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Boa noite,
é um prazer entrevistar o Puritan.

1- Para começarmos , a banda iniciou as atividades a mais ou menos 8 anos na capital que tem um dos indices mais altos de violência no Brasil, Vitória – ES. Como foi a idéia de criar uma banda com este perfil, e qual foi o critério na escolha dos músicos?
Olá, para nós é sempre um prazer mostrar um pouco das curiosidades da banda.
Vamos lá!
No início, a banda não tinha essa temática abordando vivências de periferia. Isso surgiu espontaneamente no segundo álbum da banda e foi exatamente por vivenciarmos essa violência exacerbada no dia a dia que acabamos adentrando nessa temática.
A banda foi criada com o intuito de fazer um som, sem compromisso e sem a intenção de tomar a proporção que tomou.
O músicos a princípio foram convidados pelo Fábio Kiefer (baterista) que foi o idealizador da banda (inclusive o nome). Convidou ao Silas Jerônimo (vocalista do primeiro álbum) e o Flávio Mello (guitarrista, que acompanhou a banda até o ano passado, 2015, e agora contamos com o Christopher Gomes na guitarra). Silas e Flávio eram da extinta banda Justiça ou Vingança. Por último, mas ainda na primeira formação (apenas um mês após a criação da banda) foi convidado o Bruno Max, baixista e hoje atualmente também vocalista.

2- Hardcore, Death Core, Death Metal, Metalcore, Puritan! De onde vem a inspiração pra mesclar tantos estilos de peso em um lugar só?


Na verdade nem nós sabemos direito! rs…
Acho que isso se deve pelo fato de todos na banda terem gostos iguais em alguns estilos, mas em sua maior parte, cada um escuta uma pegada diferente e vem de uma escola diferente.
Nós ouvimos de tudo um pouco: “velharias oitentistas”, sons mais modernos, som trabalhado, som cru, enfim, de tudo um pouco!
Quando entramos em estúdio para criar algo, acontece essa mistura e sai o famoso “Metal Favela”, ao qual fomos rotulados tempos atrás.

3- Puritan esta entre um seleto grupo de bandas de metal que promove letras relacionadas a favela, a vida das ruas, e é um das poucas que faz isso em português. Como anda a realidade de Vitória? A cidade é a principal inspiração da banda liricamente falando?
Na verdade a inspiração se dá olhando para Brasil como um todo ao ver notícias sendo veiculadas diariamente. Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha são as cidades que compõe a Grande Vitória e são as que comumente frequentamos. Nelas sentimos na pele de perto o caos da segurança pública no que diz respeito ao governo principalmente. Leis fracas e que são de fato aplicadas com rigor em quem está na base da pirâmide na sociedade, já os que estão no topo saem quase sempre impunes. Condições de trabalho precárias para os profissionais da segurança pública e quando não é isso, alguns “profissionais” (não generalizando, logicamente) se corrompem e se tornam bandidos (uma grande ironia). Enfim, vemos morte, roubo, trapaça, injustiça…um verdadeiro festival de pão e circo!
Na nossa música “Tempestade de ódio” há um trecho que diz:
“De norte a sul, medo tristeza e enxofre, dias de intolerância, presos no inferno”.
É um bom resumo do Brasil num todo.

4- É notório que o grupo é um dos mais polêmicos do Brasil, com letras pesadas como “Bandido bom é bandido morto”, “Doa em quem doer”, “A covardia tem a proteção da lei”, “Aqui se faz , aqui se paga” entre outras tantas letras. O grupo tem alguma posição politica definida? Ou acredita que politica não deve ser postulada no meio musical?


Assunto complicado de lidar atualmente… rs!
Qual o motivo de ser complicado?
Se você é pró partido X, os partidários Y atacam. E o contrário a mesma coisa.
O mais sensato seria pensar não em partido e sim que deveria ser feita a coisa certa fosse quem for no governo. O problema é que sabemos que seja qual for o partido, hoje não temos um líder que poderia tentar sanar ou pelo menos melhorar o país. Estamos defasados politicamente. Isso pelos políticos e pelas leis criadas por eles. Há muita defasagem, esse é o problema. Precisamos de uma reforma política e uma nova constituição brasileira. A pergunta retorna para que todos pensem: Quem atualmente poderia resolver as duas questões? Ou ainda: Quem teria peito pra tentar mudar isso?
Democracia é respeitar, e nós respeitamos (o que é diferente de concordar) a todas as opções políticas, inclusive a de querer mostrar abertamente nas músicas a opção política.

