Ausentes do circuito de música ao vivo em nosso país por quase 4 anos, os pioneiros do thrash metal, Overkill, chegaram para soltar seu bom trabalho musical, sua energia e sua vontade de diversão que são extremamente contagiantes.
Desta vez, eles foram acompanhados por alguns atos de abertura de elite, como Exhorder e Heathen junto com KEOPS.
Foi o terreno fértil perfeito para se divertir, enfim um concerto de thrash que cai num sábado (também num fim-de-semana prolongado), uma temperatura ideal para sair e dar tudo de si sem ter de passar por um calor infernal… E assim era!
KEOPS:
A noite começou com os croatas Keops, com seu estilo mais moderno e um pouco fora de contexto dentro do lineup da turnê que era mais Thrash e Groove metal no estilo. Cheops tem um estilo mais moderno e sinfônico que pegou as pessoas um pouco mais desprevenidas, além de terem sido adicionadas recentemente à turnê.
Infelizmente devido a problemas de trânsito eu já cheguei quando o show começou. Naquela momento, eles tocavam ‘My Souls Released‘, um corte de seu último álbum ‘Road To Perdition‘ e seguiram com um cover de ‘Symphony Of Destruction‘ do Megadeth, onde o público, querendo thrash e mosh, foi à loucura pela primeira vez tempo.
Para finalizar, tocaram ‘Rise Again‘ para um público onde, seguindo a euforia da música anterior, mais foi entregue. Ser a primeira banda a tocar de todas as bandas que estavam lá e também ter um estilo diferente dos seus companheiros de turnê torna a reação e a predisposição do público um pouco frias. A sala quando tocavam estava bastante vazia mas mesmo assim tentavam colocar o público no bolso encorajando-o a participar. Apesar de terem tudo contra eles, eles não deram um show ruim.
Setlist Keops:
- Keops
- Unconscious Mind
- Road to Perdition
- My Soul Released
- Symphony of Destruction
- Rise Again
HEATHEN:
Foi a vez do Heathen, e com a sala quase cheia, a música do ABBA ‘Gimme! Me dê! Me dê! (A Man After Midnight)’, um clássico com o qual costumam avisar que seu show está prestes a começar. Enquanto tocava a introdução ‘This Rotting Shpere’ eu pensava… Não faz nem um ano eles foram para Barcelona com Exodus e Testament e fizeram um grande baile… Será que vão me surpreender de novo?
Os da Bay Area abriram o show com ‘The Blight‘, um canhão de seu último trabalho ‘Empire of the Blind’ para deixar claro que Heathen não gosta de meias medidas. O pessoal que vinha querendo festejar já começava a gerar os primeiros pogos. Os mais espertos certamente perceberiam que faltava alguém… O guitarrista Lee Altus, que também toca no Exodus, parece não ter acompanhado o grupo desta vez, mas Kyle Edissi, um guitarrista canadense, o substituiu nesta turnê.
Eles continuaram com o grande clássico ‘Opiate The Masses’. Por mais que eu ouça essa música, sempre me transmite a mesma coisa, a vontade de dar tudo de mim e entrar no mosh e parece que as pessoas pensaram como eu porque começaram a enlouquecer e fazer o mesmo. Para mim, o melhor que eles têm.
A verdade é que os Heathen a esta altura já se sentiam bastante à vontade com o público, chegando mesmo a perguntar se os assistentes viriam vê-los na próxima vez que vierem a Barcelona, quer fossem os únicos artistas ou bandas de abertura. . Eles gostam de Barcelona e isso mostra.
Eles continuaram com ‘Dying Season‘, outro obus melódico com riffs rápidos que faziam as pessoas dançarem assim que soavam. A verdade é que a dupla Kragen Lum e Kyle Edissi nas guitarras é uma delícia, sempre fazem um excelente trabalho. Kragen Lum nos vocais também fez um excelente trabalho, também animando os espectadores dizendo vamos Catalunya!
Quase sem pausa entre música e música eles tocaram ‘Goblin’s Blade‘ e ‘Sun in my Hand‘ já com atitude e ritmo imparável enquanto o fim do show se aproximava.
