Foi surpreendente o fim de tarde com a estreia dos italianos Nanowar of Steel em Portugal.
Desde logo, a extensa fila à porta do RCA Club com os seguidores da banda em consonância com o estilo da banda, num misto de classic metal com cosplay nipónico (por causa das perucas coloridas), deixava adivinhar uma sala bem composta e participativa.
Já sabíamos que estes mestres do heavy metal humorístico contam com muitos milhões de streams multiplataforma e visualizações no YouTube, mas constatar essa mobilização de fãs foi uma surpresa. E das boas!
A promover o seu quinto álbum de estúdio “Dislike To False Metal”, lançado em março de 2023, via Napalm Records, a banda apresentou-se no palco do RCA Club com o outfit que tem sido a sua imagem de marca: os dois vocalistas são homens adultos e de barba rija, e respetivamente vestidos de bailarina com peruca colorida e ou outro de fetiche macho gay; o guitarrista personificou um príncipe das 1001 Noites; o baterista parecia ter chegado do festival Eurovisão dos anos 70 e finalmente, o baixista que era o mais sóbrio, apresentou-se com suspensórios e peruca laranja.
Mas desengane-se quem pensar que se trata meramente de uma banda parodiante. Em cada um dos elementos da banda encontramos um excelente músico! Eles sabem o que fazem e fazem-no bem! Há muita técnica nos instrumentos, pois isto é gente que sabe pisar respeitosamente os terrenos do Metal em todas as suas vertentes, do mais clássico à corrente mais contemporânea. É impressionante como os Nanowar Of Steel são capazes de fundir diferentes géneros e linguagens numa composição coesa.
E como não poderia deixar de ser neste tipo de bandas, o seu magic souce é a relação com o público. São realmente mestres em pôr toda a gente a curtir a sua vibe bem disposta, contra o cepticismo mais resistente.
De facto, o público estava divertido e toda a gente dançou alegremente ao som de “Cthulhu”, “Disco Metal” e de “Norwegian Raggeeton”, os seus temas mais orelhudos.
A interação com o público ainda levou a uma versão amorosa do Wall of Death, que se transformou numa Wall of Love, em que as pessoas tinham de se abraçar e apalpar os genitais uns dos outros. Foi estranho de ver mas aparentemente, os participantes pareciam muito divertidos. Não confirmámos se houve apalpansos mas também não vimos ninguém a reclamar, portanto diríamos que correu muito bem.
Ah… houve também um pássaro de peluche gigante que era o motivo do tema “Barbagianni”, e tinha uma coreografia própria que pedia ao público para abanar as mãos no ar enquanto ele dançava pelo palco.
Em conclusão, humor-metal é o medicamento que os Nanowar of Steel trazem a Portugal, para uma hora e meia de entretenimento, boa disposição e divertimento.
Setlist:
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