Influência pelo grunge, e rock alternativo, e até mesmo com umas pegadas das melodias de Misftis vocês criam um som que se torna uma viagem para os amantes do rock. Como é o processo de criação musical?

As músicas costumam partir de uma melodia que vem em momentos de total distração no dia à dia, como lavando louça ou andando de bicicleta, então gravo a ideia em um celular para não esquecer e posteriormente sento com a guitarra e começo a trabalhar a harmonia dessa ideia. Em seguida gravo uma ideia mais completa no computador com uma bateria programada e envio para o guitarrista e o baixista, de forma que fique clara a ideia inicial da estrutura da música e envio para o baterista uma guia dessa sem bateria pra ele poder trabalhar em cima sem ser influenciado diretamente e envio junto com a bateria programada para o caso de entender a estrutura também. Após isso ensaiamos a música algumas vezes e gravamos uma demo para estudar em cima, depois de decidir os arranjos, sonoridade de cada instrumento, sonoridade geral e conceitos, partimos para a gravação.

Quais temas são abordados nas letras ?

Em geral as músicas abordam histórias de personagens comuns que poderiam ser absolutamente qualquer pessoa e focamos em mostrar sobre como esse personagem se sente e o que ele está passando, montando assim sua história de forma bem intima permitindo o ouvinte criar uma identificação direta com o personagem e compreender sobre o mesmo.

Recentemente vocês lançaram a música Goodbye”, qual a mensagem embarcada que vocês querem transmitir com esta obra?

Goodbye faz parte de uma sequência de lançamentos que retratam e alertam sobre abusos mentais dividida entre o momento que a vítima começa a se libertar, o processo de conquista dessa liberdade individual e o momento em que é alcançada na música Goodbye e transmitimos nela que devemos conhecer nossos limites pessoais e que impor esses limites não é egoísmo.

Durante a pandemia vocês gravaram e lançaram o EP “Welcome to the Mirrors Room”, como foi a experiência de gravar durante a pandemia, com tantos protocolos de isolamento social ?

Foi um momento de muito aprendizado e principalmente adaptação, foi nosso primeiro trabalho caseiro, nosso primeiro lançamento e uma fase nossa em que não fazíamos ideia do que estávamos fazendo, durante um momento de muita tensão mundial e preocupacação. Mas usamos todo esse período em casa e sem shows para fortalecer nossa presença no digital, focando em criar uma base firme para a banda e novos lançamentos.

jogo rápido:

4 bandas nacionais: SuperCombo, Ego Kill Talent, Scalene, Fresno

4 bandas internacionais: Muse, System of a Down, Deftones, Wheel

1 cd : Nothing But Thieves – Moral Panic II

1 livro: Harry Potter

família: Não vivo sem

Política: Fora Bolsonaro (de preferência direto pra cadeia)

Uma frase: Para aqueles que leram até aqui, bem vindos a esta sala onde sonhos vão e vem, como todas as pessoas que perderam algo.

Quando a banda diz que esta numa “nova fase musical e conceitual”, a que se refere?

Nessa última fase onde tivemos essas 3 músicas (Never Was About You / Don’t Close the Door / Goodbye) trabalhamos com uma forma diferente na composição e na sonoridade, optando por drives mais definidos e com menos ganhos, baixos bem distorcidos e encorpados e bateria com bastante som de sala, trazendo bem esse som indie. Em questões estéticas, durante essas músicas utilizamos ataduras nos olhos e nas mãos representando mais profundamente essa questão dos abusos mentais.

Como tem sido o mercado musical para a banda durante a pandemia, vocês acreditam que a cultura sofreu muito? Quanto levará para se reerguer?

Com o tempo até conseguimos criar um bom alcance para o nosso trabalho, principalmente por começar a aprender um pouco melhor sobre como funciona esse meio e principalmente por aprender sobre o nosso próprio projeto musical. Mas é inegável que a cultura sofreu absurdos e que ao mesmo tempo em que ela se mostrou mais necessária que nunca para suportar todo momento que passamos, sofremos também uma desvalorização absurda principalmente por parte dessa política absurda e mau caráter que rebaixa com todas as forças qualquer artista brasileiro, mas seguimos fortes, seguimos em frente.

A violência do Rio também é uma fonte de inspiração?

A violência no Rio não é algo inspirador de fato, é algo que nos faz pensar sobre o contexto geral, desde o problema com assaltos até a desigualdade base disso tudo, precisamos investir em educação, artes, esportes, leitura e suporte emocional para as pessoas, cuidar do verdadeiro problema com soluções de curto e longo prazos.

Onde conhecer a banda?

Resposta:

Siga nosso Instagram: @mirrors.room,

nosso Youtube: Mirrors Room

e nosso Tik Tok: @mirrors.room

Mensagem final?

Se você chegou até o final dessa entrevista, muito obrigado por estar aqui com a gente, queríamos agradecer ao Cultura em Peso pela oportunidade, nos siga em todos os lugares pois estaremos esperando por vocês lá e nos veremos em breve! Um grande abraço em todos vocês

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