Eles seguiram com um cover de ‘Set Me Free‘ de Sweet. Uma música não tão pesada como as anteriores mas que o público digeriu muito bem.
Para se despedir eles tocaram ‘Hypnotized‘, a música mais famosa de toda a carreira deles, e deu show! As pessoas cantaram, torceram e curtiram ao máximo (inclusive eu).
Como curiosidade, as 4 primeiras músicas do setlist são as segundas músicas de seus álbuns. (Modo Freak LIGADO)
Apesar de toda a cana que Heathen colocou, ainda havia mais… Agora havíamos passado o meridiano da noite e era a vez de Exhorder
Setlist Heathen:
- This Rotting Sphere
- The Blight
- Opiate of the Masses
- Dying Season
- Goblin’s Blade
- Sun in My Hand
- Set Me Free
- Hypnotized
EXHORDER:
A Scorching the Earth Tour está sendo uma dor de dente para o Exhorder, onde eles passaram por diferentes problemas que foram encontrados nessas semanas. A turnê do Exhorder começou com 4 membros, mas pouco a pouco eles diminuíram. Primeiro o guitarrista Waldemar Sorychta quebrou a perna em um de seus shows ao vivo e depois o baixista Jason Viebrooks teve que ser internado para passar por uma cirurgia para retirada de uma pedra nos rins que lhe causava fortes dores. Apesar de tudo, Waldemar conseguiu fazer o show por um tempo sentado com o elenco, mas aos poucos começou a descer e foi tocando em pé e torcendo. De referir que Jason não pôde estar no concerto e tocaram em trio.
Havia expectativa para ver o Exhorder, já que é um grupo que não vem à Espanha tanto quanto deveria. As pessoas tinham muita expectativa para vê-los e continuar a tocar.
Eles abriram o show com ‘Incontinence‘, uma ótima música instrumental como a copa de um pinheiro. Assim que soaram os primeiros riffs e o tupa tupa da bateria, já se abriram os primeiros pogos para o Exhorder, já se abriu a temporada de caça. Foi quando Kyle Thomas explicou ao público que seu baixista Jason Viebrooks havia feito uma cirurgia e não poderia estar conosco, então seriam apenas duas guitarras, bateria e ele mesmo nos vocais.
Eles seguiram com ‘Slaughter In The Vatican‘, a última música de seu álbum de estreia, que para muitos é seu melhor álbum e eles mais do que provaram isso.
Eles continuaram com ‘Death in Vain‘ outra ótima música do mesmo álbum (e ainda teve mais). Para César o que pertence a César é que eles são os pioneiros do Groove metal e criaram uma escola da qual beberam tanto Pantera, Withe Zombie e Lamb of God, e esse som característico é notado.
Eles também tocaram músicas de seu repertório mais recente, como ‘My Time‘ de seu último álbum e seguiram com ‘Legions of Death‘, que é o que os fãs estavam esperando. Seguiram com um cover de Grip Inc ‘Osracized’ onde Waldemar Sorychta é o líder da banda e ele assumiu o controle do microfone e começou a cantar sua música.
E para fechar o show eles tocaram sua melhor música, para terminar com um estrondo. Com ‘Desecrator’ todos já estavam em êxtase. A verdade é que apesar de ter 3 anos e não ter a presença do Jason no baixo, não impediu que soasse fabuloso, muito muito bom e acima de tudo muito potente.
Setlist Exhorder:
1.-Incontinence
2.-Slaughter in the Vatican
3.-Death in Vain
4.-My Time
5.-Legions of Death
6.-Ostracized (Grip Inc. cover)
7.-Exhorder
8.-Desecrator
OVERKILL:
E chegou o prato principal, o que todos esperavam o grande Overkill! Quando o show estava prestes a começar, a sala estava quase cheia, as primeiras filas com pessoas lotadas para ver os thrashers em primeira mão.
Eles começaram com Scorched, uma música de seu último álbum pela Nuclear Blast. Os músicos foram saindo um a um enquanto tinham que tocar suas partes e escondido nos bastidores Bobby deu um pulo e ficou no meio do palco com sua voz característica que todos nós amamos, eles saíram com energia e querendo defender seu último álbum, que eu recomendo que você dê uma chance porque, do meu ponto de vista, Overkill não faz álbuns ruins e o último é a prova disso. O povo adorou e cantou com eles durante toda a música, demonstrando a dedicação e o amor que lhes é demonstrado.
