosto, é racismo mesmo.

Vocês tem algum ritual ou pratica especial que realizam antes de subir aos palcos?
R : Não,  e se tivermos é segredo,


vocês veem o papel da musica e da arte na promoção consciência  cultural e espiritual ?
R: Antes dos mouros já havia o som… antes de tudo, já havia a musica, o espaço não é um vácuo, há som, há musica.
Antes de tudo, já havia a musica, não a cultura sem musica, não há espiritualidade sem musica…a própria essência do ser espiritual é a musica.
Então a importância de fazer musicas que promovam o enriquecimento cultural, sabemos que sim, tem que tem o entretenimento, mas a responsabilidade  de criar e passar a diante.
Hoje colhemos os frutos do comercio musical e cultural, que explorava corpos pretos como se fossem moeda de troca, a sexualização infantil, estereótipos, os anos 80 não foram o
melhor ano do 90, tem que se olhar para a historia com a realidade, ou seremos reféns desse lixo histórico por mais 100 anos  

Quem são as inspirações da banda ? Tem alguma parceria que seria o sonho ? 
R: Parceria com Gilberto Gil,  Com a Banda Living Collor, Com a Banda Black Pantera,  isso é de zerar a vida..rsrsr
Nossas inspirações são todos os artistas pretos e pretas conscientes. 

Como vocês veem a musica  como forma de resistência e empoderamento dentro da  comunidade afro?
R :O maior exemplo disso no brasil, eram as escolas de samba, um dos maiores exemplos ainda existentes o grupo Ileaye da Bahia.
Por que digo que uma era e outra ainda permanece sendo a resistência… Olha bem para cada hum desses citados, e o que se tornaram, as musicas que produziam, um hoje ainda é só mercado, o outro o puro suco da resistência preta.
Mas a musica afro samba, hip hop, rap, pagode se tornaram formas de transmitir esse empoderamento, e também se tornaram os grandes algozes as vezes do próprio povo preto. A comunidade afro, as vezes se esconde atrás de feiras pretas e cercadinhos…quando deveria abrir mais seu leque, nos como grupo preto de rock sofremos resistência da cena afro, imagina de fora.

Como lidar com as criticas dentro e fora da  comunidade?
R: Na base de muita musica boa, e um bom trabalho musical e de marketing, contando com canais como esse para que possamos nos expressar, a luta é grande ir abrindo espaço as criticas da comunidade doem mais… 

Quais os planos para o futuro? próximo álbum, turnê e agenda de shows
R: Show da virada cultural em são Paulo  dia 18 de maio.
Lançamento da musica nova Ferro e Fogo dia 13 de julho
Faremos uma residência em uma casa de show em são Paulo
Um projeto especial com musicas do Gilberto Gil


Além da musica de que outras formas a banda está envolvida na promoção da  cultura afro brasileira e na luta da eterna batalha contra o racismo ? 
R: Só de estarmos vivos e resistindo, é a maior forma de resistência, um corpo preto presente e feliz então, é um afronte.    
Mas a batalha contra o racismo será eterna, como vocês perguntaram… Se sim, não é batalha e sim uma guerra e como toda guerra a resposta para um ataca e contra atacar. 

Com um horizonte de potencial gigantesco a banda olha para o futuro mediático com força e determinação e com o lançamento de musica nova no dia 13 de maio , um dia significativo a banda é um movimento cultural em ascensão , pronto para deixar sua marca na história da musica brasileira e segue na luta por justiça e igualdade social e racial para todos.
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