1- O odio social é uma banda com mais de 10 anos de estrada, e agora começou a se destacar. A cena punk é muito exigente? Como vocês vêem este prazo tão largo pra se tornarem um expoente na cena paulista?

O prazo que você diz depende de todo o trabalho que a banda fez no passado, e se ela se mantêm fazendo  shows com certa frequência e lançando discos, além de projetar os planos para o futuro. A cena punk em um parâmetro geral não é exigente, mas acreditamos que uma banda para vir a ser um  expoente de qualquer cena (punk, metal, reggae) ela tem que ser exigente, séria e buscar sempre melhorar e evoluir dentro do seu trabalho para destarca-se. Pode ser que outras cenas sejam mais exigentes mas não podemos comentar do que não conhecemos.

2- Os três lançamentos da banda forma feitos de forma independente. Isso é uma escolha ou é falta de apoio?

Os dois primeiros discos em cd-r (2006 o “Continue Morto” e 2008 o “Na Derrocada) não procuramos apoio na época pois não conheciamos ninguém de gravadora e/ou selos e distros e sabiamos não conseguiríamos. Tanto que as 10 primeras músicas do “Continue Morto” foram gravados em 2004 época que custava 5000, 6000 mil reais prensar um cd e o disco saiu só em 2006 no formato cd-r. Mas acredito que, no nosso caso de certa forma, foi também falta de  interesse por integrantes daquela  época. O segundo disco “Na Derrocada” foi pior ainda pois o “mp3” já estava em todos os lares brasileiros e poucas cópias em cd-r foram feitas. Só agora com a nova formação nós fizemos mais cópiaspro pessoal que se interressou em adquirir o formato físico do álbum. Já no Split 4 Way com o Sistema Sangria e mais 2 bandas a gente conseguiureunir selos e distros para ajudar nos custos e também na divulgação do CD, esse já prensado com 1000 cópias rolando por aí. Mas voltando a sua pergunta inicial, a resposta é sim. Falta apoio em questão na questão de custear um disco, por mais que seja barato. Mas o trabalho da banda conta muito também  (principalmente) na hora de buscar um apoio. Fato é que nós do Ódio Social neste ano de 2012 tivemos muito apoio em relação aos shows e acreditamos que isso irá refletir no futuro da banda.

 

3- A banda ja sofreu muitas mudanças e hoje mantem-se apenas um membro da formação original. O que mais atrapalhou a banda nessas mudanças?

Na verdade são 2 membros originais, o Bolaxa voltou no início de 2011 (ele é um dos integrantes originais do ódio Social) pois havia saído em 2006. Leandro é o cara que segurou toda a onda da banda esse tempo todo, além de fazer a maior parte das composições do Ódio Social. Pouco antes do Bolaxa voltar,   Fábio (atual Sistema Sangria, ex-Are You God?) havia entrado na banda. Os 3 convidaram Douglas daextinta banda Revolução Do Kaos (RDK) para completar a bateria já que o ultimo batera havia deixado Ódio Social. Na última mudança em que o grandeJorjão saiu (ex-Rrraict Tuff!!, atual Yekun) não atrapalhou em nada, nós só tivemos que nos adaptar para cantar as músicas.

 

4- Quais as principais influências da banda?

Basicamente no princípio era hardcore brasileiro dos anos 80 e 90. O hardcore que nos referimos é o punk rock 3 acordes tocado mais rápido, que bandas inglesas como Varukers, Chaos Uk faziam e bandas brasileiras como Olho Seco, Ratos de Porão e Ulster começaram a produzir baseados nessa escola. Nos anos 90 tem o Agrotóxico, Mukeka di Rato e Devotos (ex-do Ódio) que feram mais uma base para  formarmos musicalmente a banda.

 

5- Como foi tomada a decisão de dar um “up” no som da banda migrando para influências mais pesadas como o grind core e o crossover?