No final, Bobby disse que é incrível que depois de 20 álbuns, 38 anos fazendo música como Overkill e que ainda haja tantas pessoas dispostas a vê-los, é uma sorte… Mas sorte nossa! Que Bobby, aos 63 anos, ainda esteja em estado de graça é algo que temos que aproveitar.
As pessoas quando o Overkill deixou o palco notaram uma ausência, e é que o Overkill também teve contratempos nesta turnê. DD Verni teve que voltar para casa devido a circunstâncias familiares, mas sua ausência não pega muito mal quando você traz Christian “Speesy” Giesler, ex-baixista do Kreator de 1995 a 2019.
Continuaram com ‘Bring Me The Night‘, uma música também muito querida pelo público, onde tocaram com uma velocidade diabólica, abrindo os pogos sem parar. A verdade é que ver um grupo tão dedicado é apreciado, tanto Dave Linsk quanto Derek Tailer nas guitarras e Jason Bittner na bateria foram impressionantes.
‘Electric Rattlesnake’ era a próxima jogada, o primeiro clássico da noite e o que isso significa? Que o povo deu tudo de si no mosh e deixando a voz. Mas a coisa não parou por aí porque quase sem fôlego eles começaram a cantar as primeiras notas de ‘Hello From The Gutter‘ com Bobby “Blitz” correndo para cima e para baixo no palco brincando com o microfone, deixando os fãs empolgados e querendo mais festa. Como essas pessoas defendem bem suas canções mais clássicas ao vivo.
Eles voltaram ao início com ‘Powersurge‘ onde ‘Speesy‘ teve tempo de brilhar no baixo. Nesse ponto, as pessoas estavam entusiasmadas com essas questões que surgiam sem parar.
Eles voltaram para o novo álbum com ‘Wicked Place‘, uma música que depois de ter vindo depois de tantos clássicos, talvez tenha deixado o público um pouco frio, mas mesmo assim todos esperavam o que poderia vir a seguir e o que veio foi uma melodia, um melodia sombria que todos conhecem e torceram ao máximo já que a música era nada menos que ‘Coma’. Mas o jack-in-the-box ainda não havia aberto quando eles começaram a tocar ‘Horrorscope’. Simplesmente sublime.
O peso do show passou agora para as mãos de Dave Linsk que compôs um magnífico solo de guitarra para dar origem a ‘Long Time Dying‘.
Os nova-iorquinos tocaram neste concerto a terceira e última música do seu último álbum com ‘The Surgeon‘ para dar lugar a uma das canções recentes mais queridas do Overkill, nada mais nada menos que ‘Ironbound‘ fazendo as pessoas se soltarem e se abrirem novamente o círculo cova corretamente.
E depois de tal música eles colocaram a cereja no topo do bolo com ‘Elimination‘ para que toda a sala começasse a pular e cantar como loucos, se despedindo do público para que o povo os cantasse e voltasse com um bis.
E assim foi, nem dois minutos se passaram desde que partiram que voltaram aos primórdios com ‘Overkill‘, fazendo todos cantarem os refrões de ‘Rotten to the Core’ a plenos pulmões e agora com o mítico cover de Subhumans ‘Fuck You ‘ terminando em grande estilo com alguns Overkill que são muito gratos pelo amor que os fãs lhe dão.
Pessoalmente, acho que este foi um dos melhores shows do Overkill que já vi, muito enérgico, muito dedicado, profissional, divertido e com uma performance ao vivo impecável. Eles definitivamente deveriam estar no topo do thrash metal.
Setlist Overkill:
- Scorched
- Bring Me the Night
- Electric Rattlesnake
- Hello From the Gutter
- Powersurge
- Wicked Place
- Coma
- Horrorscope
- Long Time Dyin’
- The Surgeon
- Ironbound
- Elimination
- Overkill
- Rotten to the Core
- Fuck You