Fotos: Jéssica Kuhne
Os icônicos Ratos de Porão voltaram a subir ao palco do Opinião, no último sábado (31/08), em Porto Alegre, quatro meses após a enchente que deixou 183 mortos em todo o estado do Rio Grande do Sul devastar o Estado. Em paz, e bem mais magro e saudável do que no passado recente, João Gordo disse estar feliz por estar de volta à Capital dos gaúchos, e que chegou a se perguntar quando conseguiria tocar de novo na cidade. “Porto Alegre ainda não tem aeroporto!”, reclamou ele, como todo direito, afinal esse foi um dos problemas que dificultou a vinda de artistas o ano todo para cá (a promessa é que o Salgado Filho volte à nornalidade em outubro). E quem conhece o Gordo sabe que ele, quando pode, tira uma onda mesmo.
A Banda Código Penal abriu os trabalhos da noite com sua sonoridade incrivel e mistura de ritmos. Criada meados dos anos 1990, em Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre, a banda veio com a fúria do seu rap tradicional, com elementos eletrônicos e DJ, fazendo um som pesado e de extrema qualidade, que mistura o peso do hardcore com rap, pitadas de soul e funk. Influência em Body Count, Public Enemy, Beastie Boys, Dead Kennedys entre outras bandas estilo Street dos anos 1980/1990. Formação atual: Black to Face (voz), Lucio Agace (voz), Luciano Tatu (baixo), Marcio Zuza (guitarra), Jack (guitarra) e Cesar Pereba (bateria).
Quando foi a vez dos Ratos, o vocalista João Gordo, o guitarrista Jão, o baterista Boka e o baixista Juninho não deixaram por menos, cumprindo a saga de passar a limpo 13 álbuns gravados em mais de 40 anos de carreira, do icônico “Crucificados pelo Sistema” (1984) até o mais recente, o Necropolítica (2022). Um show feito sob medida para uma casa de shows lotada com punks e headbangers ávidos por moshes, pogos, roda punk e toda forma possível de estravassar.
Espontâneo e extrovertido, João Gordo já entrou no palco mandando um “pau no cu do Elon Musk e Bolsonaro na cadeia”, animando a galera e entoando “Alerta Antifascista”, seguida por “Amazônia Nunca Mais”, “Farsa Nacionalista” e “Lei do Silêncio” do álbum Brasil, de 1989. Mais para frente, quando tocaram “Herança”, João lembrou o caso emblemático do crime cometido por Carlos Alberto Pinto de Oliveira, que assassinou os pais a facadas no dia 10 de outubro de 1994, em Porto Alegre. Na época, por ser discotecário, e conhecedor das músicas dos Ratos de Porão, atribuiram os assassinatos à brutalidade das letras da banda. Oliveira foi condenado a 29 anos e 2 meses de prisão.
O público animado ainda curtiu, agitado e cheio de energia, a outros sucessos de álbuns que marcaram presença na carreira dos Ratos de Porão, como Anarkophobia (1991), que contou com sucessos como “Morte Ao Rei” e “Igreja Universal’, e o primeiro álbum Crucificados Pelo Sistema (1984), com a faixa homônima e “Morrer”. Mesmo repleto de clássicos, o show passou super rápido, durando por volta de 1 hora. “Vocês estão cansados? A gente tá”, provocou, Gordo, lá pelo final.
Setlist Ratos
Alerta Antifascista
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Aglomeração
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Amazônia Nunca Mais
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Farsa nacionalista
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Morte ao rei
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Ignorância
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Lei do silêncio
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Satanic Bullshit
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Bad Trip
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Morrer
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Mad Society
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Crianças sem futuro
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Crucificados pelo sistema
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Descanse em paz
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V.C.D.M.S.A. (Vivendo cada dia mais sujo e agressivo)
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Guerrear
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Políticos em nome do povo…
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Caos
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Realidades da guerra
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Igreja universal
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Sofrer
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Herança
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Aids, Pop, Repressão
(Intro de Billie Jean)
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Beber até morrer
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Crocodila
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Crise geral
Setlist Banda Código Penal
Terra de ninguém
Chove bala
Justiça Injusta
Marginalizado
Bomba H
Manifesto Público
Apologia
Perímetro Criminal
Sexo nas ruas
Uzi Além