Isso aconteceu logo depois das gravações em 2004 do “Continue Morto”. Haviam muitas novas bandas de  grindcore e medalhões sagrados como Cripple Bastards, Napalm Death e Brigada do Ódio. Como éramos   jovens e estavamos conhecendo e tendo contato direto com essas coisas nós tentamos fazer algumas  músicas com blast-beats. Mas percebemos que estávamos nos distanciando da proposta inicial que é  tocar hardcore e desistimos da idéia. Já o crossover veio um tempo depois com a proposta de deixar o  som mais agressivo já que o grindcore foi deixado de lado e, claro, nós já tinhamos melhorado um pouco nossa técnica para tocar.

 

6- Jogo rápido:

4 bandas nacionais: Cólera, Olho Seco, Agrotóxico, Ratos de Porão

4 bandas internacionais: Napalm Death, DRI, Dead Kennedys, Ramones

1 livro: Admirável Mundo Novo

1 cd: RDP VIVO

odio social: hardcore

favelas: marginalização

periferia: tudo acontece lá

anarquia: faça uma todo o dia

capitalismo: caminho sem volta

viver sem dinheiro: é possível?

Familia: tudo

Uma frase: Drogas são legais, elas permitem que você faça as coisas que você sabe que não deveria e quando você faz as pessoas pensam que você é legal. (Michael John Burkett)

 

7- Vocês acreditam que poderia existir uma sociedade anarquista, definitivamente sem leis, sem policiamento? Como seriam tratados os criminosos de  hoje(assassinos, estupradores …) sem citar os politicos pois estes não existiriam.

Infelizmente não. Se todos os humanos tivessem senso, sociedade e anarquia nem existiriam… Seria outra coisa.

 

8- Qual a história mais bizarra que a banda já passou?

São várias.. difícil lembrar de uma agora.

 

9- “No subúrbio de São Paulo é matar ou morrer”, vocês citam esta frase em uma de suas músicas. O que realmente vocês querem dizer com esta frase no sentido literal?

Se você conviveu ou morou aqui no subúrbio de São Paulo sabe como é viver lá. Há outras leis além das vigentes da constituição nesses bairros esquecidos pelo estado.

 

10- Objetivos para 2013?

Discos e shows.

Podemos falar que  em relação aos shows vamos continuar fazendo o circuito paulistano mas vamos tentar debandar mais vezes para o interior de SP, MG, RJ e DF. É bem difícil   sair de São Paulo custeando praticamente tudo, manter uma banda custeando próprias gravações e prensagem de disco. Estamos procurando a melhor forma para irmos tocar mais pelo Brasil afora pois sabemos que tem muitas pessoas que curtem o hardcore punk que a gente leva para frente.    Em relação á discos e músicas estaremos bem servidos e bastante coisas estão por vir. De certo mesmo que vamos soltar talvez em 2012 ainda vai ser uma fita cassete single com a música que foi feita em homenagem ao Redson do Cólera que faleceu em 2011. A  música chama-se “Motöredson” e vamos produzir um punhado de cópias para distribuir/sortear/vender. Conversamos com a Zuleika Mariano que cuida do merchan do Cólera no show que tocamos juntos  com eles e ela nos pediu  para que mandassemos de alguma forma essa música para ser exposta no Memorial ao Redson/Cólera. Daí partiu a idéia de fazermos um cassete tape para materializar a música e a idéia é produzirmos   50 cópias numeradas sendo 49 delas comercializadas/distribuidas/sorteadas  os 49 anos do redson  e a primeira é a que ficará exposta no Memorial.   Por um lado é uma honra para nós, por outro nós do Ódio Social não queríamos fazer essa música,   mas aconteceu e a gente tem que tocar a bola para frente.

 

11- Contatos e merchan?

Camisetas, Cds: https://www.facebook.com/SOCIALSAMPAIO

Mais informações, músicas e fotos: http://www.odiosocial.com

 

12- Mensagem da banda?

Agradecemos o espaço que você cedeu para essa entrevista e desejamos força total para você. Agradecemos á todos que vão aos nossos shows, que adquirem os discos, camisetas, e seja o que for sejam vocês mesmo e sempre para o bem. Valeu!!!

 

 

Devido a mudança de servidor, problemas no meu email, e formatação da minha máquinha demorei  postar, esta entrevista foi respondida no dia 14/10/2012.

 

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!