Talhada de plangor sentei-me junto ao tabuleiro
Servi-me de chá insípido e álgido, beirava agosto
Bem assim, sem gosto
Era eu.
Considerava minha silhueta branda, tremendo
Refletida na parede de cimento suja
Embora minha sobriedade ruja
O vinho calava-me a boca
O silencio era vital
A conciencia me gritava
Ali eu mesma estava
Decidindo se dormia.
Tomei nas mãos o sono
Com um gole amargo de dissabor
Insatisfeita pelas marcas em meu pudor
Empunhei o artifício de metal
Um disparo foi o que me permiti contar
Depois o que eu vi foi reflexo do vilipêndio
Findava-se ali meu compêndio
Alegrei-me por não reagir
Era agora igual o que não permiti existir
Um espelho do diabo que alegrava-se ao me ver
Naquele veemente segundo fraccionado ao me deter
Deixava cessar uma vida que não senti.