Não tenho como começar a resenhar esse disco sem antes falar aos fãs do Metallica mais velhos que o Master of Puppets nunca será superado, portanto antes de descer a lenha nesse novo álbum não façam essa comparação, o Metallica mudou, o mundo também, mas arrisco dizer que, do Black Album pra cá, esse é o melhor disco que o Metallica produziu. Eles foram muito felizes, desde as composições à arte foi tudo muito bem pensado, quem estava esperando por um disco deles bem elaborado a muito tempo aí está. Esse disco é pesado, bem produzido, as músicas são excelentes, na medida. Ouça sem preconceito que você entenderá.
O Álbum, que será lançado hoje, 14 de abril, foi produzido por Hetfield, Lars e Greg Fidelman, masterizado por Bob Ludwig, gravado nos estúdios Metallica´s HQ Califórnia (EUA), lançado pela Blackened Recordings, arte da capa assinada por David Turner. São 12 faixas que trazem um Metallica mais que maduro, com a essência característica da banda e não deixa nada a desejar.
O álbum abre com a faixa título “72 Seasons” e de cara já percebemos a força que ele carrega, pesado, riffs alternados entre o rápido e o pesado, refrão “chiclete”, fica na cabeça, o solo do Kirk é uma pintura, bela maneira de se começar um álbum. “Shadows Follow” é daquelas músicas pra ficar balançando a cabeça na beira do palco, ela é mais cadenciada, mas umas palhetadas cavalgadas na base do solo que são demais, bem ao estilo “Metallica”; “Screaming Suicide” que leva a assinatura também do Trujilo é pra frente, vêm empurrando tudo, destaque para a linha de voz de Hetfield; “Sleepwalk My Life Away” começa com o baixo e a bateria fazendo um tribal incrível, a guitarra vem deslizando, é bem legal esse começo, a música é mais mascada, mais para trás, é bem agradável, belo solo, bela música; “You Must Burn!” é outra das mais lentas, que fazem os antigos fãs da nada torcer o nariz, mas tem um refrão bacana, no meio tem um clima muito bem elaborado, com umas paradinhas na guitarra e o vocal mais cantado que dão um tempero especial antes do solo, aliás, vou ser repetitivo se falar das linhas de solo desse disco, Kirk é na minha opinião um dos maiores guitarristas do Metal e faz jus a esse meu julgamento nesse disco; “Lux Æterna” eu já tinha escutado, pois foi um dos singles que eles lançaram, e ouvindo novamente para essa resenha não consigo ficar parado, essa música é incrível, rápida, nos remete ao velho Metallica que até hoje carrega uma legião de fãs aos seus shows e os fez a maior banda de Metal de todos os tempos; “Crown of Barbed Wire” vem na sequencia, também é pra frente, o som do baixo se destaca bem nessa música, as viradas do Lars são excelentes, esse som é mais “Roqueirão”, a gente só se dá conta que é Metallica porque o timbre deles é inigualável, quando vc ouve a primeira nota já fala É Metallica!!!
“Chasing Light” também tem aquela velha fórmula que o Metallica sempre usou e que funciona bem, clima pro refrão bem legal, é sim uma ótima musica, tem um clima pesadão no meio, que funciona bem para nós fãs da banda (me incluo nessa); “If Darkness Had a Son” começa com a bateria chamando a guitarra que vem cavalgando dando um climão, refrão dela é muito bom, riffs bem trabalhados, sensacional esse som, uma das minhas preferidas nesse disco; “Too Far Gone?” também é pra frente, aliás o lado “B” desse disco é fantástico, todas músicas são sensacionais como se segue em “Room of Mirrors”, que na minha opinião é a melhor música desse disco, carrega aquela essência oitentista, thrash, rápida, sem frescura, dobra de guitarra bem marcante, por mim acabava o disco assim, com a melhor impressão possível, mas eles terminam esse disco com “Inamorata”, tem um começo bem pesado, mas é mais do mesmo, não empolga, a música é longa e não fecha esse excelente disco com o coroamento que merecia, parece que fizeram pra “encher linguiça”, mas não vamos desmerecer o restante do disco porque ele é muito bom.
Finalizando, o Metallica fez um disco tocante após muito tempo, e o resultado surpreende, até porque após vários discos “chatos” a gente já ouve com o pé atrás, mas o disco não decepciona e nos brinda com um excelente resultado. Só não olharmos com saudosismo que teremos um ótimo disco para deleitar. Nota do editor (8/10) .