Quando se pensa que já viu de tudo, surge na Caledônia (ilha ao sul do Pacífico), a banda Redsphere com um death metal do mais clássico estilo: pesado e brutal. Mas não fica só por isso, ao compôr para o EP “Regnum Lupus”, a inspiração veio diretamente dos acontecimentos mundiais atuais munidos de grandes opiniões políticas e um chamamento para o despertar da humanidade que caminha a passos largos para a sua autodestruição, é um chamado para a revolta. Esta é o terceiro trabalho da banda e foi lançado em janeiro de 2023 pelo selo M&O Music. Em abril de 2023, a banda dará início a turnê europeia. 

Mas indo ao quê interessa, tem peso?

Tem. Muito. Há uma qualidade que me fez pensar diretamente nos primórdios do death metal nórdico. Ficou por conta da capacidade do vocalista A.S.A. (Aziard, ex- The Negation) de adicionar traços de rouquidão no seu gutural em momentos chave das trilhas, as guitarras acesas de Gaetan Sartre e Alexandre Verdier são constantes com o baixo de Bruno Fontebasso – apesar de que eu teria adorado sentir uma presença maior desse som. O baterista Mike Heller (Fear Factory, Malignancy, The Lucid…) é simplesmente incansável com uma velocidade absurda.

Uma das músicas é a “Princess (Memento Mori)” que não é bem a minha predileta, afinal mementos mori aparte já perdeu sua originalidade, tem pelo menos uns vinte álbuns de outras mil bandas. Mas consigo compreender a presença dentro do conceito do álbum (sim, sou um ser que absolutamente ama um álbum conceitual, não nego). Princess é uma trilha de abertura pontual que logo nos entrega a fúria das guitarras com uma linha de bateria pesada, enfurecida, com muitas reviravoltas. 

“A Vicious Century” é o tipo de som que tu sente no pescoço logo de cara, essa é a trilha que entrega bem a urgência, o desgosto, a bateria enfurecida, as guitarras abusadas que sobem e descem com constância. A trilha fecha com um aviso macabro da realidade. Definitivamente uma das minhas trilhas prediletas.



Seguimos de “War and Lies”, um som de bateria destruidora, guitarras nervosas e um ápice do gutural. Os solados de guitarra conseguem acender a trilha enquanto abre para viradas de ponte e entradas para o refrão. A ambientação criada nesta track já traz a voz de absoluta revolta.

Finalizando está “A New Order” que quebra tudo em guitarras, bateria, baixo e um gutural que quase parece ter aumentado em peso. Dentro dos atos desse EP, este é um dos que mais promove a urgência, as viradas que criam um sentimento de eminente perda para logo jogar os riffs e vocais de volta na cara. Com certeza uma das minhas músicas preferidas.


Se tenho que dar a minha nota: 8/10.

Tracklist:

Princes (Memento Mori)

A Vicious Century

War and Lies

A New Order

 

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