5- Na visão da banda, há esperança para o país? Entre os candidatos que podem aparecer há esperança? Eduardo Jorge, Marina e Bolsonaro já estão em lista, oque a banda pensa a respeito destes candidatos?


Sem saber que viria essa pergunta, foi respondido naturalmente na pergunta anterior… rs!
Esperança para o país com Eduardo Jorge, Marina e Bolsonaro… complicado! rs…

6- Jogo rápido:

4 bandas do Espírito Santo: Ninetieth Storm, Social Disparity, Faith Blast,Psychodeath.
4 bandas nacionais: Worst, Surra, Claustrofobia, Confronto
4 bandas internacionais: Sepultura, Cavalera Conspiracy, Hatebreed, No Guerra (Arg),
1 cd: Faixa de Gaza (divisor de águas para nós)
1 livro: Grande Sertão: Veredas
Puritan: Porrada
Hardcore/Metal: Estilo de vida
Brasil: Vergonhoso
Criminalidade: Assutadora
Uma frase: “Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”

7- Recentemente vocês lançaram o clipe “Não devo nada a ninguém”, com MDR Audiovisual filmando, produzido e editado por Danilo Laslo, e direção de fotografia de Diego Capelleti e roteiro por Chapecó. Qual o critério da escolha desta equipe para realizar este clipe? A banda ficou satisfeita com o resultado final?


Danilo é um parceiro de longas datas. Músic, já foi cliente nosso no estúdio quando alugávamos para terceiros, já ajudou num dos primeiros Web Clipes que fizemos, e foi ele quem captou e produziu o penúltimo vídeo que lançamos no início do ano (Banido bom é bandido morto¹). O Diego (conhecido como Bocaum pela galera) tivemos o prazer de conhecer durante as tomadas de vídeo do clipe “Não devo nada a ninguém!”. O critério para a escolha foi a competência já reconhecida e a amizade, ficamos à vontade para gravar e confiamos no trabalho, pois sabíamos que o resultado final não seria outro que não fosse ótimo.
Sim, ficamos 100% satisfeitos com o resultado final e já adiantamos que estamos planejando o próximo (que não demorará muito a vir por aí).

8- Qual a real mensagem que a banda quer passar com este novo som?
Tentamos transmitir da melhor maneira nas nossas música um pouco do sofrimento diário vivido nas periferias do Brasil. É uma forma de mostrar vivências cotidianas, realidade social, injustiças e fazemos isso às vezes de uma forma subjetiva.
Nunca pense que um refrão que diz “Bandido bom é bandido morto” é uma incitação. Na verdade a frase é uma reflexão. A resposta sobre se bandido bom é bandido morto virá de forma pessoal e individual.

9- Quando fica pronto o novo álbum da banda? Oque pode ser adiantado?


Não há previsão de lançamento. O que há é a vontade de terminar o quanto antes. Se fosse para chutar, chutaríamos entre 2 e 3 meses.
Tivemos imprevistos com nossa máquina durante as gravações e perdemos algumas gravações. Somos nós mesmos quem produzimos e tivemos que refazer praticamente tudo, se não, já estaria pronto há muito tempo.
O que pode ser adiantado, é que a exemplo dos dois últimos álbuns, vem aí:
Polêmica, som pesado, breakdown, letras marcantes, regravação…

10- Pode se esperar uma longa tour pelo país?


Por nós talvez até sim, porém para isso dependemos dos produtores de shows. O circuito brasileiro está passando por um momento meio complicado com relação a shows, mas logicamente se rolar, tamo dentro!

11- Contatos / Merchan:


Fabio Kiefer – 27 99700-9019 (Vivo)
Facebook – Fabio Kiefer
Fan Page – Puritan

 

12- Mensagem final:


Agradecemos a todos que nos apóiam, que fortalecem a cena brasileira, que montam bandas e mantém a chama underground acesa. Que isso nunca acabe!
Como reflexão, fica a mensagem de amizade. Amizade gera laço, que gera cordialidade, que gera gentileza, que gera um mundo melhor, mais justo, mais humano. Está faltando humanidade no Brasil e no mundo.
Fica como mensagem, que todos vocês podem ser melhores. Não melhor no sentido de ser mais do que o outro, mas de ser uma pessoa melhor. É difícil tentar mudar algo no nosso país, mas cada um fazendo sua parte as chances aumentam e isso é benéfico para todos.
Lembrem-se: Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”.
Até breve…

 

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!